Para terminar o ano desastroso de 2013 o governo ainda deu
mais um golpe na sua politica de baixa de salários.
Porque existem famílias monoparentais desempregadas ou famílias
em que ambos os conjugues se encontram desempregados, o governo criou
legislação para permitir que os desempregados de longa duração se possam
socorrer deste apoio do estado com o dito “trabalho socialmente necessário” a
troco de oito horas pela módica quantia de 419,22 euros por mês, para que estas
famílias evitem tanta miséria.
Ao que eles chamam o risco social, como se €419 desse para
alguma coisa, a não ser uns pacotes de arroz e massa e umas patas de frango ou
quando em vez uns carapaus porque às sardinhas já ninguém chega.
E o resto?
O resto, o resto esqueçam lá a electricidade, o gás a água, a
educação a renda o vestir, o calçar. Aliás antes também se andava descalço e
sempre houve pobres e pedintes.
O que interessa são os mercados.
Nós sabemos que os governos governam para os mercados, só
que às vezes parece que nos esquecemos e começamos a reivindicar.
Mas isso é com os sindicatos que diga-se que também já
deviam ter acabado. Só pensam em greves e direitos.
E os mercados?
Nisso eles não pensam, mas esperem que o trabalho está a ser
feito para que eles aos poucos também desapareçam.
Mas eu acho que alguns deles sabem disso, quando negoceiam
ou aceitam, despedimentos e mais despedimentos como vemos na função pública. Alguns
de certa forma sabem que estão a assinar a sentença de morte. Mas sempre houve
gente desta.
Pois como irá sobreviver um sindicato sem trabalhadores?
Vão defender quem?
Os que foram sindicalizados que já se reformaram?
Esses já não pagam cotas. Talvez defendam os que nunca
pagaram, porque não podem ou acreditam que como lhes dizem não são necessários,
ou porque lhes faz falta o dinheiro para o sindicato. Ou então vão cobrar cotas
aos que vão passar a trabalhar nos programas de risco social com 419 euros que
as empresas irão agarrar ou porque entretanto o governo alargou a medida aos
Belmiros, aos Jerónimos Martins, aos Fernandos Ulrichs, Amorins e outros ricaços
que entretanto começaram a ter ao seu dispor criados a ganhar 419 euros e se calhar
uma lata de conservas para lhe adoçar os queixos se forem produtivos.
Sim este é o propósito, baixar abaixo do salário mínimo que entretanto
já se pratica pela surra nalgumas empresas, quer a full-time ou a part-time com
explorados a quem chamam colaboradores, muitos deles à percentagem ou melhor, à permilagem que percentagem já é muito. A recibos verdes que é para receberam
ainda menos e agora vêm estes candongueiros da governação a puxar ainda mais
para baixo os salários dos que ainda lhe chamam assim.
Mas para quando o trabalho a troco de comida?
Já faltou mais.
Vamos esperar que estas politicas de destruição da segurança
social, dos seus fundos e esvaziamento do numero de contribuintes apesar do
aumento da contribuição dos que ainda descontam para injectar em Orçamentos de Estado
e investimento em Obrigações de divida pública especulativa à medida das
ultimas teorias neo-liberais para salvar o capitalismo. É nisto que este governo se
inspira, para depois virem dizer que já não é mesmo sustentável e se acabe de
vez com a segurança social e reformas o sistema de saúde, e “agora quem o quiser que o cave”.
Posto isto salvou-se o sistema económico que eles criaram,
salvaram-se os bancos, os maus investimentos especulativos e o povo esse que
compreenda “é a crise”.
Crise do capitalismo, que cria milhões de pobres a troco de
meia dúzia de ricos.
A economia é isto, para esta gente.
Continuem a aceitar despedimentos, mais descontos, baixas salariais,
aumento de carga horária, mais impostos etc.
Já agora aceitem a caridadezinha.
São tão bons estes políticos. Devem ter andado a estudar
para padres.
São 38.000 euros a cada pessoa se os ricos de todo o mundo distribuíssem
o seu dinheiro.
O pior é que eles são tão poucos.
Sonhem com o euromilhões que é o que nos resta, porque não tarda muito e está tudo a ganhar uns 250 euros e com sorte em os poder ganhar dirão alguns.
Sem comentários:
Enviar um comentário