É a americanização da política. Abrir o PS a simpatizantes, como que
a querer dar algum elan a um partido onde os líderes já não convencem, tal é a
falta de credibilidade dos políticos.
Quanto à estratégia de um com os pesos pesados do partido, quer do outro
pelo peso que sentia nas federações distritais, o que é certo é que tiveram que
ressuscitar os militantes mortos, pagando-lhes quotas com dinheiro vindo sabe-se lá donde. Mas mesmo assim a participação é desmotivante e
já nem com simpatias nem com mortos lá vai.
Só falta ao PS fazer uma recolha de fundos à Americana, porque
por aqui afinal os interesses económicos financiam os partidos do poder mas às
escuras, como se divulgou agora no caso BES.
Mas quem são estes candidatos?
Costa foi o homem mais forte do Governo de Sócrates, que
este decidiu empurrar para a Câmara de Lisboa, antes que lhe ofuscasse a
liderança quando se sentiu ameaçado, convencido que o poder se perpetuaria no alto
da sua arrogância.
E Costa que não podia dizer que não, foi mas sem antes deixar o cunho da sua personalidade no MAI,
correndo com um sindicalista da PSP de forma prepotente só porque disse que
queria cortar a ponte e mandar o outro para o Quénia.
Costa é o sectário que empurra os funcionários que não são
do partido para as Freguesias, fazendo uma reforma administrativa da Câmara, com
ameaças que quem não aceitar vai para a rua. Tudo isso por telefone para não
deixar rasto, segundo se diz. Primeiro a mobilidade e depois o despedimento.
Quanto a promessas de governo, Costa já não as faz, porque o
povo está farto de falsas promessas, mas também porque não as pode fazer.
Ele sabe muito bem que a única coisa a que se pode propor é
a mudança de um pormenor ou outro, de resto a politica vai ser a mesma. A
asfixia social que temos assistido, com mais impostos, desemprego, precariedade e desprezo pelas pessoas.
António Costa, soube-se
resguardar, esperando pelo momento de assalto ao PS. Um camaleão
da politica, que aparece agora com o argumento de que Seguro não foi uma verdadeira
alternativa nas suas propostas e não soube ser oposição ao governo. No fundo que
foi um líder fraco, sabendo nós que de certa medida concordava com as politicas
do governo, mas não foi capaz de mostrar uma outra alternativa que não tinha,
titubeando de tal forma que esteve quase a cair no engodo de Cavaco e aceitar
ir para o Governo.
Mas Seguro é assim mesmo, nunca se lhe viu uma verdadeira
proposta para o país, a não ser o admitir que estava amarrado ao passado do partido e não renegava Sócrates pelo acordo firmado com o FMI e UE depois de falhar o pack 4.
Seguro só agora depois de ser “apanhado com as calças na mão”,
após resultados eleitorais fracos e ver a sua liderança ameaçada é que
veio prometer não subir impostos se for governo, mas pouco mais que promessas absurdas em desespero de causa porque mais nada tem a dizer.
Seguro refugia-se nas acusações a Costa de traição e de ter
ficado à espera não avançando quando o PS estava mal.
Mas também sabemos que ele por ali andou pelos cantos, “calado
como um rato” à espera que Sócrates caísse, sendo que a primeira coisa que fez
mal Sócrates perdeu as eleições foi apresentar-se como candidato.
Lembram-se? Nem deu tempo a qualquer suspiro.
Costa a velha raposa, sabia bem que não era o momento e esperou
até agora.
Mas ele tem o cunho do governo de Sócrates, que
significa a continuidade das velhas politicas de Guterres que tanto se
orgulhava. De ter colocado Portugal no Pelotão da frente, do Euro, tendo depois que abandonar o Governo que mais parecia um saco de
lacraus, refugiando-se na ONU.
O PS é também agora um partido de novos tecnocratas mas do
velho poder, onde se amontoam oportunistas e delapidadores do estado que de vez
em quando saltam para os jornais e alguns se arrastam pelos tribunais, esquecendo
os seus princípios ideológicos, já desde o tempo de Mário Soares que meteu o
socialismo na gaveta, funcionando no principio e interesse dos mercados de
capitais de meia dúzia de empresas que dominam o mundo, onde se arranjam uns
tachos.
Enquanto se digladiam os dois, cresce a alternativa Marinho
Pinto.
O populista e oportunista que se agarrou ao MTP para se lançar
na politica e agora vai abandonar sem escrúpulos nem respeito a quem lhe
abriu a porta. A esperança dos pouco esclarecidos que desencantados com estes políticos
ali descarregaram a sua revolta. Mas que já se prepara para criar um partido onde de certeza
roubará votos ao esfrangalhado PS que sair deste duelo interno e à coligação do
governo que concorrerá às eleições após esta mascarada abordagem aos distraídos
neste ultimo período de governo, com alívios eleitoralistas e mais falsas
promessas.
Um promete pouco ou nada em derradeiro desespero outro nem
pouco apresenta, como se ninguém entendesse que as suas interiores promessas é
a avidez e a glória do poder.
Quem governará no futuro?
Uma coligação do PS com uma espécie de partido “Livre”, que
acabará por não ter condições de governabilidade, empurrando Costa para uma
coligação alargada aos partidos agora no governo, ou então um grupo de
tecnocratas desses partidos do arco da desgovernação com uma espécie de Durão
Barroso a 1º. Ministro, à semelhança de outros governos criados como na Grécia
ou Itália.
Não sei quem vai ganhar com isto tudo, mas sei que quem
perde somos todos nós, porque no fundo pouco ou nada muda.
Mudam as moscas.
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