A razão prende-se com a venda da empresa por parte da Oi
(brasileira) à Altice que parece que é francesa, mas não se sabe bem, porque
aquilo pertence a esses fundos que especulam no mercado, ganham uns milhões à
custa de empresas produtivas e depois as compram muitas vezes por “tuta e meia”
e as tomam para darem ainda mais lucro. Não acrescentam valor às
empresas, até porque reduzem nos investimentos e trabalhadores.
Mas vamos lá entender a triste história da PT!
Era das empresas de maior orgulho nacional e dava milhões de
lucro ao Estado antes de ser privatizada.
Mas com estas politicas liberais e mercantilistas vendeu-se,
não só porque é a lógica destes governos da economia onde estamos integrados que nos obriga a vender para sermos sugados pelos maiores, mas também porque a
privatização serviu para embolsar
grandes quantias de dinheiro para os Orçamentos do Estado e assim
disfarçar os desgovernos ao longo destes anos. E quem não se lembra da inclusão
até no O.E. do fundo de pensões da PT no governo de Sócrates, para mascarar o deficit do O.E.!
Agora depois de tanta coisa dita sobre esta empresa que era
de referência a nível internacional o que lhe está a acontecer?
Tudo do que era menos esperado!
Aqueles que se vangloriavam da sua gestão recebendo milhões,
como Zeinal Bava e Granadeiro, que chegaram a ser condecorados pelo
Presidente da República; aliás este Presidente parece escolher sempre os que
estão do lado errado, pelo menos em termos de gestão de
dinheiros e esses mesmos foram também os que arruinaram a PT.
A menina bonita dos portugueses, depois de tantas
trapalhadas, desde as fusões e “desfusões” com a Telecom espanhola, para a
compra de telecomunicações brasileiras, passando pela oferta de compra da Sonae
e Isabel dos Santos, dos investimentos feitos que foram maiores do que era
permitido para as suas posses, dos medos de ser comprada por este ou aquele por
ser apetecível, acabou por fazer o negócio mais ruinoso possível.
Vamos lá ver se entendemos as contas do negócio!
A PT faz uma fusão
com a Oi que estava aflita com as suas contas, por estar super-endividada.
Bem a PT também tinha dívidas, mas era uma operadora
inovadora em diversos sentidos, tinha um “core business” invejável, daí a ser
apetecível, com um negócio essencialmente na comunidade de língua portuguesa
e operava de forma estratégica em grande parte do atlântico norte, em múltiplos
países de língua portuguesa e mais alguns.
Não satisfeitos e com essa vontade desmedida fizeram o
negócio com a Oi.
Só no negócio feito da PT com a Oi
a PT perdeu em taxas de câmbio cerca de 1.000 milhões de euros.
A Oi é uma empresa carregada de
dívidas. Cerca de 15 mil milhões de euros. Caiu em bolsa 88% e com isto
arrastou a PT para a desgraça, com perdas de cerca de 90% devido à sua
participação na Oi, com uma desvalorização de €4.200 milhões. Quanto ao negócio
dos 900 milhões na RioForte, que afinal a Oi conhecia desde maio, fez-se desconhecida como se veio a saber. Com
isto desvalorizou a participação da PT no negócio de 37% para 25,6%, uma perda
de 11,4%, quando a Oi já sabia de tudo, mas não se importou.
Não se importou porque entretanto
já andava a negociar a venda da PT à Altice, dona da Cabo Visão, por 7.400
milhões de euros, estando-se nas tintas para os projectos de ambos querendo
fazer apenas dinheiro com a PT, para saldar as dividas aos seus credores, que é
isso que hoje se decidiu. A salvação por enquanto da Oi, com esta venda da PT.
A Altice o que quer é lucro e a
primeira coisa que vai fazer é despedir, mas a PT é alimento de cerca de 30 mil
famílias, que o governo não enxerga.
De seguida como não tem “know How” suficiente
ou vende a PT a uma operadora capaz, ou faz uma fusão para reforço de
capital para investimento ou vende as mais valias da PT a retalho, destruindo a menina dos nossos olhos.
E os accionistas como ficam no meio
disto?
O dinheiro fala sempre mais alto.
Por isso os accionistas maioritários quizeram vender, mas parece que não vão
receber nenhuma contrapartida no negócio. Sendo assim o lucro deles será a
participação na Oi que está em vias da insolvência por causa das dívidas. Se
isso acontecer não vejo porque razão aceitaram um negócio já inquinado à
nascença.
Podia ser por patriotismo, mas o
dinheiro não tem pátria e eles sempre têm a esperança de vir a não perder tanto
com a venda da PT.
Primeiro porque um dos maiores
accionistas é o Novo Banco, que é representado pelo Estado, na pessoa da CGD,
Banco de Portugal e depois pelos outros accionistas do fundo de resolução para
salvar o BES, que é o BPI e BCP. Eles querem reaver o mais depressa possível o dinheiro
enterrado no BES/Novo Banco, que tinha os tais 12,5% da PT.
Ora estes senhores votaram a favor
da venda na esperança de um encaixe financeiro, para o fundo de resgate do BES.
Os outros accionistas parece que votaram pelo mesmo caminho, que é a venda, como é
o caso do fundo da Segurança Social.
Resta os pequenos accionistas e os
trabalhadores que estão contra, porque o governo já veio pela boca do ministro
da economia a dar entender que o melhor era resolver isso rapidamente e
rapidamente é mesmo aceitar o negócio, porque para bom entendedor meia palavra
basta.
O que se espera afinal da PT
Portugal?
A desgraça, já
que ninguém se importa com ela.
Só resta esperar pela sua
desvalorização sucessiva em bolsa e quando chegar aos sete cêntimos por acção
compre, que aí já será um bom negócio, nem que seja pelo nome e prestigio que
já teve e quem sabe a Isabel dos Santos, a Sonae ou outros voltem a querer
comprar a PT à Altice que fará um bom encaixe.
Entretanto 97% dos accionistas concordaram
com a venda.
Que venha Cavaco a condecorá-los.
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