Com a queda dos mercados bolsistas,
a que começamos a assistir, com os indícios dos vários países a deslizar já por
algum tempo, como o caso do PSI 20,
a dar sinais de inversão já há algum tempo, os europeus
a começar a dar os mesmos sinais e a América teimosamente a segurar-se por
apenas inocentes que ainda acreditam que é possível ainda ganhar dinheiro em
bolsa, os grandes investidores institucionais e fundos internacionais estão aos
poucos a sair desse mercado à beira de um colapso.
É sabido que estas questões
demoram algum tempo a acontecer e não se dão de um dia para o outro, fica desde
já o aviso.
Alem de mais que a baixa do petróleo
é verdadeiramente um claro sinal de que a economia mundial está doente.
Hoje assistimos a uma baixa
vertiginosa no valor do brent, a caminhar para a casa dos 40 dólares
como se diz já por aí.
O que é certo é que já desceu
para metade do preço em meia dúzia de semanas e ao que parece assim continuará.
Diz-se que tem a ver com guerras
comercias, interesses estratégicos dos países, excesso de produção, ou mesmo
desentendimento entre produtores. Seja lá o que for, ele cai sem dó nem piedade.
E há países que dependem dele para a sua sobrevivência, como uma Nigéria, Irão, Venezuela, etc.
Temos a amiga Angola já com
problemas internos devido à baixa do ouro negro, ao que parece com falta de divisas
e a aparecerem as contestações sociais, País para onde emigra tanto português.
Reparem na Rússia,
que teve que subir as taxas de juro em 650 b.p. no rublo da noite para o dia
para evitar a sangria da desvalorização da moeda e da fuga de capitais, devido restrições económicas provocadas pela questão da Ucrânia que a afectará no seu orçamento anual, mas também afectada
pela baixa do preço do petróleo e gás. Tudo isto mais cedo ou mais tarde deflectirá também numa recessão mundial.
O mesmo já sucedeu com outros países
no inicio deste ano, como a Índia a Turquia e praticamente todos os países
emergentes afectados pela fuga de capitais e desvalorização drástica das suas
moedas, que provocou uma desaceleração económica nesses países motores de crescimento da
economia mundial.
A exemplar Alemanha, está prestes
a entrar em recessão (quem diria!) devido essencialmente ao conflito criado por
causa da Ucrânia, de onde derivaram restrições económicas reciprocas.
Olhem para a maioria dos países desenvolvidos,
como os da Europa todos atolados em dívida soberana e problemas sociais, como nós, a
França, a Itália, a Bélgica, etc.
Mesmo os EUA com um programa de
despejo de rios de dinheiro na economia por parte da FED, agora a ver-se
toldada pela baixa do petróleo de xisto que não suportará este preço.
O Japão, que já experimentou
todos e mais alguns planos de recuperação económica e que não descola.
A China que era o grande motor da
economia mundial, neste momento a rever o seu crescimento para 7,1%, assustando
os mercados com esta estimativa.
Agora a associar-se a tudo isto
vem a descida das chamadas “commodities” que são extraídas da terra, mercadorias
como o ferro, cobre níquel, alumínio, carvão, etc.
Se o petróleo cai como está a
cair, associado a esta queda vem a descida destes produtos, que no caso do
ferro está a bater recordes de baixa dos últimos cinco anos.
O efeito está a tornar-se assim
contagiante.
A seguir à baixa destas “commodities”
veremos a baixa das outras, como o açúcar, o café, trigo, cacau, soja, arroz,
etc.
Assistiremos em princípio à baixa
da prata, paládio, platina. E nunca se sabe se também o ouro, mas aqui deixo as
minhas reservas, por ser produto refugio.
Com a baixa do petróleo e de
todas as outras mercadorias citadas, tudo causado pela crise de produção, falta de investimento e fraca
procura, assistiremos às baixas de preço, que tanto tememos, a chamada
deflação e adiamento da compra. Inicialmente de bens duradouros e por fim se estenderá
aos bens de essenciais, provocando um enorme aumento de desemprego e precariedade
social, arrastando-nos para a maior recessão que todos nós assistiremos, visto
que as Nações estão descapitalizadas e os detentores de capacidade
financeira não irão querer investir e arriscar perder o seu dinheiro.
Quando Cristine Lagard disse que
a descida do petróleo era bom para a economia, pelo menos de alguns países...,
não sei!
Acho que agora vistas bem as
coisas, muitos países entrarão em “default” e será uma desgraça mundial.
Só espero que a solução não seja
a guerra, mais sim ir atrás do dinheiro onde o há e pôr a economia em marcha.
Mas para isso não contem com
estes políticos, demasiado comprometidos com o poder financeiro, concentrado em
meia dúzia de ricos.
Será necessário agir em nome dos
povos e não em nome do dinheiro.
Para isso terá que surgir um
homem novo, menos complacente, mais participativo, exigente e mais esclarecido.
Até lá só nos restará a desgraça
que será servida aos poucos para não doer tanto, como convém.
Raios! Não consigo ser optimista.
No entanto um Feliz Natal e bom
ano de 2015, que julgo que ainda não será assim tão mau, para já.
Sem comentários:
Enviar um comentário