segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Tomada de Posse do Governo com figuras Presidenciáveis


Hoje na tomada de posse do novo Governo, que como já sabemos não merece grandes comentários para além de que já esperamos, de que não vai aquecer ali o lugar por muito tempo. Por isso e com um governo a prazo há já quem esteja a pensar em outros voos.
Durante esta tomada de posse notei a posturas de duas figuras, enquanto aguardava a cerimónia em si.
Uma, o António Costa (Presidente da Câmara Municipal de Lisboa) e a outra Carvalho da Silva (Secretário Geral da CGTP).
Ora uma, muito discreto à chegada, a fugir aos microfones e a recusar-se tecer qualquer comentário, coisa estranha nesse senhor, que sempre que tem oportunidade de dizer alguma coisa, intervém em defesa dos trabalhadores. Entrou calado e a fugir aos repórteres.
A outra figura, agora Presidente da maior e mais importante câmara nacional e que tem sido a rampa de lançamento para outros voos, muito falador e entusiasmado com os seus pares na cerimónia de tomada de posse.
Tudo aqui parece normal, mas neste dia de um novo Governo, queria aqui salientar que estas duas figuras se podem querer tornar em dois players importantes no esquema politico nacional.
Um a querer ser Candidato a Presidente da República, daí a andar mais comedido e falo de Carvalho da Silva, que até como que a querer piscar o olho já a toda a esquerda, deu recentemente e estranhamente apoio a António Costa na sua candidatura a Lisboa, como que a deixar a tal suspeição.
É sabido que dificilmente ele consegue manter-se em mais um mandato na CGTP, daí estar a dar um passo à frente para entrar noutras lutas, como suspeito a de Presidente da República. Não se esqueçam que já anteriormente se aventou a hipótese de ser um possível candidato. Ora aí está, ele não se esqueceu, como pessoa hábil e com o apoio de uma grande franja social que cada vez está mais insatisfeita e com os elogios que granjeia no sector do trabalho, sentirá ser este o momento de jogar a sua cartada.
Agora vejamos o enredo. O novo apoiante de António Costa que deve ter baralhado muito eleitor, desta vez deu-lhe apoio, para o receber posteriormente para concorrer a Presidente da República. Está já a alargar o seu “lastro”.
Por outro lado António Costa, aproveitando a aproximação a Carvalho da Silva e aproveitando o bom momento politico dele (um vencedor) a oferecer uma coligação governativa pós-eleitoral aos comunistas, na Câmara de Lisboa, aproveitando o facto deles terem ficado na “mó de baixo” e como que a dar-lhes uma “côdea” em nome da estabilidade para Lisboa. Uma jogada de mestre. Era preciso que os comunistas mordessem o “isco” e se deixassem levar como foi com Jorge Sampaio que quando deram conta sem alternativa o levaram da Câmara para Presidente da República. Mas há um ditado que diz, “à primeira cai a velha, à segunda cai se quer”. Os comunistas caíram uma vez e não são parvos, António Costa, se quiser “trepar à bolota” que trepe sozinho.
Desta vez, nem com esta baralhação e jogo de interesses dele e do Carvalho da Silva vai na legislatura presidencial seguinte à que se possa candidatar Carvalho da Silva, ser candidato pela Esquerda. Pelo menos por parte dos Comunistas. Sim que a jogada dele era dar a mão em Lisboa aos comunistas e deixar queimar-se o Carvalho da Silva e porque não o Manuel Alegre, que deve ter algum acordo secreto com o Sócrates e na legislatura seguinte avança ele com o apoio dos Socialistas, Comunistas e toda a Esquerda, que ele contra Cavaco nunca se candidataria, pois todos sabemos que quem ganha uma Legislatura Presidencial, também ganha a segunda e isso António Costa sabe muito bem.
Mas estes agiotas e calculistas da Politica e como eu costumo dizer, esquecem-se do “inesperado” que acaba por sempre acontecer. Vamos ver se não acontece aí um qualquer inesperado… sim que isto está quase a estoirar.