quarta-feira, 14 de outubro de 2015

O MEDO ESTÁ INSTALADO

Votos contados e as contas estão feitas.

Ou não!
O que parecia ser fácil afinal tornou-se no maior berbicacho do após 25 de Abril.
Ainda não repararam, pois não?
É certo é que todos dizem que ganharam, como sempre no dia das eleições, mas no fim de contas estão todos com medo de perder.
O PCP tem medo de perder influencia politica à esquerda, podendo o bloco ocupar-lhe esse lugar, conforme aconteceu na Grécia, abrindo condições de negociação para um governo à esquerda, forçando o PS a guinar à esquerda com medo de ser acusado de dar seguimento à politica deste Governo.
O Bloco (BE) a querer tomar lugar também num governo temendo perder em novas eleições a percentagem que conseguiu nestas, tentando afirmar-se com uma política alternativa conforme aconteceu com os seus amigos do Syriza, encostando os Socialista à parede.
O PS que parece ser o verdadeiro perdedor por não conseguir ganhar as eleições, apresenta-se agora como um vencedor, podendo ser uma solução com chicanes quer à esquerda quer à direita, dando a possibilidade de António Costa se manter líder, evitando a implosão do partido por dentro ou ser um novo PASOK.
O PAF (PSD/CDS) que afinal ganhou as eleições sem a maioria necessária para governar, a ceder ao PS em coisas inimagináveis só para se manter no poder.
E com isto tudo no que ficamos?
Sejam quais forem as políticas e os partidos que vierem nada será fácil, porque o País está estrangulado.
Uma divida impagável, com os salários miseráveis, com fome, emigração, sem tecido produtivo e sem politicas que fomentem a recuperação económica, nenhuma politica nos salvará. O pior é que estão convencidos que as coisas vão melhorar.
Resta-nos sermos governados por gente consciente e que entenda que o pouco que temos, terá que ser bem repartido senão as injustiças irão fazer com que as revoltas cada vez se agigantem mais e se caminhe para o caos.
Mas como saímos deste lodaçal?
Teremos governo já, ou ainda vai demorar?
E Cavaco que vai fazer?
E os partidos como se entendem afinal?
Estas são as dúvidas!
As pressões vão começar, primeiro pelo comentadores do sistema que não admitem coisas inimagináveis. Depois a reação dos mercados a querer dar razão às políticas austeras para o povo e depois será Cavaco Silva.
Esse é o mistério!
Apesar de já se saber para que lado se inclina, ao convidar Passos Coelho a diligenciar junto do PS para que se crie um governo estável, o que ninguém estava era a contar com a atitude dos comunistas, arrastando os bloquistas para um entendimento que estes sempre almejaram.
Criou-se um estado de imobilidade que ninguém sabe neste momento o que vai sair daqui.
Estando os partidos conscientes de que já nada pode ser como dantes e com um desalento geral contra os partidos, é necessário mudar de atitude, caso contrário tudo pode mudar correndo mesmo alguns o risco da exclusão de cena.
Mas o entendimento vai demorar e mesmo que se queiram entender à esquerda vamos ter que contar com a reação do Presidente da República que pode ter relutância em empossar gente que não comunga dos mesmos princípios e arranjar maneira de manter este governo em gestão até novas eleições para evitar uma guinada à esquerda. Neste momento todos os argumentos valerão para evitar a viragem.
As coisas podem arrastar-se e fragilizar o País com a pressão dos mercados.
Tudo vai valer para evitar isso e no fim quem vai perder é o povo.
Cavaco pode empurrar o País para uma situação tumultuosa, misturando Presidenciais com Legislativas. Os partidos vão batalhar forte e feio obrigando a negociações e tudo se tornará muito difícil para nós.

Seja como for, nada mais vai ser como dantes.

sábado, 26 de setembro de 2015

A OUTRA CAMPANHA ELEITORAL


Andam por aí os partidos todos em campanha.
Uns apresentam os seus programas, outros tentam não os discutir e outros discutem tudo e ao mesmo tempo nada, para não falarem do que pretendem fazer.
Há ainda outros que não apresentando nada, tentam esconder tudo, até o passado àqueles mais esquecidos.
Resultado de imagem para SONDAGENS eleitoralE por falar de esquecimento há por aí uns outros que não concorrendo a eleições, apostam na amnésia das pessoas e por aí fazem a sua campanha.
É a campanha das sondagens.
Há até um canal de TV, que todos os dias faz sondagens e apresenta resultados.
Esta sim, uma verdadeira campanha. Um embuste disfarçado em sondagens vis e ilusórias com que nos querem trapassar, fazendo passar os perdedores inicias para ganhadores finais ou ao contrário e com isso transformar as opiniões ou falta delas, num alzheimer colectivo, apagando como uma esponja tudo que para trás ficou, fazendo crer que a política começa só agora e tudo para trás não conta.
Jogando com tudo isto e contando com a artimanha das margens estatísticas enleiam os indecisos e mal informados, tornando-os esquecidos e medrosos de um mal maior.
Esses sim os eleitores mais importantes. Aqueles que só gostam de ganhar nem que seja no dia das eleições. Os que gostam de estar com os que ganham para se sentirem vencedores, mesmo que a seguir deitem tudo a perder.
É para este tipo de gente que funcionam as sondagens que com uma margem de erro de cerca de 3,5%, conseguem no início da pré-campanha começar com uns valores e aos poucos aumentando ou diminuindo as margens de erro de uns ou outros partidos, conseguem convencer ou demover, para não dizer constranger os eleitores a seguir um certo sentido para o qual não estavam inicialmente inclinados.
Ilusionismo estatístico, jogando apenas com margens de erros e manipulando opiniões.
Assim à medida que se fazem sondagens eleva-se aos poucos a fasquia do erro estatístico e convence-se mais uns quantos a direccionar o seu voto, e assim se constrói novo resultado, e de um vencedor se faz um perdedor ou ao contrário.
Esses donos das sondagens ligados a certos partidos, esses sim são eles os verdadeiros vencedores nas urnas.
 Eles têm todo o mérito da campanha eleitoral e valem bem mais que muitos debates, muitas entrevistas combinadas, muitos comentadores da mesma cor, muitos outdoors falaciosos, muitos jantares comícios, muitas arruadas com beijinhos abraços, muitas festas comício com cantores famosos, muitas caravanas com boys e viaturas alugadas, muitas canetas ou t-shirts que deixam de se dar por falta de verba e de apoio dos patos-bravos e outros oportunistas que tais, que agora em crise tornam os partidos pobres.
A verdadeira campanha é feita em sondagens que olhando bem, não são para todos os gostos, mas que nos trazem muitos desgostos por conseguinte.
Em muitos países elas são proibidas porque na verdade influenciam o voto e nos limitam numa verdadeira reflexão.
Aqui manipulam muitas pessoas, que não gostam de perder nem que seja a feijões, votando para se sentirem também eles vencedores, tornando tudo cada vez menos democrático.

Esta sim, a verdadeira essência das sondagens atualmente.

sexta-feira, 20 de março de 2015

LISTA VIP

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Lembram-se da Lista de Schindler?

O tal empresário na Alemanha que no Holocausto Nazi, empregando nas suas fábricas os judeus, salvou-os da morte às mãos dos alemães.
Lembram-se também de Aristides Sousa Mendes?
O Cônsul português de Bordéus, que durante cinco dias desafiou o ditador Salazar, concedendo milhares de vistos de entrada em Portugal, aquando a invasão em França pelos Nazis, salvando dezenas de milhares judeus e não só, também do Holocausto, acabando por ter um resto de vida cheia de dificuldades financeiras depois de demitido.

Agora temos a Lista VIP.
Uma lista de gente completamente no oposto da Lista de Schindler.
Não matam mas fazem-nos passar fome e morrer nos corredores dos hospitais, tornando-nos cada vez mais pobres mas escondendo a sua riqueza com métodos inconstitucionalmente ortodoxos.
 Quanto ao Aristides do nosso tempo, é realmente um homem esmerado da governação cujos princípios se professam por defender os seus superiores da curiosidade bacoca do cidadão comum, garantindo-lhe a tal protecção do sigilo fiscal, que é como quem diz; ninguém tem que saber de onde lhe vem o dinheiro nem a riqueza.
Agora existe o homem e existe uma lista. Mas comparem tudo.

Este cauteloso “Sr. Aristides” do governo, lembrou-se de criar um mecanismo de alerta ao aceder a contribuintes perante a administração fiscal, mas com uma diferenciação no tratamento. Um mecanismo de alerta em tempo real à consulta dos “Srs. Schindleres” pervertidos dos novos tempos.
Diz-se que só foram feitos testes, mas no fundo estava-se já a vigiar de forma ilegal, protegendo uma casta VIP, com o formador a ameaçar os formandos que se acedessem à lista tinham processo como acabou por os haver.
E tanto é que a autoridade tributária não actuou porque era isso o pretendido, mas nos processos esteve atenta.

O Director Geral demitiu-se no meio de uma serie de trapalhadas que não dá para entender, nem se ele se demitiu ou foi demitido, numa combinação para que só role a sua cabeça e não as de cima, com membros do governo que nunca se assumem nem nunca sabem nada do que se passa à sua volta, os Aristides do nosso tempo.

Um filtro que já existia em finais de 2014, mas foi conhecido quando já não deu para encobrir. O tal sinal magnético a avisar que aquele número VIP de contribuinte tinha sido acedido.
Como se consegue fazer isso se não existir uma lista restrita?
Se não existisse todos os cidadãos accionavam o alerta.
Sendo assim só podia mesmo haver a lista escondida ou  em forma de teste ou já mesmo implantado.

Dizem que tiveram contactos com os americanos que os ajudaram na forma de segurança da AT e dos contribuintes, esquecendo-se que aqui devíamos ser todos tratados por igual perante a Constituição.
De resto isto não passa de uma intimidação "pidesca" por forma a evitar que o cidadão comum se indigne ao saber os rendimentos e os teres e haveres das gentes do poder.
Agora se havia lista ou não, isso não interessa o que interessa é que existem pessoas de 1ª e depois lá longe existe a plebe.
Eu percebo bem a preocupação dos apaniguados dos partidos do governo em quererem proteger os seus cabecilhas.

No fundo a culpa foi de um tal Vítor Lourenço (formador) que ingenuamente meteu a boca no trombone, logo para cerca de 400 formandos.  

Conclusão não existia lista, mas existia controle sobre uns tais VIP’s, só que parece que não existia ou não tinha que existir.
Confuso? Não!
O que esta gente tem ou ganha não é para se saber, mas agora cada vez se torna mais difícil esconder trapalhadas. 
Mesmo assim nenhum membro do governo se demite. Devem-se achar mesmo VIP’s e intocáveis.
Oh Paulo de resto é um mau ProNuncio! 
Nunca há provas, nem culpas, não sei porque que são estas Brigas, Afonso!

terça-feira, 3 de março de 2015

PALAVRAS SÁBIAS DE QUEM NOS GOVERNA

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Sobre a dívida à Segurança Social, Passos Coelho garante:

-Nunca fui notificado.
Acrescentou ainda:
-Eu não tinha consciência que essa obrigação era devida durante esse período, evidentemente que poderia ter tido conhecimento disso por outra via e poderia até ter sido notificado pela Segurança Social na altura dessa situação, mas não fui. Não existe, portanto, da minha parte nenhuma intenção de não cumprir com essas obrigações, estava convencido que elas eram, nessa época, de opção e que, portanto, eu não tinha esses anos de carreira contributiva.
-Eu pertenço a uma raça de homens que gosta mesmo quando não é o próprio a causa do endividamento de honrar os compromissos do país, de pagar aquilo que deve, mesmo que por essa razão tenha de solicitar aos portugueses um sacrifício ainda maior.

Passos Coelho agora diz, “nunca ter usado o lugar para enriquecer”, passando ao ataque.
O outro também diz que nada está provado e que aquilo era dinheiro emprestado, mas ainda está preso!
Acrescenta à polémica, “Não sou um cidadão perfeito, tenho as minhas imperfeições”.
Ora mais um bocadinho assumia a culpa e demitia-se, mas como é imperfeito…
Atira ainda mais, "nunca usou o lugar de PM para ocultar qualquer tratamento diferente do de qualquer cidadão, para enriquecer, para pagar favores ou para viver fora das minhas possibilidades".
A coisa parece que vai aquecer.



Parece que afinal ele foi vítima de erros da própria administração diz Mota Soares.
Pois diz que nunca foi notificado.

Já o sabia desde 2012 mas ele decidiu pagar no final do mandato.
É que no final do mandato já não tinha importância. E já que estava prescrita a obrigação de pagar, estava pago por natureza, penso eu.

Sabe Sr. P.M., as pessoas que descontam logo através dos recibos de vencimento esses sabem quanto lhe custa a lei que o senhor diz desconhecer, mas soube aumentar na tal famigerada subida da TSU. Não só os funcionários como os reformados, ou também não sabia, que fizeram este esforço imposto por si e por causa de si e outros mais que ardilosamente não pagaram quando deviam.

Não foi notificado! Mas toda a gente que estava em dívida o foi.
Só paga quem quer, quem não quer arrisca-se a ser penhorado.

Mas pronto se não foi notificado, se calhar é porque não tinha que o ser.
Acredito que nessa altura o Estado não adivinhasse o caso da Tecnoforma, o Centro Português para a Cooperação ou muitas outras empresas e pessoas, que se souberam orientar.
Agora seria mais difícil não declarar e não pagar, porque o cerco e cruzamento de dados do fisco e segurança social é mais apertado.

Passos desconhecia a lei para pagar, por outro lado sabia como funcionavam os fundos da U.E.

700 MIL portugueses sabiam que tinham que pagar à Segurança Social, mas Passos, não sabia da sua dívida entre 1999 e 2004, que ascendia a 7.430 euros em 2013 com os juros.

Passos Coelho já deve ser mesmo visto como mau vizinho lá para os lados de Massamá. O melhor é mudar-se logo de casa e não esperar pelo fim da legislatura como disse querer fazer com as dívidas à segurança social.
Apesar de eu aqui para estes lados não me agradar sequer cruzar-me com ele, mas pronto a rua é de todos, por enquanto.


domingo, 22 de fevereiro de 2015

UMA BIRRA DE CRIANÇAS

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O programa de Alexis Tsipras “é um conto de crianças”, segundo o nosso Primeiro Ministro.

O Syriza ao querer renegociar a dívida pública da Grécia para a conciliar ao seu programa de governo é impossível, segundo Passos Coelho.
Por esta razão a nossa ministra das finanças fez aquilo que se pode chamar não um conto de crianças mas sim uma birra de crianças.
Primeiro a "criança" foi exibida como uma boa aluna por Schauble, sem antes a Srª. Ministra não ter deixado de pedir ao seu homologo alemão, para não aprovar o programa dos Gregos apresentado ao Eurogrupo.
Maria Luís Albuquerque, sabe muito bem das suas razões tal como o governo espanhol.
A dureza das medidas de austeridade aplicadas ao povo, que deram os resultados que todos sabemos, foram seguidas à risca e sem pestanejar por Passos Coelho, que nunca quis pôr em causa o programa de austeridade aplicado pela Troika.
O nosso governo teve uma atitude de subserviência, aos interesses financeiros, nunca levando em conta as consequências devastadoras para a nossa economia, numa humilhação agora reconhecida por Juncker, o presidente da Comissão Europeia ao afirmar “Pecámos contra a dignidade de Portugal” mostrando-se contra a atitude de Durão Barroso, dizendo que foram um erro tais medidas de austeridade.
Mesmo assim estas sim crianças não desarmam e continuam a fazer birra, contra a atitude da Grécia, porque temem que estes alcancem um programa de tal forma vantajoso que ponha em causa toda a política de submissão aos interesses mais poderosos, que seria vergonhoso para eles.
Esta é a razão porque Varoufakis se desagradou com a "criancice portuguesa" ao colocar entraves ao acordo agora conseguido.
Esta flexibilização do novo governo grego é aquilo que se pode exigir a um verdadeiro governo, que defenda os reais interesses do seu povo. Mas a posição submissa do nosso Primeiro Ministro afirmando que, “nós vamos cumprir o programa de ajustamento custe o que custar” só demonstra que defende tudo menos os interesses de Portugal e agora numa atitude hostil faz birra de criança. e ainda vincou a ministra das finanças, “Não faz sentido pensar nos mesmos termos, a situação de Portugal é distinta da Grécia”.
Será assim tanto?
A posição de Portugal é distinta, mas só por enquanto, até porque a nossa dívida é maior que a da Grécia, se juntarmos a dívida privada com a pública.
Eles é que não dizem isso!
Apenas enrolam com o «foi um grande esforço dos portugueses». Garante Portas, e nós assinamos por baixo, eles é que não, que não fizeram esforço nenhum.Antes pelo contrário, mas o povo passou a receber salários miseráveis e a viver da caridade entre outras coisas como o ter que fugir daqui. 
Agora vem a ministra fazer este “show off”, apresentada como "menina de coro" de Schauble pressionando para evitar chegar-se a acordo com a Grécia. 
Uma situação que se pode tornar vantajosa para Portugal, vem a "menina" propagandear antes porém a antecipação do pagamento da dívida ao FMI. 
Faz-me lembrar aquelas pessoas (que são cada vez mais) e vão a correr contrair um empréstimo para cobrir o outro que não conseguem pagar, como se a dívida deixasse de existir, mas com a espada sempre apontada à cabeça adiando apenas o inevitável. 
Que grande feito, que orgulho, que conto de crianças.
Em vez de aproveitar a boleia e forçar uma renegociação mais vantajosa faz-se uma birra de criança, para que não se perceba que o que fizeram antes, foi uma criancice.
Varoufakis foi forçado a desabafar que Maria L. Albuquerque foi mais alemã que os alemães, perante e falta de resposta do presidente do Eurogrupo aos jornalista, mas sempre numa atitude altruísta e de respeito de uma pessoa que ainda agora começou a governar e já mostrou um grande sentido de Estado, mas sempre com o respeito para os seus congéneres.
Porque já se sabe que quem se deita com crianças corre o risco de acordar molhado.

sábado, 7 de fevereiro de 2015

HEPATITE C versus NEOLIBERALISMO

"Pagar uma fortuna para aceder ao medicamento não nos parece uma coisa equilibrada". 
Foi com estas palavras que fiquei de boca aberta relativamente ao nosso Primeiro Ministro.
Entrevistado por causa dos doentes da hepatite C, Passos Coelho respondeu assim.
Este defensor do neoliberalismo, patrono das políticas conservadoras e da economia privada, vem agora insurgir-se contra uma empresa norte americana de medicamentos que comprou a patente do medicamento da cura da hepatite C.
Não entendo como se defende este modelo económico e depois se ataca com o não lhe parecer equilibrado o preço do medicamento.
Mas não é assim que funciona o neoliberalismo puro que ele defende?
Tirar o máximo lucro com o mínimo do investimento possível, ou melhor, o conhecido chavão da “maximização dos lucros”.
Se assim é, Passos Coelho só tem é que aplaudir e não contestar. Afinal é a política  que ele defende.
Então uma empresa arrisca a compra de uma patente faz o seu investimento e depois já não pode sugar-nos o dinheiro?
Assim não é neoliberalismo?
Será que Passos Coelho, não percebe esta sua dualidade de critérios? 
Defende as regras do capital mas quando toca ao seu governo pagar, antes prefere deixar morrer pessoas?
Nos EUA todos os meses são inventados montes de medicamentos e vendidos a estas farmacêuticas sanguessugas que retiram deles o máximo lucro em função das debilidades da saúde dos doentes.
Negócios chorudos que acabam por criar novos ricos à medida que são lançados os produtos pelas farmacêuticas nas bolsas de negociação americanas, algumas com valorizações mesmo super astronómicas, em função do tipo de medicamento e da doença.
Já imaginaram a cura do Ebola nas mãos desta empresa? Só se safavam os ricos.
Isto é, as doenças são um negócio pornográfico, altamente  lucrativo para as farmacêuticas, mas Passos Coelho, não queria entrar neste negócio do modelo económico que ele acerrimamente defende!
Depois do burburinho criado à volta da doença da hepatite C e vendo o Governo na vergonha em que se estava a meter veio agora dar a mão à palmatória remediando e fazendo engolir a Passos Coelho, aquilo que tinha dito, em nome das eleições à vista, porque as vidas para ele devem-se reduzir a menos doentes, mas menos doentes com mais mortes, e mais mortes com menos peso para as despesas no Ministério da Saúde.
Agora percebemos que as vidas afinal para estes senhores afinal têm um preço e neste caso o preço da indignação que crescia pelo País inteiro.
Sendo assim fizeram o acordo de preço cobrado pela farmacêutica norte americana Gilead para curar doentes, que se baseará não no medicamento mas no doente curado pelo medicamento. 
Os custos não foram revelados e eles lá saberão porquê.
Demorou a negociar. Mas logo no dia seguinte, após o vexame sucedido na Assembleia da República a Paulo Macedo, tudo se resolveu.
O Governo gastará dezenas de milhões de euros diz o Ministro, para curar 13 mil doentes, que entretanto estava a querer ver morrer, conforme já aconteceu nestes três anos a 250 pessoas com essa doença.
Estes senhores sempre foram peritos e furar as leis da República e neste caso o Artº 64, da CRP.
E não pensem que seja apenas e só uma doença de sexo ou drogas. A doença pode-se transmitir numa transfusão de sangue, num piercing até. É uma doença da sociedade como outra doença.
Por causa da recusa do Governo em gastar tanto dinheiro, morreram pessoas úteis à sociedade e sobretudo às suas famílias.
As pessoas morreram por questões administrativas, opções do Governo em não gastar dinheiro.
Isso consubstancia um ato ilícito, que a meu ver pode ser enquadrado na não prestação de auxilio ou mesmo homicídio por negligência. E nos casos dos que ainda não faleceram mas que tiveram que fazer transplantes de fígado por falta do medicamento, consubstancia também o crime de ofensa à integridade física grave. Parece-me claro!
Os nossos governantes parecem terem-se comportado como criminosos no que diz respeito à lei fundamental do País e ao Código Penal. 
O que parece faltar aqui é uma queixa crime, pelas ilegalidades em nome de má gestão de recursos financeiros que se sobrepunham a vidas humanas.
Será que é desta que vão à barra dos Tribunais, responder por isto?
Uma vida não tem preço a não ser para este governo, que só arrepiou caminho quando percebeu que já lhe era mais prejudicial não comparticipar o medicamento do que deixar morrer pessoas. 
Só assim eles entendem, quando os gritos desesperados das pessoas se levantam e falam tão alto que nem eles nem ninguém os conseguem abafar.
Foi isto que aconteceu, senão muitas vidas continuariam a perecer por causa da poupança cega, quando nestes últimos tempos se fizeram tantos ricos e sabe lá Deus como.
Tenham vergonha.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

A PT (que era de) PORTUGAL

A empresa de telecomunicações PT Portugal, foi hoje a mais uma Assembleia-geral de accionistas.
A razão prende-se com a venda da empresa por parte da Oi (brasileira) à Altice que parece que é francesa, mas não se sabe bem, porque aquilo pertence a esses fundos que especulam no mercado, ganham uns milhões à custa de empresas produtivas e depois as compram muitas vezes por “tuta e meia” e as tomam para darem ainda mais lucro. Não acrescentam valor às empresas, até porque reduzem nos investimentos e trabalhadores. 
Mas vamos lá entender a triste história da PT!
Era das empresas de maior orgulho nacional e dava milhões de lucro ao Estado antes de ser privatizada.
Mas com estas politicas liberais e mercantilistas vendeu-se, não só porque é a lógica destes governos da economia onde estamos integrados que nos obriga a vender para sermos sugados pelos maiores, mas também porque a privatização serviu para embolsar  grandes quantias de dinheiro para os Orçamentos do Estado e assim disfarçar os desgovernos ao longo destes anos. E quem não se lembra da inclusão até no O.E. do fundo de pensões da PT no governo de Sócrates, para mascarar o deficit do O.E.!
Agora depois de tanta coisa dita sobre esta empresa que era de referência a nível internacional o que lhe está a acontecer?
Tudo do que era menos esperado!
Aqueles que se vangloriavam da sua gestão recebendo milhões, como Zeinal Bava e Granadeiro, que chegaram a ser condecorados pelo Presidente da República; aliás este Presidente parece escolher sempre os que estão do lado errado, pelo menos em termos de gestão de dinheiros e esses mesmos foram também os que arruinaram a PT.
A menina bonita dos portugueses, depois de tantas trapalhadas, desde as fusões e “desfusões” com a Telecom espanhola, para a compra de telecomunicações brasileiras, passando pela oferta de compra da Sonae e Isabel dos Santos, dos investimentos feitos que foram maiores do que era permitido para as suas posses, dos medos de ser comprada por este ou aquele por ser apetecível, acabou por fazer o negócio mais ruinoso possível.
Vamos lá ver se entendemos as contas do negócio!
 A PT faz uma fusão com a Oi que estava aflita com as suas contas, por estar super-endividada.
Bem a PT também tinha dívidas, mas era uma operadora inovadora em diversos sentidos, tinha um “core business” invejável, daí a ser apetecível, com um negócio essencialmente na comunidade de língua portuguesa e operava de forma estratégica em grande parte do atlântico norte, em múltiplos países de língua portuguesa e mais alguns.
Não satisfeitos e com essa vontade desmedida fizeram o negócio com a Oi.
Só no negócio feito da PT com a Oi a PT perdeu em taxas de câmbio cerca de 1.000 milhões de euros.

A Oi é uma empresa carregada de dívidas. Cerca de 15 mil milhões de euros. Caiu em bolsa 88% e com isto arrastou a PT para a desgraça, com perdas de cerca de 90% devido à sua participação na Oi, com uma desvalorização de €4.200 milhões. Quanto ao negócio dos 900 milhões na RioForte, que afinal a Oi conhecia desde maio,  fez-se desconhecida como se veio a saber. Com isto desvalorizou a participação da PT no negócio de 37% para 25,6%, uma perda de 11,4%, quando a Oi já sabia de tudo, mas não se importou.
Não se importou porque entretanto já andava a negociar a venda da PT à Altice, dona da Cabo Visão, por 7.400 milhões de euros, estando-se nas tintas para os projectos de ambos querendo fazer apenas dinheiro com a PT, para saldar as dividas aos seus credores, que é isso que hoje se decidiu. A salvação por enquanto da Oi, com esta venda da PT.
A Altice o que quer é lucro e a primeira coisa que vai fazer é despedir, mas a PT é alimento de cerca de 30 mil famílias, que o governo não enxerga.
De seguida como não tem “know How” suficiente ou vende a PT a uma operadora capaz, ou faz uma fusão para reforço de capital para investimento ou vende as mais valias da PT a retalho, destruindo a  menina dos nossos olhos.
E os accionistas como ficam no meio disto?
O dinheiro fala sempre mais alto. Por isso os accionistas maioritários quizeram vender, mas parece que não vão receber nenhuma contrapartida no negócio. Sendo assim o lucro deles será a participação na Oi que está em vias da insolvência por causa das dívidas. Se isso acontecer não vejo porque razão aceitaram um negócio já inquinado à nascença.
Podia ser por patriotismo, mas o dinheiro não tem pátria e eles sempre têm a esperança de vir a não perder tanto com a venda da PT.
Primeiro porque um dos maiores accionistas é o Novo Banco, que é representado pelo Estado, na pessoa da CGD, Banco de Portugal e depois pelos outros accionistas do fundo de resolução para salvar o BES, que é o BPI e BCP. Eles querem  reaver o mais depressa possível o dinheiro enterrado no BES/Novo Banco, que tinha os tais 12,5% da PT.
Ora estes senhores votaram a favor da venda na esperança de um encaixe financeiro, para o fundo de resgate do BES. Os outros accionistas parece que votaram pelo mesmo caminho, que é a venda, como é o caso do fundo da Segurança Social.
Resta os pequenos accionistas e os trabalhadores que estão contra, porque o governo já veio pela boca do ministro da economia a dar entender que o melhor era resolver isso rapidamente e rapidamente é mesmo aceitar o negócio, porque para bom entendedor meia palavra basta.
O que se espera afinal da PT Portugal?
A desgraça, já que ninguém se importa com ela.
Só resta esperar pela sua desvalorização sucessiva em bolsa e quando chegar aos sete cêntimos por acção compre, que aí já será um bom negócio, nem que seja pelo nome e prestigio que já teve e quem sabe a Isabel dos Santos, a Sonae ou outros voltem a querer comprar a PT à Altice que fará um bom encaixe.
Entretanto 97% dos accionistas concordaram com a venda.

Que venha Cavaco a condecorá-los.