domingo, 27 de outubro de 2013

PRIVATIZEM OS CTT

O governo prepara-se para privatizar os CTT. O encaixe financeiro servirá para aliviar as contas ao Orçamento de Estado e como nas restantes privatizações enganar na execução orçamental, fazendo crer aquilo em que ninguém acredita.
 Sempre foi assim ao longo das várias privatizações, vender os anéis e ficarem os dedos, que somos nós a força de trabalho e de exploração.
 De resto os ricos que levem os anéis a preço da “uva mijona”, que apresentem sempre grandes resultados financeiros e que continuem a construírem fortunas, agora nas mãos dos privados como a PT, EDP, CIMPOR e a banca etc.
Todos dão chorudos lucros, depois de vendidas ao desbarato para maquilhar as contas do orçamento e para servir um certo sistema económico que nos asfixia cada vez mais.
Agora privatiza-se os CTT. Cria-se um Banco, o falado Banco Postal, para se tornar mais apetecido.
Depois despedem-se uns quantos trabalhadores para o Estado suportar a sua desgraça. Fecham-se umas repartições de finanças e mais não sei que mais haverá para encerrar. Ah os Tribunais. Pronto juntam todos estes centros de (in)competências, numa espécie de Loja do Cidadão provinciana, junta-se tudo numa Estação dos CTT entretanto privatizada, paga-se-lhe uma boa renda para o novo dono engordar bem os bolsos e fica tudo resolvido.
Não se encerram alguns dos Correios e cala-se o povo. Metem-se uns serviços públicos lá dentro e cala-se os tolos.
Afinal nada fecha. Faz-se uma espécie de remodelação e entretanto entrega-se nas mãos dos privados a gestão da causa pública.
Metam nas Estações dos CTT, as Finanças, Tribunais a GNR para os guardar, os serviços de água, sei lá…, metam também os Centros de Saúde, vão ver que os CTT ou o novo Banco Postal vão dar muito dinheirinho a alguém.
E os portugueses a pagarem.
Bandidos, eles?
Parvos nós, os portugueses!
 Quem sabe se um dia não fazem mesmo isto, afinal há muita estação dos correios pelo país fora para serem rentabilizadas e muita gente para despedir.
Ah e as bases de dados dos clientes, vão dar também muito dinheirinho ao ser vendidas.

Somos todos uma cambada de burgessos. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A cleptodemocracia instalada

A cleptomania é um distúrbio que leva as pessoas a roubar sem muita consciência e sem necessidade.

Os estados cleptomaníacos serão estados onde os seus estadistas sofrem destes distúrbios sem “consciência” mas garantidamente sem necessidade.

Relativamente ao que se tem verificado em certos regimes ditos democráticos, ou os eleitores são coniventes, aceitando o facto como coisa normal, ou as pessoas sofrem de inconsciência, ou estão alheios à realidade dos seus governantes.

Se levarmos em conta o artigo publicado pela Reader´s Digest, Lisboa é a cidade menos honesta do mundo. Logo se concluirá que somos um povo desonesto.

Se somos unânimes a considerar que os políticos são desonestos, concluiremos que quem nos governa é desonesto. Usando o princípio da lógica Aristotélica.

Mas não podemos pensar assim.

Temos sido governados por um grupo de partidos, que se reveza nos altos cargos da nação. Ora estão no governo ora estão nas empresas ou nas diversas entidades públicas onde praticamente têm sido os mesmos desde há 38 anos.

Juntando os se que formaram nas jotas desses partidos e começaram a ocupar os lugares dos mais velhos, concluímos que os tais mais de três mil lugares nos altos cargos são ocupados sempre pela mesma gente.

Contando que há mais de 30 anos esses senhores na sua maioria eram quase todos pobres como nós e com o correr do tempo se transformaram em novos ricos, de onde lhes veio o dinheiro?

Serão eles cleptomaníacos?

Acho que não!

Para mim esses senhores são apenas seres bafejados pela sorte. Eu até acho que eles se fartaram de ganhar no euromilhões, mas calaram-se bem caladinhos. Ou se calhar são daquele tipo de pessoas, que dão um pontapé numa pedra e o dinheiro aparece-lhe.

O que é certo é que a nossa democracia está cheia de gente rica, rodeada de uma multidão de pobres num país falido.

Pela comunicação social e redes sociais, são muitos os casos denunciados, de elevados ordenados, acompanhados de mordomias e suspeitas de enriquecimento ilícito, alguns levados a tribunal e outros que ninguém sabe.

Rui Machete, faz parte dos tais homens do aparelho, que ocupam cargos governativos e rodam pelos tais cargos de nomeação onde se acumulam avultados ordenados e se constroem fortunas.

Rui Machete conforme ele diz representa a “podridão dos hábitos políticos”, de andar por vários governos, de instituição em instituição, como o Banco de Portugal, Fundação Luso-Americana, Fundação Oliveira Martins e o vergonhoso BPN.

Este homem sempre passou despercebido, de cargo em cargo até que mesmo ainda aos 73 anos não resistiu à chamada para o governo mais vergonhoso até agora conhecido.

O homem que tem como pensão 132 mil euros e declarou rendimentos de trabalho de 265 mil euros em 2012 (uma afronta aos portugueses), tem o desplante de em vez de se demitir, vir dizer que está em curso uma campanha de assassinato político.

Rui Machete acumulava 31 cargos nas mais diversas entidades, antes de ir para este governo. Era presidente das assembleias gerais do BPI, BCP, grupo de seguros Ageas, SAER - Sociedade de Avaliação de Empresas e risco, EDP renováveis e era presidente dos conselhos fiscais do BCP investimento, Taguspark e membro do conselho consultivo da Comissão Nacional de Luta contra a Sida e do conselho geral da Fundação Mário Soares.

Rui Machete tinha que vir para este governo para ser notícia e para o povo entender no que se tornou este país.

Muitos Machetes e muitos Relvas andam por aí escondidos a precisar de sair da toca do coelho, para entendermos como estes democratas levaram o país à ruína.



Rui Machete mentiu ao parlamento sobre as acções que detinha no BPN/SLN e dos seu chorudos ganhos que os portugueses agora andam a pagar.

Depois de vir pedir perdão a Angola, pelo trabalho da justiça de investigação criminal à plutocracia angolana, colocou sobre suspeita a separação de poderes que tenta resistir em Portugal, dando a entender que conhecia o processo.

Rui Machete humilhou um Estado Soberano, dando azo a que os Angolanos nos atacassem de forma tão vil e humilhante.

Mas um homem destes não se demite de Ministro porque já não há vergonha em Portugal.

Ainda por cima, Passos Coelho vem dizer que ele é um homem com uma enorme cidadania. Tudo o que fez não é uma circunstância grave, que não pôs em causa a credibilidade do Estado Português e não cometeu nada de grave.

Por haver nas altas esferas muita gente assim é que isto é uma verdadeira cleptodemocracia sem pudor.

Por tudo isto é que os angolanos dizem que as elites portuguesas são corruptas e ignorantes.

Eles lá sabem do que estão a falar, mas nós aqui parece que não sabemos mesmo nada.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Os PAPA-REFORMAS ou MATA-VELHOS?

Os “papa-reformas” ou “mata-velhos”, foi uma espécie de microcarros que surgiram em tempos, como alternativa para os reformados que não tinham carta de condução para ligeiros e desta forma passaram a ser condutores ainda que perigosos. Devido ao preço e manutenção assim como os acidentes causados classificaram-nos desta forma.

 Perdoem-me a designação que até é ofensiva a tamanha afronta, mas agora surgiram uns novos “mata velhos” ou “papa reformas”. Chama-se Governo Nacional.

Estes papa-reformas, foram encabeçados por Passos Coelho, que vieram com a ideia da TSU dos pensionistas, para lhes papar as reformas, em que Paulo Portas até discordou em parte, fazendo bluff numa espécie de show-off.
Na altura em que fez tremer o governo, Portas mostrou-se contra essa medida de austeridade, não se sabe se preocupado com as eleições que aí vinham, se preocupado com a promoção dentro de governo que também aí veio.
O que é certo, o agora promovido a vice-primeiro, veio após negociações com a Troika, com esta medida, atacando cobardemente (ao que li na imprensa) com esta afronta aos velhinhos indefesos, quando na sua esmagadora maioria são idosas com mais de oitenta anos, completamente desarmadas perante as garras vorazes de um governo que só se pode apelidar de mata-velhos.
Ainda veio Passos Coelho dizer que austeridade não é sadismo.
Claro que não é sadismo nem masoquismo, muito menos crueldade. 
Eles os velhinhos podem fazer colheres de pau, ou apanhar cartão que é coisa leve.
Elas as velhinhas, que vão trabalhar a dias, limpar escadas, ou mesmo cuidar doutros velhinhos com ricas reformas e casas fartas, ou então se não puderem, olha que comam menos se é que ainda têm algo para comer. 
Que deixem de ir ao médico e tomar medicamentos, ou que vão viver como mendigos, se não tiverem dinheiro para as rendas, depois de lhe terem cortado a eletricidade, água e gás.
Antigamente diziam que os chineses davam injeções atrás da orelha aos velhinhos para morrerem e que os comunistas na Rússia comiam criancinhas. 
Eu sempre tive alguma dificuldade em acreditar, mas agora começa a pensar que se calhar era verdade, ao ver no meu País um governo que não ajuda a nascer ninguém, que nos manda ir embora e agora  vem ajudar a morrer os velhinhos,  cortando nos €250 ou menos de pensão de sobrevivência.
Vem  afetar 546 mil idosas (81,6%) com mais de 80 anos.
Ai bem se pode chamar a este Governo o papa-reformas ou melhor o mata-velhos, tal é a dureza contra tanta gente indefesa.
E agora Paulo Portas, que recebias tantos votos dos velhinhos, que gostavam tanto de ti?
Ai vais matá-los vais!
Vais perder muito voto, vais vais!

domingo, 6 de outubro de 2013

A MISSA REPÚBLICANA

As missas a que me habituei, eram daquelas missinhas ao domingo de manhã em que éramos obrigados a ir e prestar contas lá em casa. Mas havia uma técnica, era aparecer ao final da missa e saber quem tinha lido a epistola e assim enganávamos as nossas mães.   


Nós rapazes à medida que nos íamos tornando espigadotes, começávamos a furtar-nos àquela maçada, que era ouvir o Sr. Padre lá do “seu” altar a proferir sempre a mesma lengalenga, embora com homilias ligeiramente diferentes reportando-se a episódios bíblicos, cuja intenção era revelar-nos a verdade de Deus, acompanhadas de recados à comunidade.

O padre era assim como que um mensageiro da fé, que nos ensinava o caminho da verdade.

Eu sempre me convenci, que as pessoas que iam à missa, não iam para ouvir o padre a falar sobre passagens bíblicas, mas sim por uma questão de fé e tementes a Deus, que nos levava a pensar que lá nos céus há Alguém acima de nós que nos observa e conforme nos habituaram a crer, esse Alguém nos desculpa pelo mal que fazemos ao próximo e pela confissão está sempre disposto a perdoar-nos.

E sempre que alguém se sente pecador, lá está pelo menos aos domingos a pôr a mão no peito fazendo o seu ato de contrição, quer seja rico ou pobre. 
Nos pobres é mais uma espécie de devoção com pedidos a Deus na esperança de uma vida melhor, já quanto aos ricos, pedem remissão dos pecados cometidos que pela confissão e pela missa dominical se sentem absolvidos, acompanhado de uma famigera moeda na bandeja à passagem do peditório, para que todos observem a sua suposta bondade para com Deus e a Igreja.

No final da missa  lá vão convidar o Sr. padre para ir almoçar lá em casa, para terem uma maior proximidade com Deus e acumularem mais indulgencias.

À despedida os menos avarentos oferecem um envelope com umas notinhas para o sr. padre fazer a sua vidinha porque também é filho de Deus e assim se converte mais um cúmplice.

Fica-se redimido para uma nova semana de opressão e atropelos àqueles e às leis que os regulam como seus servidores, sujeitos à batuta que novamente se torna opressiva.

O que é certo é que ninguém gosta de faltar à missa de domingo, quer seja para se pavonear pela igreja adentro, ou para reparar em quem lá vai ou deixa de ir, ou então para se inteirar dos últimos acontecimentos do burgo, que ali fazem notícia.

Quanto a fé cada um toma a que quiser, mas sempre temendo a Deus, não as vá o diabo tecer.

Ontem já não foi feriado, por pecado governamental, o dia da implantação da República, em que se tentou separar a igreja do poder, já não é feriado, e como tal não houve a mesma missa, como acontece aos feriados e domingos.

Aqui o "padre" e o rico banquetearam-se, mas mais sórdido ainda, com um governo comungando da mesma mesa e na figura do sacerdote retribuiu as esmolas, os almoços e envelopes oferecidos para remissão dos pecados, a troco de mais uns dias de trabalho para assoberbar os bolsos famintos de ganância dos nossos empresários e patrões.

E assim os pobres diabos continuarão a pedir a Deus por melhores dias, pela miséria que a cada hora se avulta.

Quanto à missa que ontem já não houve, essa sim foi apregoada agora pelo Cardeal, que de uma forma apadralhada e masoquista, aplicou um sermão aos seus acólitos com um discurso rendido à inevitável desgraça de um ajustamento às necessárias medidas de austeridade impostas pela Troika.

Numa homilia vazia de conteúdo mas cheia de conformismo, Cavaco Silva não disse nada, porque já nada tem para dizer. Proferiu palavras sem assunto, escusando-se a dar recados a quem quer que fosse, aceitando a crise como uma inevitabilidade, onde os presentes no meio de bocejos pela maçada marcaram presença na eucaristia, cumprindo um ato de fé, fazendo de figuras devotas e representantes institucionais de uma democracia que não funciona, com medo de sacrilégios ou receio de ser excomungados e aproveitando para se pavonearem.

Salvou-se a leitura da epístola de António Costa, com um discurso luterano, que de certa forma tem vindo a conquistar alguns adeptos fervorosos e esperançados na ascensão de uma nova religião.

Quanto ao nosso Cardeal e restantes sacerdotes, apressaram-se a entrar para dentro da “igreja” tentando ignorar os apupos e assobios dos ateus que do adro pediam "demissão". Apesar de não serem assim tantos, já são mais que suficientes para ensurdecer as suas cabeças, cada vez que aparecem em público, mesmo que de fugida.

E assim entre uma espécie de retiros e visitas papais, como a última à Suécia, o nosso "Sumo Pontífice" vai largando umas atoardas, contradizendo o que anunciou cá dentro, falando aos ricos lá de fora, que tudo está bem, que a salvação está próxima e que todos alcançarão os reinos dos céus sejam uns de barriga cheia, sejam outros com ela vazia.

Se calhar masoquismo é mesmo uma questão de fé. Falo de mercados, claro!

Porque aqui nós já não há fé que nos salve.

Mas pronto vão lá à missa.

Ah, no dia de todos os santos, não!

Já não é feriado, teremos que trabalhar religiosamente conforme nos obrigam.

A bem dos mercados lá fora e por causa da crise cá dentro.