quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A cleptodemocracia instalada

A cleptomania é um distúrbio que leva as pessoas a roubar sem muita consciência e sem necessidade.

Os estados cleptomaníacos serão estados onde os seus estadistas sofrem destes distúrbios sem “consciência” mas garantidamente sem necessidade.

Relativamente ao que se tem verificado em certos regimes ditos democráticos, ou os eleitores são coniventes, aceitando o facto como coisa normal, ou as pessoas sofrem de inconsciência, ou estão alheios à realidade dos seus governantes.

Se levarmos em conta o artigo publicado pela Reader´s Digest, Lisboa é a cidade menos honesta do mundo. Logo se concluirá que somos um povo desonesto.

Se somos unânimes a considerar que os políticos são desonestos, concluiremos que quem nos governa é desonesto. Usando o princípio da lógica Aristotélica.

Mas não podemos pensar assim.

Temos sido governados por um grupo de partidos, que se reveza nos altos cargos da nação. Ora estão no governo ora estão nas empresas ou nas diversas entidades públicas onde praticamente têm sido os mesmos desde há 38 anos.

Juntando os se que formaram nas jotas desses partidos e começaram a ocupar os lugares dos mais velhos, concluímos que os tais mais de três mil lugares nos altos cargos são ocupados sempre pela mesma gente.

Contando que há mais de 30 anos esses senhores na sua maioria eram quase todos pobres como nós e com o correr do tempo se transformaram em novos ricos, de onde lhes veio o dinheiro?

Serão eles cleptomaníacos?

Acho que não!

Para mim esses senhores são apenas seres bafejados pela sorte. Eu até acho que eles se fartaram de ganhar no euromilhões, mas calaram-se bem caladinhos. Ou se calhar são daquele tipo de pessoas, que dão um pontapé numa pedra e o dinheiro aparece-lhe.

O que é certo é que a nossa democracia está cheia de gente rica, rodeada de uma multidão de pobres num país falido.

Pela comunicação social e redes sociais, são muitos os casos denunciados, de elevados ordenados, acompanhados de mordomias e suspeitas de enriquecimento ilícito, alguns levados a tribunal e outros que ninguém sabe.

Rui Machete, faz parte dos tais homens do aparelho, que ocupam cargos governativos e rodam pelos tais cargos de nomeação onde se acumulam avultados ordenados e se constroem fortunas.

Rui Machete conforme ele diz representa a “podridão dos hábitos políticos”, de andar por vários governos, de instituição em instituição, como o Banco de Portugal, Fundação Luso-Americana, Fundação Oliveira Martins e o vergonhoso BPN.

Este homem sempre passou despercebido, de cargo em cargo até que mesmo ainda aos 73 anos não resistiu à chamada para o governo mais vergonhoso até agora conhecido.

O homem que tem como pensão 132 mil euros e declarou rendimentos de trabalho de 265 mil euros em 2012 (uma afronta aos portugueses), tem o desplante de em vez de se demitir, vir dizer que está em curso uma campanha de assassinato político.

Rui Machete acumulava 31 cargos nas mais diversas entidades, antes de ir para este governo. Era presidente das assembleias gerais do BPI, BCP, grupo de seguros Ageas, SAER - Sociedade de Avaliação de Empresas e risco, EDP renováveis e era presidente dos conselhos fiscais do BCP investimento, Taguspark e membro do conselho consultivo da Comissão Nacional de Luta contra a Sida e do conselho geral da Fundação Mário Soares.

Rui Machete tinha que vir para este governo para ser notícia e para o povo entender no que se tornou este país.

Muitos Machetes e muitos Relvas andam por aí escondidos a precisar de sair da toca do coelho, para entendermos como estes democratas levaram o país à ruína.



Rui Machete mentiu ao parlamento sobre as acções que detinha no BPN/SLN e dos seu chorudos ganhos que os portugueses agora andam a pagar.

Depois de vir pedir perdão a Angola, pelo trabalho da justiça de investigação criminal à plutocracia angolana, colocou sobre suspeita a separação de poderes que tenta resistir em Portugal, dando a entender que conhecia o processo.

Rui Machete humilhou um Estado Soberano, dando azo a que os Angolanos nos atacassem de forma tão vil e humilhante.

Mas um homem destes não se demite de Ministro porque já não há vergonha em Portugal.

Ainda por cima, Passos Coelho vem dizer que ele é um homem com uma enorme cidadania. Tudo o que fez não é uma circunstância grave, que não pôs em causa a credibilidade do Estado Português e não cometeu nada de grave.

Por haver nas altas esferas muita gente assim é que isto é uma verdadeira cleptodemocracia sem pudor.

Por tudo isto é que os angolanos dizem que as elites portuguesas são corruptas e ignorantes.

Eles lá sabem do que estão a falar, mas nós aqui parece que não sabemos mesmo nada.

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