segunda-feira, 26 de maio de 2014

NO RESCALDO DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS

Após as eleições de ontem, podemos observar um fenómeno que é sinónimo a toda a Europa. Descontentamento com as politicas dos vários governos.
Começando por Portugal, tal como acontece na Europa, verifica-se um esvaziamento do centro, os tais chamados partidos do arco da governação. O PSD perdeu, o PS que ganhando não pode cantar vitória, tendo que procurar novo líder a fim de ganhar um novo élan, o CDS pôs Portas a fugir, o Bloco de Esquerda, esse epifenómeno transferiu-se agora para o partido unipessoal de Marinho Pinto (que sonha ser Presidente). O MPT, que é o espelho do descontentamento dos portugueses e descredibilidade  com toda esta governação que graça desde inicio dos anos 80, agora com esta guinada para o discurso populista do “bota abaixo” que encontra colo nos que ainda votam, mas descontentes com estas politicas do centrão, que não vêm os partidos como um clube para a vida e assim oscilam quer pelo fragmentador partido Livre, MPT ou Bloco de Esquerda caviar sem verdadeiros ideólogos e obrigada a emigrar, com sinais já desde o tempo do PRD que foram os primórdios desse descontentamento nos partidos em que se acreditava.
Quanto à CDU que continua com um partido (PCP) estruturado e coerente com os seus princípios com um discurso claro quer se concorde com ele ou não, com renovação constante dos seus quadros, mostrando ideias firmes quanto à sua ideologia e à Europa que a denunciou desde o seu inicio, mas que sempre foi perseguido pela ideia do papão comunista criado no mundo que o impede de crescer com mais clareza mas mesmo assim saindo o verdadeiro vencedor, vistos os resultados.
Os partidos da governação que contam com os bodes velhos do aparelho partidário, agarrados à teta que não querem largar, arrastando com eles tudo aquilo que há de mau na politica actual, o clientelismo e o servilismo ao poder económico, que destrói as vidas dos cidadãos.
Vistas as coisas tanto em Portugal como na Europa há claramente uma derrota dos partidos desta democracia. Um cansaço desta politica, que resultou no esvaziamento por completo das maiorias que ocupavam no espectro político, arrastando os povos para as falanges extremistas e assustadores nacionalismos, como a Frente Nacional de Le Pen em França, a Holanda, Dinamarca, Hungria, ou mesmo a Inglaterra contra a União Europeia, a Grécia da Aurora Dourada, até mesmo os separatistas flamengos da Bélgica, passando pelo esvaziamento por completo dos partidos da governação na vizinha Espanha, etc.
Mas quem ganhou efectivamente foi a abstenção, acompanhada dos votos nulos e brancos, daqueles que já não acreditam nesta politica e da qual se dissociaram. 
Quem os conseguir conquistar será um efectivo vencedor, e aí os partidos de extrema direita com as suas ideias torpes e perigosas conquistarão esses insatisfeitos e sem formação cívica e politica suficiente para evitar o horror de um neo-nazismo que tornarão tudo ingovernável democraticamente e será a anarquia total de uns contra os outros. Os verdadeiros progressistas contra o retrocesso civilizacional nacionalista.
O medo para os emigrantes (pensando nos portugueses) começou. Estes sim devem mesmo estar preocupados.
Nós por cá ficaremos apenas mais pobres porque a memória para já ainda não nos vai deixando apagar a má recordação da ditadura até o 25 de Abril, impedindo o crescimento assustador da estrema direita.
Quanto aos mercados, esses nem um sobressalto tiveram. Parecendo que estão mesmo na sua praia.
Agora pergunto, será que os russos vão deixar ressurgir uma nova onda nacionalista/fascista na Europa? Acho que não.
Eles têm bem presente o mal que Hitler lhe causou e não o apagaram dos seus manuais de história, nem das suas memórias.
Há um ditado que diz que o perseguido vira perseguidor.
A Europa está falida e a Rússia está a mostrar as suas garras.
No que diz respeito a estas eleições é mais um sinal do fim da Europa e declínio económico arrastando-nos para a desgraça e miséria.
Olhem para o que aconteceu no período entre a depressão de 1929 e a 2ª. Guerra Mundial.
Temos agora um retrato em slow motion.

Puramente assustador.

domingo, 4 de maio de 2014

SAÍDA LIMPA, QUE SUJEIRA

O Primeiro Ministro acaba de anunciar uma saída limpa.

Com uma dívida de 130%, uma reserva orçamental paga com juros elevados e desnecessários, contraída nos mercados de forma preventiva porque a Europa não tem interesse num cautelar.


 Um desemprego superior aos 17% anunciados, níveis de emigração comparáveis aos anos 60. 
Fome e pobreza de 1/4 da população, cortes salariais na função pública e nas reforma, abaixamento salarial no privado, que nos fazem regredir dez anos em qualidade de vida e dinheiro disponível.
 Ensino reduzido, ataques aos mais elementares direitos laborais como a contratação colectiva e precariedade no emprego.
 Falências das empresas e famílias. Perda de casa, desigualdades sociais comparáveis ao tempo da ditadura com destruição da classe média e do funcionalismo público. Com encerramento de correios, tribunais, etc, levando ao isolamento das populações do interior, aumentando as desigualdades no acesso a serviços.
 Destruição do Serviço Nacional de Saúde e fomento aos negócio como os hospitais privados, promovendo o aumento das fortunas,  favorecimento das grandes empresas ao nível de impostos (IVA/IRS/TSU), aniquilação do ensino superior e destruição das bolsas de investigação, provocando a fuga em massa dos cérebros e investigadores e promovendo o envelhecimento do país com taxas de natalidade negativas. 
Tudo isto para uma saída limpa que só resultou, porque os mercados direccionaram as apostas financeiras dos países asiáticos para a Europa, naquilo que se chama, movimentos especulativos. Com este redireccionamento dos mercados para a Europa o Euro subiu aos 1,38 de dólar e valorizou-se em relação a outras moedas, mas as previsões a um ano apontam para o Euro já na casa dos 1,24 de dólar assim como há quem acredite no colapso do dólar, com o fim do Tapper. 
Aí sim quero ver essa saída limpa! 
Que sujeira!
Já agora para quando o próximo resgate, já que está provado que matematicamente esta dívida é impagável, se não for reestruturada? 
Para depois das eleições europeias, que agora não convém? 
Não se demorem muito porque a Europa vai afundar-se novamente, com a guerra da Ucrânia ou sem ela e aí vai ser mais difícil.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

E DEPOIS DAS ELEIÇÕES EUROPEIAS?

Teremos a continuação das mesmas politicas, cada vez mais marcantes e nefastas para as pessoas, apesar de querer parecer, como dizem que as coisas vão melhorar, mas o facto é que as politicas continuam a ser marcantes e destruidoras.
O governo tem notado isso e tem vontade de mudar de estratégia, mas o rumo que tomou, só levará ao afundar mais o país, com politicas erradas e destrutivas. No entanto ainda acreditam que estão no caminho certo.
Sabem que devem mudar de politicas, principalmente cortar nas suas mordomias, mas não querem, ou não têm consciência disso, (que é grave).
Este será o momento de reflexão sobre as políticas erradas, pois o governo estará de novo debaixo de forte contestação. Será também o momento de deixar um algum acreditar por parte do povo.
O governo tem um desejo enorme de tudo controlar e uma grande determinação, misturado com um forte desejo e vanglória em mostrar que pela submissão à Troika, conseguiram os objectivos. Uma saída limpa, embora saibam que a seguir vão ter que continuar com a austeridade.
Há uma enorme vaidade com a saída do resgate económico.
Mas os problemas surgirão logo a seguir e o governo vai ter que enfrentar o descontentamento popular.
Parece que vai mesmo precisar de fazer uma remodelação governamental, devido à contestação popular.
Passos Coelho, terá dificuldade em dar a volta ao país, apesar do sucesso apregoado.
Mas enquanto as coisas correrem mais ou menos com os mercados a acreditarem em nós, este governo manter-se-á, mesmo com o descrédito interno.
Portanto, tudo na mesma como a lesma.