segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

PREVISÕES PORTUGAL 2014

Os portugueses devem procurar o equilíbrio e a moderação e continuar a rever os seus hábitos tidos até esta crise. Tem havido alguma falta de consciência da situação que se vive, pois o país aproxima-se de uma fase decisiva.
Colocar-se-à em causa os políticos e governantes devido ao descontentamento geral.

Perante os factos vai chegar a hora do povo agir, com tomada de consciência de que é preciso uma mudança devido ao descontentamento com o governo e suas politicas.
Abrem-se novas perspectivas. O povo vai tomar nova atitude.

Sentem-se os erros das politicas e da destruição social e o povo já perdido estará determinado a tudo mudar e mudar de estratégia politica, porque esta só trouxe destruição, fugindo à realidade.
Do que resta de visível no país, é o erro das políticas do governo e Troika com a destruição social.

Perante a reacção social, o povo conseguirá dos seus políticos um melhor nível de vida, com menos cortes salariais e menos impostos a ser seguidos.
De certa forma a contestação social será uma vitória neste aspecto.
A partir daqui será mais difícil continuar com mais cortes salariais e mais impostos aos portugueses devido à sua oposição.
Por outro lado as oposições politicas terão a capacidade de se conciliarem, perante a reacção do povo, para tentar ultrapassar a situação em que se encontra o país.
Haverá melhor nível de vida, mais dinheiro com menos cortes aos portugueses, com esses novos governantes.

Tudo se alterará com este despertar de consciências. Após estas agitações sociais os portugueses e seus políticos iniciarão um ciclo governativo com possibilidades de alterar este actual estado de coisas.
Os novos governantes tomarão outra atitude perante o exterior e passarão de um estado de aceitação passiva para uma nova atitude mais activa, perante a exigência de mudança do povo. Haverá assim mais dinheiro e menos austeridade.

   

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

PORQUE ISTO ESTÁ A IMPLODIR?

Estamos a empobrecer.
Tudo por culpa das mudanças surgidas ao longo de décadas, que em vez de se tornarem um benefício para as pessoas, tornou-se num lucro abissal para meia dúzia de ricos.

Em vez de todos beneficiarmos do desenvolvimento tecnológico e cientifico que possibilitou este salto, os detentores do poder económico, os ricos tornaram-se cada vez mais ricos e perante um tropeço na crise, a classe média  foi chamada a pagar a crise, que apenas foi um tropeço de alguns poderosos, essencialmente banqueiros que com os nossos impostos tivemos que pagar em nome da estabilidade financeira.
Mas se os banqueiros perderam dinheiro, nós temos que pagar! 
E onde é que está afinal o dinheiro? 
Ninguém o comeu!
Está nalguns bancos que manipulam a economia, nos novos bilionários que fizeram fortuna com os desenvolvimentos informáticos e tecnológicos, na exploração dos recursos naturais do solo e subsolo, na especulação bolsista e por aí adiante.
Toda esta riqueza produzida, fez novos-ricos e ricos cada vez mais ricos.
Por isto a classe média trabalhadora está em perigo de extinção, por causa desta plutocracia que tornou o mundo apesar que mais desenvolvido mas mais desigual, com políticos usados como pivot´s que serviram o poder económico que lhes emprenhou os bolsos de dinheiro no mínimo duvidoso.
Antigamente ainda havia algum respeito por quem trabalha. A seguir à 2ª Guerra Mundial reconheceu-se a necessidade de respeitar os sindicatos e quem representava os vários sectores sociais, tendo em conta a dignidade da condição humana, assente nos princípios da Revolução Francesa, aliás direitos bem presente na nossa Constituição da República, que ainda nos vai salvando de ataques mais assanhados.
Mas agora torná-mo-nos os novos escravos, que em quase nenhum país do mundo já ninguém poderá estar imune.
No sistema económico de um mundo emergente que a nossa economia está incorporada, as empresas têm outras opções agora.  
As grandes empresas podem agora optar por limitar o número de trabalhadores que eles empregam pela mudança de milhões de empregos para países ainda mais pobres com mão-de-obra escrava como acontece no Bangladesh, China, Filipinas, etc, realizando lucros obscenos a troco de um dólar ou pouco mais por dia.
Destrói-se países desenvolvidos, com níveis de desemprego alucinantes, obrigando o estado providência a suportar as desgraças dos novos pobres, levando-os ao nível da caridade e da solidariedade institucional e pessoal, como forma de garante de um limiar de sobrevivência.
Os mais pobres ajudam-se uns aos outros e os menos pobres são chamados a contribuir com impostos que já não suportam, sendo eles arrastados para a mesa da pobreza, nunca se atacando as grandes empresas criadoras de fortunas particulares, sempre com o argumento que é necessário baixar-lhe os impostos para as atrair para novos investimentos, que estas vão adiando à mediada que vão observando cada vez menor poder de compra, embolsando milhões, aliviados com os benefícios fiscais oferecidos.
Mesmo com todo este desenvolvimento tecnológico, as grandes empresas procuram sempre mais e mais lucro, apesar da necessidade de cada vez menor de mão-de-obra e dos lucros serem ainda mais aviltantes, tal é a imoralidade na falta de distribuição da riqueza criada.
Vivemos num período em que a tecnologia está a avançar num ritmo inimaginável, ao mesmo tempo em que se está a tornar mais barato a produção.
As novas leis laborais significam que vai tornar-se mais fácil para as empresas substituir trabalhadores com robôs e computadores, aumentando os lucros e produção, diminuindo salários, emprego e poder de compra.
Desta forma a economia vai perder milhões de empregos para a tecnologia nos próximos anos mesmo assim os horários de trabalho continuam a aumentar.
Tudo isto contribui para uma recessão cada vez mais severa, onde os direitos laborais serão sonegados e onde a tendência será baixar ainda mais os ordenados.
Isto conjugado, leva a uma recessão global porque as economias estão todas interdependentes sendo um declínio económico total.
O PIB dos países desenvolvidos modificou-se completamente, beneficiando outros países como os BRIC´s e não só. Desde a crise de 2001 até agora os EUA, viram o seu PIB reduzido de 31,8 por cento para 21,8 agora. Países como o nosso, Espanha, França, Itália, etc, endividaram-se com anos sucessivos de deficit Orçamental. Isto é o pronuncio de um colapso, para o qual certos países não estavam preparados.
Nestes países com esta perda de produção, acarreta despedimentos em massa, perdas de poder de compra e aumento da divida dos seus países. Resulta num empobrecimento global das pessoas e default dos seus países.
Por um lado a deslocalização da industria, a sua robotização e computação, levando a dramáticos números de desemprego e sem que sejam acautelados os lucros dessas empresas, nem aplicados os devidos impostos em função desses lucros aos seus donos, permitindo-se que o dinheiro circule sem freio entre diversos países e mercados e para paraísos fiscais, tudo isto faz com que as desigualdades se tornem aviltantes.
Vendo os dados comparativos do PIB desses países, chaga-se à triste conclusão que os países até que produzem, mas os ordenados são cada vez menores em comparação com os respectivos PIB´s. Por outro lado, cada vez se trabalha mais num completo contra-senso. Ganha-se menos e trabalha-se mais ou a tempo parcial mais mal pago ainda, quando deveria ser ao contrário.
Os jovens não conseguem emprego e os que conseguem são mal pagos, que não lhes possibilita a saída de casa dos pais, como acontece já desde os anos 90 no Japão, desde que ali se instalou a crise, passando a amontoar-se as famílias, como acontecia nos meados do século passado que se vivia em barracas junto às grandes cinturas industriais.
O desemprego será o novo flagelo da humanidade e as pessoas acorrerão de um lado para o outro atrás de qualquer trabalho, conforme aconteceu na grande depressão de 1929.
Entretanto os povos começam a revoltar-se, como na Grécia e sinais assustadores na França, contra os sistemas políticos, correndo-se o risco da radicalização, criando-se oportunidade de passarem uma esponja na história e regressarem os nacionalismos radicais e as perseguições raciais, acusando-se os emigrantes como se eles fossem os culpados da desgraça deste neoliberalismo desenfreado.
Em certos países como em Espanha criam-se leis para impedir manifestações com coimas pesadas para os organizadores tentando travar os protestos do povo, temendo-se as possíveis “primaveras/revoltas europeias” inevitáveis que se avizinham.
A par disto tudo, desde os anos 80 incentivou-se o recurso ao credito hipotecário, ao invés de se atacar os lucros dos novos milionários, criou-se apenas um emaranhado de sistema de cobranças de impostos que nos tolheu a par das dividas que fomos fazendo para satisfazer os nossos sonhos que eles nos ensinaram a criar e para os quais não temos agora dinheiro para pagar.
Quem sonhou demais, agora grande parte desempregados, cai na amargura da desgraça sem ter onde se amparar, perante a miséria dilacerante.
Sem se conseguir emprego, perdem-se casas, carros e dignidade, mesmo assim desesperadas algumas pessoas ainda recorrem a novos créditos, como única saída à falta de saída, cavando ainda mais o fosso para poder sobreviver.
Estamos a poucos passos da miséria total.
Basta esperar mais uns tempos.


Se nada for feito, claro!

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

CONGRESSO DO PSD, RUI RIO OU PASSOS COELHO?

Prepara-se o congresso do PSD. 
Todos sabemos que existe uma paz podre à volta de Passos Coelho. Por um lado ninguém quer estar com ele porque tem politicas anti-sociais, por outro lado ninguém o quer defrontar porque todos esperam que ele acabe de fazer o trabalho sujo que ninguém quer fazer.
Assim o Congresso do PSD é como que uma consagração da desgraça.
Todos ali entrarão mudos e sairão calados, a não ser uma ou outra justificação das politicas anti-sociais no discurso de Passos Coelho, suportadas como sempre nas acusações das más politicas do governo anterior e a promessa de que a luz ao fundo do túnel já brilha, não fosse ela uma miragem.
Vão arrastar-se por ali figurinos, entre os potenciais presidenciáveis e os novos boys que levaram Passos ao poder, de resto o Congresso mais parecerá um velório.
Rui Rio sabe disso. Recusando o “Taxo” que Passos já lhe ofereceu para liderar o Banco de Fomento, conforme segurou outros como o Santana Lopes na Misericórdia.
Este Rio prefere o (a)ssombro.
E será assim que decorrerá o congresso do PSD. Uma espécie de morgue assombrada à espera do funeral, enquanto houver um velho do Restelo que se recuse à eutanásia de uma espécie de cadáver nauseabundo, que fede por todo o lado menos para os lados de Belém.
Rui Rio apoiado na fama que trás do norte, sabendo disso tudo, sente o povo, lá para os lados do Porto, donde já nasceram tantas revoltas e onde já roncam não ainda os tambores a não ser os da desgraça, mas roncam sim as entranhas dos pobres que se avultam pela calada da noite junto às carrinhas da sopa dos pobres e pelas instituições piedosos, que Mota Soares promete continuar a alimentar, à semelhança do velho regime.
 Rio pretende apresentar-se como um salvador da pátria após o descalabro de Passos Coelho.
Não está interessado a disputar a nível de concelhias o voto a voto das directas à liderança do PSD, pelas razões já alocadas.
Rui Rio quer antes ser o D. Sebastião daquele partido.
O homem que foi à Reunião de Bilderberg, com o António Costa, sabe que ambos têm o apoio dos ricos e poderosos.
Não precisa de se ir esgrimir em lutas de congressos. Sabe que tem é que esperar e preparar o terreno, começando a mostrar-se e enviando umas farpas de vez em quando assombrando os Passos do governo.
Vai manter-se assim em “banho-maria” conforme António Costa, prontos para avançar e cumprir os desígnios de Bilderberg, que é manter a mesma politica comandada pelos senhores do FMI, Goldman Sachs, e outros interesses secretos.
Se porventura acontecerem dificuldades em formar governo, como na Grécia ou em Itália, juntam-se os dois partidos do arco da governação e mantém-se o mesmo estado de coisas, que o povo aguenta mais uns impostos.
De resto no congresso, toda a gente votará em Passos Coelho de forma maquinal, numa espécie de voto de pesar.
Rui Rio não se candidatará, porque não quer e não precisa. Para ele ainda é cedo. Ele ainda vai ter que reerguer o PSD à sua maneira e acercar-se de novas pessoas e longe do pensamento actual. Vai ter que fazer tábua rasa no PSD e para isso tem que esperar.
Ele será o homem em que se vai querer apostar numa nova politica depois destas mediadas de destruição social.
Ele vai apresentar um discurso contrário ao Passos Coelho porque todas as suas politicas estão errada e o futuro vai comprová-lo. No entanto vão deixá-lo fazer o que se propunha fazer, que é servir o poder económico e financeiro, baseado essencialmente no corte salarial e perda de direitos.
Rio virá com outras ideias depois de ganhar apoios dentro do partido para depois mal este governo tombe ele aparecer como um criador inteligente, apontando os erros do seu antecessor.
Mas ele que não se esqueça que algo pode acontecer. A situação social está cada vez mais instável e o povo pode não estar pelos ajustes e vai estar atento a este PSD, que já nos enganou e nos destruir a nação com politicas desastrosas.
O eleitorado começa a ficar desconfiado, porque nada se pode esperar daquele partido.
Começa a ser difícil enganar o povo escaldadas com falsas promessas eleitorais.
Rui Rio vai esperar pelas próximas eleições. Depois pelo resto que se seguirá que não será nada bom para ele. Terá que esperar e estar atento aos sinais e ao pulsar do povo e do seu partido porque não é chegada ainda a hora dele.
Vai ter que criar a sua própria legião e defender novas causas, só assim triunfará no partido.
Passos Coelho enche o peito de ar convencido que vai triunfar nas suas medidas politicas. Mas qualquer economista consciente sabe que estas medidas aplicadas só resultam nos primeiros tempos, depois afunda mais ainda a recessão, ou melhor a longa depressão que ninguém quer falar.
Mas os sinais estão aí, com a deflação a mostrar-se.
Por isso o PSD, está condenado nas próximas eleições e por isso mesmo Rui Rio vai saber esperar pelo tombo do seu companheiro de partido e quando ele for para pegar no partido, terá que apanhar destroços e quanto às suas ideias e politicas fracassarão, que o povo já não confia.
Rio vai pagar caro pelas políticas do PSD no passado.
 O povo está a acordar e está a passar fome inclusive. Se despertar acabou-se este tipo de politicas de pobreza e emigração. Além de que o país está falido e por causa destes senhores que nos "e se" andaram a governar.
Rio pode vencer dentro do PSD, mas perde dentro do país.

Será sempre uma vitória amarga.

sábado, 7 de dezembro de 2013

A BOLHA PRESTES A ESTOIRAR


Todo a gente adora ver um mercado em alta. É só diversão e jogos até que tudo estoira.
O padrão bolsista em bull market está a entusiasmar toda a gente, mas está perto de repetir novamente o que aconteceu anteriormente.
Os sinais estão aí.
Anda tudo animado com a retoma e as bolsas a vibrar. O S&P e o Nasdaq com valorizações anuais acima dos 30%. O Dow Jones a fazer novos máximos. Na Europa a maioria das praças em máximos de 5 anos. Anda tudo eufórico.  

Mas estaremos perto da última fase, com este Rally a que estamos a assistir?
Tudo indica que sim. Os entendidos afirmam que ainda há um potencial de valorização de mais de 20%.

Lembre-se, um mercado de touro é feito por fases.

A fase de acumulação, que é o período do fim de uma tendência de baixa, quando os investidores informados, os hedge-funds, investidores financeiros, políticos e quem tenha informação privilegiada começam a comprar acções com desconto acentuado.

Depois temos a fase da subida moderada, em que estes acumulam acções a bom preço, vindo depois a seguir a eles alguns investidores institucionais e fundos.
Os investidores privados depois de perderem o medo começam a investir, após verem os mercados a reagir em alta.

A seguir vem o momento em que a exuberância assume o controlo da bolsa e dos investidores e toda a gente compra acções com subidas já mais acentuadas.
É nesta fase que se deve ter cautela, mas é sempre assim, se não aprendes com os erros ou se não tens sorte lá te vais tu espalhar.
A esta fase chama-se a fase da distribuição onde acontece a maior parte da euforia.
É quando o taxista que te leva ao hotel e te diz que está ganhar bastante dinheiro na bolsa.
Quando isso acontece, nasce o mercado do urso, com os investidores informados a segurar os preço e a despacharem as acções encaixando o devido lucro.
Por fim já se sabe, são as perdas e o desespero porque se entrou em bear market, com quedas consecutivas e os pequenos investidores a terem que assumir os prejuízos e do outro lado sempre os mesmos à espera de mais quedas.
Agora, eu diria que estamos na fase de pré euforia à espera das últimas subidas para depois assistirmos a uma grande desgraça. Mas disso não vou falar agora, porque esta sim vai ser devastadora.

Uma prova de que isso está também a acontecer é quando vemos um aumento significativo de investimentos em ETFs e Warrants, que multiplicam os lucros dos institucionais.
Nos EUA os investidores despejaram 277 biliões de dólares em fundos mútuos e ETFs baseados em acções este ano.
Se quiserem comparar com 324,000 milhões dólares que entraram nesses fundos em 2000, pouco antes do estouro da bolha, aqui têm uma verdadeira dimensão.


Voltando para as três fases de um mercado de touro, vamos lembrar-nos que Wall Street é o primeiro motor. Grandes casas de investimento começaram em Março de 2009 a acumular.
Durante quatro anos, eles foram colhendo lucros.
Já neste segundo trimestre os bancos reportaram um recorde de 42,2 biliões de dólares em lucros, ao que parece E isso foi depois de terem um recorde 40.300.000.000 de dólar nos primeiros três meses do ano.

Neste momento a maior gestora de dinheiro do mundo, a BlackRock. (BLK), está incentivando os investidores a ficar com acções.

A BlackRock diz que a política do banco central continua a ser favorável para as acções.
Mas será que ainda alguém acredita?
É bem possível, com a intoxicação de resultados apresentados e as suas perspectivas lançadas, defendendo políticas de recompra de activos e juros baixos.

Mas para mim, analisando e vendo o explicado acima, é precisamente o contrário e o melhor é estarem fora do mercado.

Desde 1928, a duração média de um mercado em alta é de 57 meses, e o retorno médio é de 165 %. Este momento é igual à média. É de 57 meses em execução com um retorno de 164 %.

É bem explícito e assim que a Fed acabar com a sua política monetária expansiva tudo se torna insustentável. E isto parece estar para acontecer já no final deste mês, a avaliar pelos resultados do emprego saídos agora e outros resultados anteriores encorajadores.

Assim que isso acontecer vai ser um deus me livre. Acho que ninguém vai querer ficar com títulos, além da Fed.
Cortando no dinheiro e na recompra é recessão pela certa. Apesar que eu já há muito que digo que isto é uma longa depressão, mas isso fica para depois.

Lembre-se, a Fed está bombeando 85.000 milhões de dólares no sistema financeiro a cada mês. Essa é a maior força motriz dos preços das acções.

Quando a Fed parar com o programa, ardeu a tenda. Tudo se afunda numa correria infernal.
Acredito que a elite de Wall Street estará já com o rabinho de fora do mercado, principalmente títulos de divida pública e acções.
Mas o que podemos fazer, perante a desgraça que se adivinha?
Esperar e pouco mais.
Adivinham-se tempos difíceis lá para 2014.
Vamos assistir a um enorme Sell-off.
Com taxas de juro quase negativas para estimular a economia e o consumo mas sem resultados.
O dinheiro a perder valor, os mercados a afundar, os metais preciosos a valorizar e a fome a alastrar.
A produtividade a diminuir e o consumo idem. Os salários mais miserentos, o desemprego a aumentar.
Tudo isto porque as politicas e medidas económicas destes senhores foram erradas.
O povo completamente esfolado e sem dinheiro.
Adivinham-se tempos muito maus e se isto puder servir de aviso, já me sinto bem melhor.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Exmo. Senhor Administrador dos CTT

                                                                                                                                   Exmo. Senhor

                                                                                                                         Francisco de Lacerda

Senhor Administrador dos CTT, em primeiro lugar queria agradecer-lhe por me ter escrito esta singela carta.


Apesar de eu nunca lhe ter escrito, admiro muito a sua amabilidade e disponibilidade, pelo facto de se ter lembrado de mim, pois eu nem sequer o conhecia, pelo que recebi a sua carta com elevado apreço.

Queria agradecer também aos CTT, que em seu nome se lembrou de mim, neste momento tão importante de mudança de vida desta empresa.

Pois já havia lido a notícia, mas de tão absorvido com o aumento do horário de trabalho na função pública e com os cortes de ordenado que nem tive tempo para lhe prestar atenção a tão proveitosa notícia.

Bem abençoada seja vossa senhoria uma vez que estamos a passar por dificuldades imensas a nível financeiro.

O senhor ao enviar-me esta carta abriu-me a perspetiva de poder ganhar mais um dinheirito, que em abono da verdade bem falta faz, com esta dispersão em bolsa dos CTT.

Sabe que ao abrir a caixa do correio que religiosamente faço todos os dias, que não sei por que razão o faço de forma tão maquinal. Se calhar é da importância que sempre dei às cartas, que marcaram tanto a minha vida.

Ou porque tive que largar a minha terrinha cedo e como sabe, sendo eu pobre a única forma de comunicação com a minha saudosa mãezinha era através da tradicional carta que funcionou muito bem para mim, enquanto não se proporcionaram as novas formas de comunicação que tanto se popularizaram nos nossos tempos.

Mas antigamente a vida era assim. O “correio” era das coisas mais importantes que nos acontecia.

Sabe, o meu pai teve que emigrar à semelhança destes novos tempos que correm e sempre que o carteiro vinha com uma carta na mão era uma imensa alegria.

Vivíamos numa localidade onde a carta era uma coisa quase sagrada.

Havia até um inseto tipo um besouro, que quando ele aparecia pressagiávamos a chegada de correio. A partir daí lá estávamos nós ansiosos todos os dias mortos que o carteiro chegasse com novidades do meu pai, que sempre que podia enviava umas notitas no meio da carta para pagar a divida à padeira que avultava porque as bocas eram muitas.

Mais tarde sem prever esse meu destino acabei por vir a ser carteiro por uns tempos, que foi o suficiente para entender de sobremaneira a importância de uma carta, de uma encomenda, de um vale postal ou daquilo que é mais sagrado para muitos seres humanos, que é a sua reforma ou pensão.

Senhor Francisco de Lacerda, nem o senhor nem estes governantes sem afetos nem sentimentos, sabem da importância de uma carta trazendo a parca reforma.

Não sabem o entusiasmo com que é recebido o carteiro “como um Deus”, muitas vezes ao início da rua, ou da aldeia, onde são aguardados no dia certo a chegada com tanta ansiedade que nem se consegue fazer nada enquanto o carteiro não chega. A carta com o vale que vai tirar da agonia tanta pobreza muitas vezes envergonhada.

Sabe da importância de uma notícia vinda lá de um outro canto do mundo?

O senhor imagina a relação de afinidade e empatia que se cria entre o carteiro ou funcionário da estação dos correios, lá na aldeia ou no bairro, onde se trocam intimidades, tristezas, alegrias com o envio de uma carta ou encomenda?

Sabe o que isso significa, a familiaridade e o apoio que certos idosos e leigos encontram nos funcionários dos CTT?

Senhor de Lacerda, que nome pomposo o senhor tem, deve ser bem-nascido!

Mas o senhor teve uma atitude nobre. Escreveu-me uma carta dizendo-me que chegou a vez de o senhor me escrever com boas notícias!

Mas lá esperava eu por tão melindrosas notícias!

Então o Senhor escreveu-me para me anunciar que vai fazer como os seus amigos do governo, contribuir para baixar o nível salarial dos portugueses e aumentar o desemprego!

O senhor e seus cúmplices preparam-se para entregar ao privado uma empresa estratégica e tão lucrativa e acima de tudo tão emblemática!

Quantos despedimentos isso vai custar e quantas famílias o senhor vai colocar em dificuldades?

Quantos funcionários vão empurrar para a desgraça do desemprego?

Quantos trabalhadores precários pagos com míseros salários o senhor vai criar com a carta que me escreveu e que eu não lhe pedi?

Quanto gastou com essas cartas que eu e tantos outros como eu não pedimos para receber?

O senhor sabe se ainda temos dinheiro para esses devaneios bolsistas e especuladores?

Pior ainda, vai desumanizar ainda mais e tirar o pouco que existia por essas desterradas localidades portuguesas aquilo a quem as pessoas têm tanto apego, a sua estação dos correios?

Embolsam uns milhares numa privatização a troco uns milhões de lucro ao longo de todos estes anos, só porque querem privatizar tudo o que dá lucro?

O senhor vem dizer-me nesta tão desavinda carta que é um convite e que nos vai pôr a continuar a escrever esta história de sucesso dos CTT?

E o preço a que vão chegar as cartas?

E quando irão elas chegar?

Será que quem for para carteiro cumprirá a missão com a mesma dedicação a que nos habituámos, quando passarem a receber vencimentos miseráveis?

Quantas vezes vai passar agora o carteiro e onde vai passar a chegar agora?

Isso sim eram boas ações que passarão à história, com uma empresa tornada fria distante e a pensar unicamente no lucro.

Essas Ações que o senhor me quis impingir, faça delas bom proveito e sempre que receber os dividendos lembre-se das almas que ficaram sem receber correio, sem trocar afetos por causa de uns Lacerdas desumanos e sem sentimentos, que a pretexto de um neoliberalismo desenfreado, que até deu de mão beijada umas licenças bancárias a mais uns abutres estrangeiros que nos vieram rapinar o pouco que ainda nos restava. Os nossos Correios.
Quinhentos anos (da nossa história) destruídos assim.
Só porque é um negócio rentável.
O sucesso em bolsa que virão reclamar será a desgraça de muita gente por esse país fora, quer sejam trabalhadores ou clientes, mas para gente sem preocupações, sem sentimentos e alheados da realidade, afinal que é que isso importa?
Tenham dó.