quinta-feira, 20 de maio de 2010

Depressão de 1929/crash dos nossos tempos





A depressão de 1929, teve a ver com a euforia vivida nos anos 20. Os factores essenciais foram a superprodução e a euforia gastadora, facilitada pelo crédito fácil de então, conjugado com os lucros dos negócios e da bolsa de então.
Numa data em que nos EUA nove em cada dez famílias tinham um carro novo (os celebres Ford), em que as donas de casa passaram a ter máquinas de lavar roupa, grafonolas entre outras coisas do momento, com as mulheres a emanciparem-se e começavam a divertir com os homens em festanças sem fim.
Uma época áurea provocada pelo acesso ao crédito de forma a incentivar o consumo e aumentar a produção, mas com a queda da bolsa de valores de forma drástica a trair toda a euforia.
Tal como nesse dia do crash (quinta feira negra) assim se teme o mesmo a todo o momento, onde se começa a viver momentos de pânico nos tempos que correm.
Nessa altura perderam-se milhões da noite para o dia, num sinal tal como agora, que já vinha sendo anunciado mas ninguém levava a sério. Os sintomas foram sentidos no mundo inteiro, excepção aos países pouco industrializados, tal como agora se nota nos chamados países emergentes chamados de “BRICs” (por enquanto) que deram um salto e se desenvolveram.
Nessa altura apareceram os regimes ditatoriais (Hitler, Mussolini, etc) tal como agora se adverte desse perigo e que levou à 2ª. Guerra Mundial.
Houve causas para essa crise além das referidas, como o uso em Inglaterra novamente do ouro como moeda padrão que levou à deflação, o colapso do comércio internacional, o aumento de impostos, etc. Mas fundamentalmente o desajuste entre produção, consumo e crédito. Tudo isto rebentou com o sistema monetário em todo o mundo desenvolvido. Há ainda quem advogue que a maior causa foi a politica de reservas monetárias, que levou a uma grande redução das suas reservas por parte da Reserva Federal Americana, para travar a inflação e que tinha começado com deflação, mas que não resultou.
A queda do valor das acções deixou muita gente depenada, que foi obrigada a cortar nos gastos, aumentando assim a crise, por falta de compradores para os produtos, levando ao desemprego. Os que tinham empréstimos reduziram onde puderam. Depois voltaram as altas taxas de juro que mataram o resto, que se arrastaram aos outros países até ao definhamento total.
Faliram milhares de Bancos por não reaverem os empréstimos e valores investidos, empresas fechadas, despedimentos em massa e redução dos salários. Isto arrastou-se à agricultura, com agricultores desesperados sem serem capaz de pagar os empréstimos e a falirem também.
Para tentar debelar o mal, usou-se o proteccionismo económico com impostos às importações, aumentou-se os impostos às pessoas. Noutros países reagiu-se igual e tudo isto levou ao desemprego de cerca de 20 a 30% no geral a baixa salarial generalizada e redução drástica na produção e diminuição dos valor dos produtos no geral, tanto alimentação como outros sem ser de 1ª necessidade como aço e automóveis, etc.
Com isto tudo foi necessário grandes medidas de caris social, arranjar formas de emprego como forma de incentivar e regular a economia, criaram-se infra-estruturas necessárias às pessoas (escolas hospitais), instituiu-se o salário mínimo e os limites de carga horária de trabalho, deu-se pensões aos reformados, protegeu-se os trabalhadores e respeitou-se os sindicatos, mas efectivamente a economia só retomaria em força com a 2ª. Guerra Mundial, com a industria bélica e tudo que gira à sua volta.

Tal como nessa data, os governantes de hoje, aumentam impostos, reduzem o investimento, conforme a Inglaterra, EUA, Alemanha, entre outros como os países Asiáticos, o PIB diminuiu a menos de metade, o desemprego disparou, mas a situação socioeconómica só piorou.
Nessa altura, assim como agora, nas grandes cidades as casas eram pagas com empréstimos e as famílias foram forçadas a deixar as suas casas por falta de pagamento das prestações, começando a viver amontoadas, com familiares e a viver em barracas miseravelmente sem dinheiro para comer. Nessa altura até o clima foi severo e houve períodos de secas e invernos rigorosos, tal como agora, que piorou a agricultura. Alguns agricultores falidos entregaram também as terras aos bancos credores, conforme as casas e fugiram para as cidades à procura de modo de vida. Vagueava-se de cidade em cidade à procura de trabalho. O combustível tornou-se caro e os carros viraram carroças puxadas a cavalos.
Veio a descriminação contra os negros, e mulheres com filhos e os emigrantes, apareceram os partidos comunistas em força e os nacionalistas, que acabaram por vingar.
Mas após isto tudo passar os governos e as pessoas ganharam uma nova consciência social.
Agora pensem, há ou não há paralelismo nos nossos tempos com os tempos de então?
Os sintomas são os mesmos, só que desta vez ainda não sucumbimos, porque como eles dizem “os tempos são outros”, “o mercado tem mecanismos mais eficazes” blá blá blá. Pois mas a única diferença é que nessa altura deixou-se ir os bancos à falência. Agora salvou-se os bancos para deixar irem os próprios estados. È isto mesmo a divida Soberana dos Países que agora se fala, é a pré-falência, falta só um empurrãozinho e nós já estamos a dar o nosso contributo infelizmente. Basta esperar, não sei até quando, mas não deve faltar muito.
Mas tal após a crise dos anos 30, ganhou-se uma nova consciencialização e tal como nessa altura está para acontecer a qualquer momento uma mudança na forma de estar e pensar nas pessoas. O dinheiro terá outro sentido também com a falência do sistema bancário. Com o caos mundial a terra vai ter outro valor, pois dela dependeremos, mas aumenta o companheirismo e a solidariedade e o desapego aos bens materiais o altruísmo etc.
Assim espero porque se vence a parte má, vai ser medonho!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Teorias de Sócrates


“O mundo mudou” diz José Sócrates. Grande teoria! Habilidade era dizer que o mundo vai mudar. Mas esta gente não enxerga a dois dedos do nariz. “Um ataque sistémico ao euro” continua ele. “Se não tomasse estas medidas a recessão instalava-se, por causa da desconfiança da divida soberana nacional”. Diz ainda “depois da 2ª. Guerra Mundial, esta é a maior crise de sempre”. Mas também afirma que saímos da recessão técnica neste 3º trimestre.
Mas na entrevista de ontem no Canal 1, os jornalistas ainda retorquiram, que o crescimento era medíocre e só há crescimento concretizado a partir 2%.
O 1º. Ministro parece não perceber da dívida actual, nem da do futuro. Feita com obras essencialmente de alcatrão e que serão pagas a longo prazo. Ao que parece essas dívidas das gerações futuras serão pagas a partir de 2013. Sendo assim como vamos sair da crise, se temos uma divida colossal e prestes a disparar ainda mais a partir dessa data.
Mas tudo estaria bem se a crise fosse nacional, se fosse só Portugal à beira da falência. O problema, são os outros países, tanto da zona euro, ou não. O problema é que a crise é sistémica, a dívida soberana é de tantos países como França, Bélgica, Inglaterra, EUA, mesmo a Alemanha, bem como Japão entre outros. Não é só os “PIGS”, são estes e mais uma grande maioria dos Países desenvolvidos. Só que ainda ninguém fala neles, mas vão ter que falar. Agora só falam de nós porque temos um rácio de produtividade muito baixo, comparativamente com esses países, que antigamente se resolvia com a desvalorização do escudo, de forma a equilibrar a balança de transacções.
Portanto todos devem, só que nós não somos competitivos, mas a culpa é dos empresários portugueses essencialmente, que pensam no lucro do momento e não investem em modernização.
Esta crise vai levar à desgraça da população.
O 1º Ministro falta sistematicamente à verdade, enrola as conversas e faz criar ideias de que vai tudo bem quando é precisamente o contrário. Esconde a miséria e realça os pormenores falíveis.
Aumenta impostos, não reduz as despesas essenciais do estado, como os pagamentos a Gabinetes de Estudos, de Projectos, Conselheiros Técnicos, Pareceres, Institutos, etc.
Mas afirma “não se pode viver na base do medo”, como se o que ele apresenta não fossem expectativas alucinadas onde se engana e esconde a realidade.
Este saque aos portugueses é o início de tantos outros que virão.
A haver financiamento exterior, será essencialmente emitindo dívida pública, para pagar outra dívida pública, que vai vencendo, mas com juros cada vez mais altos e será sempre um garrote por causa da desconfiança.
Agora a duvida é, ou se corta nas grandes obras, ou investe no futuro do País como TGV e Aeroporto.
E eu digo, que vão atrás dos que fizeram fortunas nas anteriores obras, nas derrapagens dos Projectos megalómanos e pagos exorbitantemente, como foi já o Centro Cultural de Belém ou a casa da Musica, ou a ponte de Coimbra ou todos os outros, claro!
Esta crise tem uma teoria que não é Socrática, chama-se “pescadinha de rabo na boca”, havemos de voltar sempre à crise, ou seja… não há volta a dar. Não se pode financiar grandes obras se não houver bancos a dar o aval. Se o estrangeiro não confia em nós, não empresta, então não haverá obras. Haverá mais desemprego e estagnação, haverá mais impostos, etc.
Ninguém vai querer para já esta crise, por isso a solução seria inundar os países aflitos com mais moeda, conforme fizeram aos bancos, mas isso terá consequências, como já falei há uns tempos aqui.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

NACIONALISMO! VEM AÍ.



A dívida que o país tem no estrangeiro, não vai permitir fazer grande coisa no Orçamento de Estado. Será necessário um esforço herculeano para equilibrar a divida ao estrangeiro, que já não empresta nem confia na nossa politica.
Não é só a divida pública como querem fazer crer! O calote estende-se às empresas como a P.T. a EDP, a Banca (dos Mexias e Jardins Gonçalves a ganhar milhões) a serem também responsáveis pela divida ao estrangeiro. Não tardará, as agências de “Rating” a pronunciar-se sobre o excesso de endividamento das empresas portuguesas no exterior e não esqueçamos da divida das famílias, aliciados pelo crédito fácil dos cartões de plástico que com o seu “magnetismo” resolviam as cobiça desmedida das pessoas.
O Ministro das finanças, não espera grandes reacções do povo português, porque estes ditosos anos, alimentaram-lhes o ego, dando-lhes cursos superiores “às três pancadas”, o 12º ano e as novas oportunidades e os portugas, sentem-se felizes.
Ora os doutores não se revoltam, não se manifestam, nem mostram indignação. Ficam irracionalmente taciturnos e acreditam que a culpa vem só da crise lá de fora. Mas cuidado, um país embrutecido, pode reparar nos acontecimentos da Grécia, de um qualquer Golpe de Estado na vizinha Espanha, que acabe com a Democracia.
Portanto o Sr. Engenheiro Sócrates, não pense que pode continuar a desculpar-se com mentiras atrás de mentiras, arrastando o país inteiro para uma indigna pobreza, em que acabem a roubarem-se uns aos outros a tentar esconder a pobreza e as necessidades do “pão para boca”.
O Estado e a Segurança Social não vão ser capaz de acudir a tanta pelintrice. Mas nós não saberemos revoltar-nos contra estes afortunados do sistema, tanto políticos como seus pares que com eles comungam e levam ao completo definhamento dos excluídos, sendo eles os novos nababos que do “25 de Abril” se aproveitaram e desprovidos de moral e ética se enlearam em negociatas e nepotismos. Para estes sim, valeu esta sociedade global, na qual se acoitam e se desculpam, mas para a qual foram fervorosos contribuintes.
Viva o Primeiro Ministro, viva a Coca-Cola, vivam os aumentos dos impostos, viva a todos português, que assistem a isto serenos e distraídos, com futebóis, Papas e outros mais.
Morra a estupidez, que não enxerga que o mal vem de longe e não se sabia que a falência tinha mesmo que acontecer.
Não se esqueçam de uma coisa! Quando os juros dispararem e a inflação for incontrolável, em vez de irem atrás dos verdadeiros responsáveis, vão atrás dos ciganos, dos negros, dos romenos, dos brasileiros, dos imigrantes trazidos na época de prosperidade, acusem-nos de fazerem diminuir os salários, de terem habitação social, de receberem subsídios e levarem à falência a segurança social e fundo de desemprego, de roubarem empregos e aumentarem a criminalidade. Vão atrás deles, corram com eles e culpem-nos da nossa desgraça e deixem ficar os responsáveis a rirem-se e a mostrar solidariedade com a nossa estupidez e burrice. Tornem-se Nacionalistas.