sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O QUE É UM LOBBY?

Vamos tentar entender então.
Imagine-se que algures lá para o Nordeste Transmontano, um grupo de amigos do tempo de escola e adolescência, das “Jotas” partidárias, crescem e com eles cresce a amizade e o gosto nos interesses da política. Sim, que esse deslumbre também surge nos lugares mais remotos e menos esperados. Afinal ali também pode ser Portugal.
Uns meninos pródigos, imbuídos pelas virtudes políticas do pós 25 de Abril, da era da partidocracia, onde nenhum movimento cívico aspirará tal feito em prol do povo, esse ignóbil conhecedor das virtudes que este tipo de politica nos trouxe até aos dias de hoje.
Então esses fervorosos políticos, começaram desde cedo a estudar o processo de progressão partidária, social e económica. Digamos que a engendrar esquemas, como assim tem sido a politica nestes 34 anos de democracia.
Nesses ainda que não muito longínquos tempos, que ainda podem avivar a nossa memória, como que, se as cooperativas de habitação estivessem em voga, seria até salutar aparecer gente com iniciativas por aquelas terras a fazer umas casas para a plebe Chuchalista da época. Então esses promissores políticos, decidem abrigar-se em casas dessa natureza, os pobres desventurados.
Parece que as coisas correram logo desde aí bem e houve alguns desse organizadores que souberam tirar proveito, com as pobres casas. Houve quem reparasse claro, mas fiquemo-nos por aqui.
Ali cresceu de mãos dadas com certos senhores, uma dita empresa da construção civil e muito badalada nos nossos dias. Foram crescendo na idade e na escala social e politica. Passados estes tempos vemo-los a serem nossos governantes, administradores dos maiores bancos nacionais e grandes empresários. Os tais que cresceram lado a lado.
Hoje discute-se muito o caso do Orçamento de Estado, em que ninguém sabe qual foi o fantasma que colocou ali a possibilidade de os partidos receberem dinheiro vivo, alterando desta forma o bom senso da regra de financiamento aos partidos.
Claro que o senhor 1º ministro está apostado nestes combates eleitorais que aí vêm e quer ganhá-los, nem que por isso o cancro dos dinheiros e negociatas por baixo da mesa tenham que surgir para os partidos e com isso aparecer dinheiro para alimentar as suas campanhas eleitorais.
Fala-se agora muito dessa empresa da Construção Civil que foi crescendo ao longo destes anos todos a tal “Mota Engil”, que está envolvida na polémica da ampliação do Porto de Lisboa, a nova dona da “Liscont”, a tal que vai tapar as vistas do Tejo com contentores, com um contrato de prorrogação sem concurso.
Também se fala do plano “Roosevelt” do megalomaníaco chefe de governo, para salvar Portugal da Crise.
Estrategicamente colocado o Senhor que dizia que “quem se mete com o PS leva”, o partido tirou um Coelho que sempre esteve na cartola ao longo desta maturidade partidocrática e colocou como “Chairman” este senhor que agora em vez de ameaçar dar a quem se mete com o PS, parece vir a receber de quem se mete com o PS, para as campanhas eleitorais que se aproximam.
Uma paga já está a caminho em Alcântara, a outra são essas obras agonizantes e Roosevelticas de TGV’s a Aeroportos, que já os imagino às moscas com tanto corte nas linhas aéreas e respectivas falências nas transportadoras, quando a verdadeira economia real das empresas que precisam ser salvas e para revitalizar o tecido económico essas vão ficar a ver navios (se não houver contentores a tapar o Tejo).
Tudo isto presumo,para pagar favores de financiamentos eleitorais e o pior é que ninguém sabe quem é o autor dessa tramóia no Orçamento de 2009.

Será isto um lobby? Eu chamava-lhe coisas mais graves, nesta promíscua democracia.
Tanta hipocrisia vai neste país!

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

A economia e as bolsas que futuro para já

Previsões claro.
Temos que no momento o vivido, as coisas a correrem mal, pelo que os líderes mundiais se quiserem resolver o problema, terão mesmo que fazer alterações económicas profundas. Parece o fim de um ciclo nas questões financeiras, isto do dinheiro fácil parece que já lá vai.
Mas há um sentimento de que todos estes esforços a nível de lideres mundiais vão surtir efeito e todos estes esforços financeiros vão ter efeitos positivos e com este esforço dos bancos centrais e fundos monetários apesar de ficarem descapitalizados e sem “tusto” como se diz na gíria, mas há o sentimento de tudo controlado, com estabilidade e com bom senso com as medidas tomadas a ganhar força. A ver vamos.
Nos pensamentos temos o risco de depressão e desencorajamento ou seja o oposto de desenvolvimento e crescimento económico, digamos que a economia vai ficar mal, temos recessão á porta e parece que depois de estas medidas tomadas e do que se esperava afinal a economia não conseguiu dar a volta e sente-se uma falta de confiança nas pessoas porque isto se afunda, com umas coisas atrás das outras. Parece que os governantes que em relação á injecção de capitais já não sabem o que fazer mais, estão como que á espera a ver o resultado que é fraco e a economia não descola, antes pelo contrário, afunda-se.
No material a relação com o quotidiano o concreto avisa que a há aqui uma tomada de consciência sobre o que se passa na economia e então vamos ter aqui muitas negociações quer a nível inter-bancário quer a nível de governos mundiais, que se vão unir para tentar resolver a crise, concentrando os esforços. Digamos que vai ser necessário repor ordem na economia mundial, e vai haver necessidade de rever os valores morais, dos que se encheram e dos levaram o mundo para este caos. As coisas não podem continuar como antes. Então vão aparecer ideias para resolver a crise. Tem que se criar uma nova ordem mundial e com mais honestidade e mais método.
Sintetizando vai haver uma tomada de consciência global, e vendo o que se passa na economia mundial vão sair deste período conturbado e perturbador e vão surgir novas oportunidades na economia. Os governantes vão estar mais atentos aos bancos, empresas e bolsas. Vão intervir e controlar mais. Mas além disso não vão ser capazes de fazer mais, por isso temo que um dia a crise vai voltar, mas isso é para outras conversas, porque esta previsão é a curto prazo. Sendo assim vamos ter a bolsas qualquer dia a disparar e fazer mais um rali, penso eu. Ah e elas antecipam sempre a economia em pelo menos uns seis meses. Vamos ver quando é que o dinheiro fica barato e der sinal na mudança. Já agora o petróleo a ajudar aos tombos se calhar para a casa dos 40 dólares o dólar a valorizar, enfim os condimentos necessários, mas atenção o desemprego esse vai aumentar e o crédito fácil acabou, esse é o perigo, para as pessoas e empresas.
Mas isto são opiniões minhas. Só.
Parece que vamos pensar que o mal já lá vai.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Capitalismo no seu esplendor

Ainda me lembro! Ou melhor, não consigo esquecer!
O meu sobrinho Miguel, formou-se em Gestão de Empresas, aqui há uns tempos, e entre coisas que me disse, ficou-me na memória, como que a fervilhar, o tom gélido com que afirmou: “Tio o meu objectivo é ficar rico no mais curto espaço de tempo possível”.
O paradigma dos jovens formados nas sociedades modernas. Serem ricos a todo o custo, o tal “laissez faire, laissez passer”, do Colbertismo, que define a criação e inicio do capitalismo puro e sem interferências, a lembrar os métodos escolásticos actuais insertos no “príncipe” maquiavélico em que “os fins justificam os meios” onde se deve obter os máximos ganhos a partir do menor esforço. Essa ideia perfídia, associando um procedimento astucioso e traiçoeiro que infelizmente está cada vez mais em voga.
“Não interessa como, mas sei é que quero é ser rico”. Isto é o que caracteriza a sociedade actual, onde estamos entranhados e para onde nos empurra o capitalismo sem freio, que teima em vingar a pretexto de que o mercado se regula a si mesmo e que não é necessária a intervenção de reguladores, nem há qualquer problema, porque no sistema, há formas de controlar qualquer falha através dos meios que as instituições financeiras dispõem para regular e intervir nos vários mercados.
Este ditongo que os sabichões de economia expressam, levando a crer que estava tudo bem e que as crises financeiras eram cíclicas e até eram boas para a economia e bolsas, onde surgiam boas oportunidades. Discurso este, que ainda não mudou para alguns “experts” financeiros e de mercados.
Bem, voltando ao meu “rico” sobrinho e para não me dispersar, ainda me lembro, que como ele, quando eu era mais novo, mais ou menos assim pensei. Mas depois de várias incursões e tentativas frustradas em negócios, incluindo claro está, a bolsa, aos quarenta descobri tardiamente que a forma de ganhar dinheiro, só mesmo do trabalho com que sempre parcamente me governei ao longo da minha vida.
Diz o povo, “Quem aos trinta não pode, aos quarenta não sabe e aos cinquenta não tem, nunca será ninguém”.
Este ditado assenta como uma luva nos desalmados gestores das grandes sociedades bancárias e fundos de investimento, que a partir dos quarenta se queriam reformar (de ricos) e conquistar um lugar ao sol.
A crise da “bolha especulativa” do chamado “subprime” das “offshores” e outros mais, é uma amostra, porque o mal não se ficará por aqui.
Criaram uma espécie de pirâmide ou uma “Dona Branca” mundial onde aos poucos e poucos, uns poucos se foram engordando e alambazando, sugando para dentro da ilusória bolha, aqueles que a muito custo se tinham tornado menos pobres.
Esses menos pobres que somos nós, aqueles que hipotecariamente compraram casa, carro, férias, electrodomésticos, etc, umas coisas atrás das outras. Criou-se uma necessidade de consumo em que poucos foram engordando à custa de muitos que alimentaram ilusões.
Houve também países, que descobriram esse filão e se converteram ao sistema capitalista e por mais atrasados que fossem a todos os níveis, dispuseram de produtos mais baratos, “chinesices” que nós comprámos, porque estávamos a poupar dinheiro, Pudera! Mas as fábricas também viram isto e mudaram-se daqui para esses países, procurando mais lucros e mão de obra mais barata. E nós? Nós começámos a ficar desempregados, a deixar de pagar os empréstimos hipotecários, (para não falar dos sobre endividados dos empréstimos sobre casas sobre avaliadas que rebentou com isto tudo, a tal pirâmide do “subprime”) começamos a ir para o olho da rua, perdendo as nossas casas e bens e ficámos sem nada. Quebrou-se o elo de ligação produtor consumidor.
Os bancos ficaram desconfiados, não fiam, a economia asfixia-se, os industriais e os agricultores não vendem porque não há dinheiro e a crise e desemprego agravam-se até vir a fome e a miséria, o caos. Porque “em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão”.
Mas ainda estamos na fase em que os governos e bancos centrais emprestam dinheiro aos bancos “os culpados”, para garantir os depósitos e evitar a debandada dos dinheiros. Mais um “bluff”.
Garantindo dinheiro a circular, baixando as taxas de juro, tentam ganhar a confiança e relançar a economia.
Mas este é só um problema adiado porque o dinheiro é dos contribuintes “sai do orçamento” e deixa-nos mais pobres pagando balúrdios aos bancos por lixo que já não vale nada.
Desconfio que com isto tudo, inundam o mercado de dólares e outras moedas em que o dinheiro perderá credibilidade, os investimentos feitos podem tornar-se ruinosos por tanto dinheiro injectado sem regresso, numa economia perdida e cada vez mais enterrada no abismo que aos poucos nos vai sugando, quer pelas dividas quer pelo desemprego até chegar à fome e à guerra, que a História já nos ensinou (lembram-se? Se não lembram vão ler! Está nos livros de História, entre outros).

Oh Miguel, o que nos espera ainda!