quarta-feira, 5 de setembro de 2012

OS BURLÕES DO NOSSO PIB

Sabemos que Portugal tem registado, baixa de salários, perda de poder de compra e aumento de desemprego essencialmente jovem, que é a força de trabalho de um país. Mas para Passos Coelho isso tem que ser assim, para melhorar a economia.
Pois a nossa balança de transacções está a melhorar consideravelmente. E isso é bom para o 1º ministro. Significa também que estão a ser criados os alicerces para que a partir de 2013 as coisas se comecem a compor visto já ter sido tudo cumprido que foi ordenado pela “Troika” e a partir de agora os resultados vão aparecer.
Portanto espera-nos um futuro risonho, segundo ele.
A política de baixar salários e de facilidade de despedimentos vai permitir o aumento de competitividade.
Vamos lá analisar então!
Se Portugal está a perder competitividade segundo as noticias, a ser ultrapassado por países como o Azerbaijão, ou mesmo a Turquia aqui ao lado, como pode então recuperar? 
Se as portas dos bancos se fecham ao financiamento das empresas, se as empresas estrangeiras colocadas em Portugal já estão a retirar o seu lucro de investimentos para os países de origem, secando a economia de provisões financeiras, como poderá Portugal sair da crise sem dinheiro?
Com a deterioração das condições económicas em Portugal, quem se vai lembrar de nós se caminhamos no sentido da Grécia, que mal o dinheiro dos empréstimos ali chega desaparece logo de circulação sem ser investido na economia real?
Assim é impossível haver melhoras!
Sem dinheiro para investir, com pesados juros de dívidas para pagar, com salários cada vez mais indignos, claro está que Portugal não equilibra a balança comercial. 
Sem dinheiro a circular qualquer economia morre.
 E o PIB? E o Défice Orçamental? Que é o que realmente importa!
Como é possível haver um 1º ministro que pense que estrangulando os salários, fomentando o desemprego, e evaporando o dinheiro da economia real consegue equilibrar as contas e fazer um ajustamento comercial?
Conseguir consegue inicialmente, mas destrói o investimento produtivo, e tudo definha ainda mais. Quanto mais definha menos dinheiro se tem, menos se consome, menos se produz e entramos num ciclo em que já nada teremos para comer, nem nada produziremos . 
Chegaremos a um ponto em que teremos de comprar tudo lá fora. E aí sim, sem dinheiro e sem produzirmos nada, não teremos dinheiro para comprar nada, porque entretanto esta politica ruinosa levou-nos à fome e à miséria.
Aí seremos uma espécie de Haiti da Europa, onde nada se produzirá e o pouco que se conseguirá será das ONG’s internacionais, que lá vão dando uns sacos de farinha para sobreviverem, se houver para dar porque o mal vai ser geral.
Uma coisa eu percebi. É fácil equilibrar a balança comercial num país, basta tirar dinheiro ao povo e eles deixam de comprar e como o que consumimos vem tudo lá de fora…está feito. Não se consome, não se importa.
Brutal esta inteligência dos nossos governantes!
O que ninguém entende é que se um país não tem dinheiro, todos fogem de lá, principalmente as empresas estrangeiras. As pessoas perdem os empregos e se alguma coisa era produzido deixa de o ser. 
Deixar de importar artigos supérfluos, carros, ou mesmo aqueles que realmente precisamos, não resolve tudo. Também se deixa de importar maquinarias necessárias e até mesmo novas tecnologias mais competitivas e basta perdermos o nosso “ganha pão”, para não haver salvação.
Seremos um bando de farrapilhas envergonhados, pois então! Por termos acreditado em contadores de histórias. Os burlões de fato e gravata todos bem falantes que acabam por nos levar sempre no conto do vigário.
Não é assim que se apresentam?