sexta-feira, 1 de agosto de 2014

DEVAGAR SE VAI AO REGO

O Tribunal Constitucional, acabou de aprovar a nova lei que causa mais um saque nos bolsos dos polícias.
Os agentes da PSP e GNR vão passar a descontar mais 1% para os subsistemas de saúde, passando de 2,5 para 3,5%, quando já são lucrativos.
Após nos tempos do primeiro ministro Cavaco Silva se ter dado início a estes sucessivos aumentos nos descontos para a saúde das forças de segurança, agora assiste-se, não só ao assalto dos  vencimentos dos polícias, ou saúde que é óbvio, mas essencialmente uma espécie de "último round" a estes subsistemas de saúde.
Partindo do princípio que a saúde é um direito constitucional, por isso se pagam os impostos, a par do ensino, etc, hoje em dia pagamos cada vez mais e negam-nos mais ainda esses direitos, a ser o Estado um mero cobrador de impostos, esquecendo-se das suas obrigações.
Sabendo que as condições de penosidade e de prontidão dos polícias obriga a que se tenha um sistema de saúde conveniente a essas funções, assim tinha sido criado, por consciência desse desgaste na saúde, vêem agora estes governos a destruí-lo aos poucos.
Após suspeitas de mau controlo das despesas nas contas públicas que aconteceram por todo o lado, com a inoperância e complacência dos governos para com os que tanto beneficiaram com os mais diversos esquemas, criando-se generosas fortunas entre aqueles se ali se acoitaram, vêm agora os polícias e militares pagar também por isso com a sua saúde.
Os acordos e protocolos com as várias entidades, cada vez limitam mais as forças de segurança no acesso à saúde, de certa forma alarmante nas zonas interiores, que já não têm onde se socorrer, vem agora este aumento dar mais uma penada nos ordenados criando condições para a fuga deste ultrajante roubo no subsistema de saúde.
A partir de agora estão criadas as condições para que se permita que os polícias e militares optem por este subsistema de saúde caro e ineficiente ou por um sistema de saúde privado que aparentemente será mais barato, mas que permitirá criar condições para a destruição e eliminação destes subsistemas.
Os centros de saúde e hospitais públicos, são universais, e os polícias não hesitarão em trocar os seus sistemas de saúde, por um seguro para pouparem dinheiro, sabendo de antemão que ao público eles também têm direito porque para eles também pagam e complementam assim com o seguro de saúde particular, conforme lhes convier, depois de fazerem as suas contas.
O estado ficará com essas despesas maiores, que são doenças mais graves que o privado não tem “know how”, nem quer socorrer, além de que é oneroso para os seus lucros necessários, limitando-se a consultas, análises e pequenas cirurgias.
Depois empurram-nos para o público como já o fazem, aplicando garantias e cauções exorbitantes nos internamentos e cirurgias que não podemos pagar, aumentando ainda mais as custas para a saúde no Orçamento de Estado, e levando à debandada de pessoas desses subsistemas com perdas avultadas para o Estado e criando até mesmo condições para que eles sejam extintos o mais rápido possível.
Com estas medidas estão assim preparados para que sem alaridos e criticas, aos poucos se destrua o sistema de saúde de uns e de outros, beneficiando os privados.
Eles são mesmo espertos, em vez de serem eles a fazer ainda nos põem a nós a escolher.
Mais a mais os presidentes dos sindicatos já caíram no engodo e já defendem os sistemas de seguro privados, dando o primeiro ingénuo passo.

Só espero que não aconteça uma doença grave aos que defendem a mudança. 
Quero ver o privado a esvaziar-lhes a carteira e depois terem que recorrer ao público “se ainda houver".