terça-feira, 26 de outubro de 2010

Venda ao Desbarato


O Governo britânico anunciou um plano de austeridade de quatro anos, o maior desde o fim da II Guerra Mundial, que prevê cortes radicais na despesa do Estado e aumento de impostos. Tudo isto para baixar o défice orçamental do Reino Unido de 10,1% em 2009 para 1,1% do PIB em 2015. Para isso prepara-se para vender até metade das florestas do país, no âmbito do plano para combater o défice.
Mas ainda têm a lata de dizer que na maioria dos casos, o grande objectivo é colocar as florestas à disposição das comunidades e organizações não governamentais.
Por falar em lata, lembrei-me logo dos nossos políticos. Que lata terão eles daqui a amanhã para anunciar novas medidas para os O. E. que se seguem.
Vender as florestas? Isso já ardeu tudo! Bem sempre restará algum Parque Natural Protegido que seja vendável. Quem sabe a Serra da Peneda e Gerês, a Serra da Arrábida, da Estrela ou do Alvão. Deve haver compradores, aquilo até deve ser um bom negócio, cobrar a entrada aos amantes da natureza. Elas este ano levaram um bom devaste com os incêndios, mas sempre sobraria alguma coisa. Era boa ideia, é que além de entrar dinheiro para os cofres do Estado, sempre se poupava em vidas de Bombeiros e aluguer de helicópteros e aviões Canader.
Também podíamos vender depois a concessão da Exploração Marítima, agora que aumentou a nossa Plataforma Continental. Sim que os Rios já pouco valem e estão na sua maioria entregues à EDP. No mar sempre podia vir a EDP Renováveis com mais energia eólica, já que está tanto na moda. Ah! vender os passeios públicos e colocar uns “pedágios” como dizem os brasileiros, uma portagem à estrada das localidades ou coisa parecida. “Se quer andar tem que pagar” era um bom slogan. Já que se paga para andar nas estradas quase todas agora, paga-se para estacionar, ou se não se paga estaciona-se mal e é-se autuado que é pior a emenda que o soneto.
Não sei de onde poderá vir mais dinheiro. Vender monumentos, como já começaram a fazer os Italianos, mas isso já o fizemos em tempos de crise também. Deu para o torto.
Ficou conhecido pela Lei do Mata-Frades, criada pelo Joaquim António de Aguiar (ganhou essa alcunha), que promulgou a célebre lei pela qual declarava extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios, e quaisquer outras casas das ordens religiosas regulares, sendo os seus bens secularizados e incorporados na Fazenda Nacional.
Reza a história que o povo revoltado numa localidade pela venda de um mosteiro, acabou por matar à pancada o ilustre comprador.
Gostava de ver isto agora!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Brincar às Escondidas






E se fizéssemos um jogo como quando éramos miúdos?
Podíamos começar por criar uma comissão, de técnicos qualificados quer em fiscalidade e direito tributário, quer em justiça. Seja o que for, mas essencialmente gente vocacionada na investigação, do tipo “caça fantasmas”. Se calhar uma espécie de Tribunal. Mas em vez de Tribunal de Contas seria melhor um Tribunal de Ajuste de Contas e ir à procura de situações fraudulentas, buracos financeiros, financiamentos indevidos, ajudas de custo e subsídios mal atribuídos, concursos públicos de obras e de admissão e sem lá que mais, concessões, contratos, ajustos directos, financiamentos a partidos, nomeações suspeitas, sei lá! Tanta coisa que nem tem ponta por onde se lhe pegue, mas com tanta gente formada no desemprego era uma boa ideia criar assim uns postos de trabalho. Estou convencido que voluntários não faltavam, até mesmo a trabalhar de borla, só para descobrir a careca a esta gente que andou anos e anos a roubar-nos às escondidas e agora nos querem roubar às claras com este Orçamento.
È verdade era um bom jogo esse de brincar às escondidas, porque cada dia que passa iremos descobrir os buracos financeiros, os esquemas os desvios, os malabarismos com que sempre estes senhores andaram para apresentar os sucessivos Orçamentos de Estado.
Já chega de brincar às cegas… vamos brincar antes às escondidas e descobrir os seus autores. Até parece ser fácil! Pois já vi que não querem entrar neste jogo. “Imburrentes” era assim que dizíamos quando éramos crianças. Não entraram no outro jogo e não vão querer entrar neste. Pois são uns passivamente “imburrentes” não entram em jogo nenhum. Deixem estar que eles encarregam-se de jogar com as vossas vidas. Eles empurram-nos para outro jogo, se calhar o jogo de brincar ao pisa. Lembram-se?. É simples, a gente entra no jogo, mas se estivermos distraídos, somos pisados Ou acontece isto. eheheeh

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Fundação Champalimaud sem derrapagem


A Fundação Champalimaud foi inaugurada no passado dia 5, dia sugestivo por acaso o dia da comemoração dos 100 anos da implantação da República. Uma República pútrida e a precisar de uma reforma, mas violenta senão fica tudo na mesma, como é normal neste país. Mudam as moscas mas…
Mas o que eu queria aqui alertar era o facto de esta obra de 100 milhões de euros ter sido construída sem derrapagens. Fiquei admirado como isso foi possível. Deve ter havido ali muito rigor e muito empenho na construção. Normalmente num País onde as obras públicas acabam por ficar muitas vezes por 2 a 3 vezes ou mais o valor orçamentado, como foi possível esta ter conseguido esse milagre.
Mas ainda foram apenas necessários 730 dias para construir o centro (menos de dois anos desde o lançamento da primeira pedra). Incrível, quando neste País se demoram anos para fazer nada e muitas vezes mal feito.
Gostava de saber quem foi a construtora da obra, agora fiquei curioso, deve ser uma empresa muito eficiente. Cá para mim foi milagre! Deve ter as mão do Champalimaud, que está lá do outro lado, como que arrependido daquilo que roubou aos pobres, quis deixar um legado à sociedade de então.
Como foi possível fazer uma coisa desta envergadura tão rápido e sem custos?
Será que as outras obras tambémse poderiam ter feito assim como esta, com tanta eficiência?
Poder podia, mas não teria havido luvas, a uns e a outros, não se tinha criado fortunas como se criaram nestes últimos tempos de senhores ligados à politica é às obras públicas, onde tantas empresas criaram riqueza e se tornaram das maiores da Europa até, quando antes não eram nada. Esta é diferença, entre a eficiência e a construção inquinada com concursos duvidosos e suspeitos, com prazos alargados e sucessivas derrapagens, que levaram à desgraça que se vive agora. Um País falido à custa disto tudo e agora o povo é que paga, que nem governou, nem construiu obras que são a vergonha dos nossos governantes.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Orçamento da desgraça

Dia 28 de Dezembro coloquei aqui as minhas previsões para este ano.
Nessa altura ainda não se falava de crise e Sócrates era uma figura com entusiasmo optimista e ainda acreditava no Pai Natal.
Pois mas Pai Natal é aquilo que os funcionários públicos e portugueses no geral acabaram por ter com este Orçamento de Estado. Um Pai Natal chamado Sócrates, com três meses adiantados, não começassem os portugueses a pensar em compras de Natal.
Previ eu antes do inicio do ano, que: “nossos governantes às voltas com a crise e sem serem capazes de nos tirar dela”, “o perigo de ideias fixas do Governo na forma escolhida de sair da recessão económica”, “Mas a destruição do País e do seu tecido social, vai continuar e os políticos só prejudicam ainda mais com rancores e sentimentalismos, mostrando fragilidades partidárias e muita passividade para se empenharem em verdadeiras soluções”, “vai ser um continuar de erros e destruição.” “Uma realidade em que as pessoas se sentirão perdidas com tantas desorientações governativas.” “Não se vai querer olhar para os factos reais do país, como fome, desemprego, falências, divida das famílias e externa, etc. Se as politicas não mudarem o país afunda-se no abismo (à beira da falência). Portanto o sofrimento vai continuar sem ideias sem controlo e sem sabedoria”, “os Governos estão obcecados por soluções que não resolvem. Não são inteligentes, não tomam iniciativas novas, vão continuar sem racionalismo, sem criatividade e novas ideias, em suma, um país inconscientemente a afundar-se numa crise cega”. Entre outras coisas foi o que previ, mas sinceramente não imaginava tanto.
Não imaginava a coragem do Governo em cortar o vencimento dos funcionários públicos, como se eles é que fossem os culpados da crise, deixando de fora as reformas chorudas, e os privados, como se Portugal fosse só Função Pública.
Sim é verdade também cortaram em mais de um milhão e trezentos mil euros em abonos para crianças e jovens, aumentaram o IVA, congelaram os aumentos de vencimento e escalões, aumentaram o desconto para a Segurança Social, etc. Ora estive a fazer as contas só com estas medidas estes cabr… foram-me ao bolso em cerca de €250, no corte do vencimento, no aumento que não vou ter, no escalão que esperava e voltou a ser congelado, no IVA a 23%, cortes no beneficios fiscais-IRS, na subida dos medicamentos porque infelizmente também tenho doenças, na inflação dos bens de 1ª necessidade que vão disparar… bem é melhor deixar de fazer contas, senão a roubalheira com contas bem feitas é superior ao salário minimo nacional. Mas agora só pergunto, para quem vai este dinheiro que estes filhos de "uma grande senhora honrada" me estão a roubar se o país vai continuar a afundar?
Como diz o Carvalho da Silva, “Querem-nos pôr a pão e água”.
Estes tipos andaram anos a vender a retalho e ao desbarato o País, incorporaram, fundos da P.T., fundos dos C.T.T., da C.G.D., da SAD/PSP, para esconder a incompetência nos Orçamentos de Estado, destruíram o sector produtivo colocando-nos à mercê das multinacionais e agora querem pôr-nos a passar fome, depois de eles construírem fortunas, ao longo destes 30 anos de desgovernação e ninguém os leva presos? Nisso eles não tocam, nas fortunas que não tinham. Seus oportunistas e mamões. Metam impostos nisso, tenham coragem! Descapitalizaram o Estado engordando à nossa conta. Pagaram indemnizações chorudas aos”boys”, prémios nas empresas mal geridas, grandes banquetes, grandes carrões e tudo à nossa conta, criaram o clientelismo,promoveram a incompetência,tornando-nos completamente dependentes do estrangeiro e à mercê das regras dos grandes interesses do mercado especulativo e dos grandes bancos que nos sugarão até ao tutano. E ainda seguraram o BPN!
Um País que não crie riqueza não tem futuro e hoje em dia aquilo que criamos é desemprego, fome e miséria.
Um país que sobe impostos, convida à fuga e á consequente perda de receita acabando por sermos os mesmos a pagar essa fuga.
Fica tudo na mesma. Não se vai aos Institutos Públicos, às Fundações, às empresas público-privadas e participadas do Estado, às empresas municipais, aos consultores jurídicos que cobram milhões e não pagam tostões. Uma autêntica pilhagem dos dinheiros públicos e o Zé-povinho a pagar. Irra que anda tudo a dormir. Velha lá essa fome a ver se o povo abre bem os olhos.


Desculpem a linguagem.