terça-feira, 27 de março de 2012

Congresso do PSD, congresso da desfaçatez


Passos Coelho e seus correligionários, apoderaram-se dos poemas do Zeca Afonso, no seu congresso.
O memorável Zeca tem o seu espaço histórico, nas conquistas da democracia de Portugal. 
Esse vulto está a ressuscitar de novo com as suas canções, devido ao momento que se atravessa que trará nos próximos anos uma nova identidade musical que nascerá a par da crise que começamos a viver. Enquanto isso vai surgindo, vamos revivendo Zeca Afonso.
O Zeca  é símbolo de liberdade, de luta e resistência.
O PSD e seus responsáveis nunca simbolizaram isso, nem antes nem depois de Abril. 
Zeca Afonso nunca antes se cruzou com esta gente e o PSD esteve sempre do lado oposto dos seus ideias.
Por esta razão como se apropriam daqueles versos, que são o símbolo da luta contra o fascismo e ressurgindo agora de novo no combate à politica neo-liberal de Passos Coelho, contra a qual Zeca lutaria se estivesse vivo.
Alem do atrevimento do PSD, esta atitude é insultuosa à sua memória e a tudo que as suas letras simbolizam.
Esta apropriação indevida não deixa de ser inocente.
Nós povo sofredor com todas as medidas de austeridade deste governo, sabemos que os vampiros a pretexto da crise, como que pela calada da noite nos vão tirando tudo o que conquistámos ao som das canções de Zeca e agora nos querem tirar, onde por fim temo, nos restará só a alma e a moral de Zeca Afonso.

Se o PSD não tem identidade nem valores progressistas, então que roube a musica ao Iran Costa “ É o bicho é o Bicho vou-te devorar, crocodilo eu sou” e que a meta nos seus congressos e não tente iludir nem o povo nem seus congressistas com poemas que eles nem defendem. Sejam de uma vez por todas verdadeiros e não iludam ninguém nem adulterem a realidade social.
Se não defendem os princípios de Zeca não embarquem nos seus poemas só porque estão na moda devido ao momento difícil que estes senhores nos colocaram e não sejam oportunistas nem cínicos.
Já agora e em vez de passarem o congresso a bater no governo anterior, porque se abraçou Passos Coelho a João Jardim? pior ainda que Sócrates! Para não falar dos outros do seu partido. Venha o diabo e escolha, estão ligados todos a esquemas ardilosos que levaram o País à desgraça. Ou porque não falou da loja maçónica Universalis de Miguel Relvas?
São todos iguais. … ELES COMEM TUDO E NÃO DEIXAM NADA

VAMPIROS
 
 








No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada


quinta-feira, 22 de março de 2012

TGV o Erro Histórico


Tudo isto me faz lembrar “O Príncipe com Orelhas de Burro”.



Ou este governo é um governo de gente brilhante, vinda das altas esferas celestiais ou então são mesmo uns anjinhos “papudos”, vindos descarnados do submundo das trevas.
A bandeira de campanha eleitoral deste governo “não ao TGV”, ditou para que se tivesse tomado a decisão histórica de não levar por diante um projecto tão necessário e estruturante para o País.
Tudo isto a olhar para o eleitorado e o medo de perder apoio social e votos nas eleições. É desta forma que os governos se orientam. Juntam a incompetência ao medo de perder votos e o País que se dane e os Portugueses que paguem o erro histórico de não desenvolver o país e paguem essencialmente a factura de cerca de 300 milhões que vai cobrar o consórcio pela indemnização, imputandos a Passos Coelho.

Parece que a prioridade do Governo é a aposta no relançamento económico, por isso o desinteresse no TGV.
Mas como podem estas criaturas relançar a economia, se estão a destruir a actividade económica e essencialmente o emprego. A história do desenvolvimento industrial fez-se com o comboio, desde a Inglaterra passando pelos Estados Unidos e Portugal mais tarde (sempre atrasados) em 1856.
O futuro dos transportes será inevitavelmente os comboios modernos por razões económicas e ambientais, contrariando os transportes rodoviários que foi a aposta errada das últimas décadas, começando-se a sentir já os resultados.
Das duas uma, ou estes senhores sabem fazer muito bem as contas e querem por o povo a pagar o erro da construção das auto-estradas, não nos dando alternativas sérias financeiramente ou então são mesmo anjinhos. Porque ao preço que está a gasolina e as auto-estradas, só pode ser para pagar as PPP.

Depois de terem pedido às empresas do Consórcio, para criar um projecto  “low-cost” para o TGV e de encontrarem alternativas para a não construção de uma nova ponte, apresentando alternativas através da ponte 25 de Abril, para entrar em Lisboa.
Depois de encomendado o tal projecto alternativo que eles pediam em linha de bitola europeia para que servisse o transporte tão necessário em mercadorias, eis que estes brilhantes pensadores vindos das altas esferas celestiais em conluio com o Tribunal de Contas (que exigiu tantas alterações ao projecto adiando sempre o visto durante quase 4 anos) na véspera de reunirem com os ministros, francês, espanhol e responsáveis da União Europeia, fazendo assim a “panelinha” combinada pelos dois, o Tribunal de Contas dita a sentença «A adjudicação a essa proposta foi um acto ilegal». E pronto fica o Governo aliviado da pressão dos seus parceiros europeus, da opinião pública em Portugal e dos partidos de esquerda, que como eles dizem, este projecto era dos partidos de esquerda daí o estar condenado.

E assim se permitem que a Soares da Costa faça despedimentos que podem ir até 1.000 trabalhadores conforme já autorizado pelo Governo. A Edifer já entregue aos seus credores, acabe por falir também por o projecto não ir para a frente, mandando para o desemprego 2.500 trabalhadores, para não falar de outras empresas do consórcio como  o Grupo Lena (a Brisa que tombou na Bolsa) e outras empresas da construção que se seguravam enquanto mantinham a esperança neste projecto para poderem continuar a sobreviver.
Desperdiça-se o aval e garantias dos bancos que em tempos assinaram e apoiaram na sua construção que nunca mais se poderão obter, quer pelas condições de juros na altura contratadas quer pela conjuntura económica que nem eles nem o estado voltarão a ter.
E por falar em conjuntura digamos que as condições dadas, era de financiamento a 95% do projecto a fundo perdido neste quadro comunitário, coisa que nunca mais vão poder ter. Sabendo também que destes 78 mil milhões de euros financiados para o projecto só pagaríamos apenas 5%, cujo dinheiro investido seria recuperado em valor superior em pagamentos para a Segurança Social (que bem precisa) pelos trabalhadores e empresas ligadas só ao projecto. Isto é! Um projecto que se pagava por si próprio, criava milhares de postos de trabalho directos, fora os indirectos, que ajudaria toda a economia da região por onde passaria e dinamizaria o país.
Para não falar nos  10.000 milhões que a Siemens podia financiar no TGV, dito por eles.
Ficaremos mais uma vez a “ver passar o comboio”  e mais uma vez a ver passar o futuro por seu turno a “alta velocidade” do TGV.

Portugal pode perder quase 1.200 milhões abandonando o TGV e vai ter que pagar ao consórcio cerca de 300 milhões (116,1 milhões de euros até 2010  do governo Sócrates e o restante 183,9 milhões da suspensão de prazos e modificações  do governo Passos Coelho)   que é quanto eles no mínimo vão exigir.
Este governo pelo menos em contas está aprovado. Já só me faz lembrar o BPN.
Como foi dito pela comissão dos transportes do Parlamento Europeu, "seria não apenas uma pena mas um desastre perder quase mil milhões de euros disponíveis" no âmbito do Fundo de Coesão.

Contas feitas, Portugal, desperdiça 78.000 milhões em fundos vai pagar 300 milhões de indemnização. E fica sem nada. Fica a ver passar os comboios dos “nuestros hermanos” 
O consórcio é que já deve estar a fazer contas ao dinheiro. 
O PSD concebeu o TGV e quando se preparava para o parir cometeu um aborto.
 Pagos por nós, entre 2001 e 2010, o projecto recebeu cerca de 115,9 milhões de euros de subsídios ao investimento, dos quais cerca de 36 milhões provenientes da União Europeia.
É de abortos que falamos.
E como dizem os “Homens da Luta” (e o povo é que paga).

É mesmo para dizer: “Estás a precisar de umas orelhas de burro, amigo” acaba assim a fábula do Príncipe.

sexta-feira, 2 de março de 2012

PETRÓLEO E GEOPOLÍTICA

Todos sabemos que o petróleo está relacionado com a economia e sendo esse um factor essencial no crescimento económico.
Quando a crise se começou a sentir apontou-se muito a causa do petróleo e a sua falta.
A economia arrefeceu e o petróleo baixou.
Mas o petróleo é causa de guerras e as guerras a causa essencial do aumento do petróleo, como foi na invasão do Kuwait e na guerra do Golfo assim como no Iraque.
 Num momento em que o crude está novamente em alta por volta dos 125 dólares, perto do seu máximo histórico, quais são as razões que assistem a esta subida, uma vez que a economia está em baixa?
As guerras?
Pois claro desta vez com o Irão. Apostados que estão os EUA em tomar conta do Médio Oriente, ainda não se livraram do Iraque e Afeganistão e já apostam no Irão, para não falar de outros países como Líbia ou mesmo agora a Síria apesar da táctica agora ser outra por dificuldades financeiras.
 No caso do conflito que se está a gerar com o Irão a pretexto da bomba atómica, o preço do petróleo já disparou um pouco mais, mas chegar a um verdadeiro conflito, parece-me ilusório.
Isso traria muitos problemas, além da subida do crude, seria dispendiosa aos Americanos e parceiros Europeus até, falidos que estão.
Daí que terão que saber escolher, entre fazer a guerra e arriscarem a falhar mais uma vez e debilitar ainda mais a economia com preços exorbitantes no petróleo.
Esta hesitação terá que ser ultrapassada apesar de eles saberem que já não têm a mesma frescura financeira, que afinal foi a razão que os empurrou para fazer guerras no Médio Oriente sempre com o objectivo do controlo do “ouro negro”.
Petróleo é riqueza e poder daí a avidez de criarem guerras tentando colocar ali governos fantoches.
Mas as coisas já não são o que eram e o xadrez mundial está a mudar e os Americanos já não conseguem dominar e vão ter que perceber isso e entender também que tudo o que se faça só nos prejudica ainda mais.
Está é a razão para não fazer a guerra, os EUA estão sem dinheiro e desnorteados, mas fazendo a guerra o desnorte seria maior, além de que não haveria dinheiro para gasolina e passaríamos a andar a pé, além de outras coisas.