sexta-feira, 28 de março de 2014

Teodora Cardoso. O despertar de um anjo.


Teodora Cardoso, que já deve sei lá quantos anos à reforma, não fosse o chorudo rendimento e todas as suas mordomias que esta gente não elimina do Banco de Portugal que são uma afronta e uma vergonha perante um país com 2 milhões de pobres.
Mas esta idosa angelical, só podia ter uma ideia a condizer com o seu ar de querubim.
A presidente do Conselho de Finanças Públicas, “relança dizem os críticos”, uma proposta revolucionária com longa história da academia. O Imposto Único.
O assunto, dizem que está a ser debatido nos meios académicos e nunca foi posto em prática por nenhum governo.
A  Srª. Tiadora, vem agora com o adiantado da idade com uma ideia peregrina, querer taxar a partir de contas poupança.
Mas ela não é de cá?
Descendeu das altas esferas celestiais?
Diz-se que a ideia poderia ser substituir todos os impostos sobre o rendimento, que é um instrumento de receita, por um único imposto que seria como instrumento de fomento, gerador de crescimento e emprego.
Substituir o IRS por um imposto cobrado por intermédio dos bancos em função dos levantamentos feitos de contas de poupança, onde seriam obrigatoriamente depositados todos os rendimentos. Salários pensões e de capital.
Os bancos seriam assim os cobradores fiscais em vez do estado que depois dariam os dados dos impostos à autoridade fiscal.
Até parece que a banca não é perita em fazer esfumaçar fortunas. Ou ninguém se lembra das vergonhas dos bancos portugueses?
Entregar a colecta dos portugueses nas mãos dessa gente, do BPN, BPP, BCP,BANIF, BES, etc?
Os principais causadores da nossa desgraça?
Por causa da crise que a banca provocou andamos todos a pagar, e agora querem passar para as mãos deles a colecta?
Que ingenuidade! Ou não, sabe-se lá a intenção.
Já agora e os bancos em vez de pagar também os seus impostos, cobravam pelo serviço prestado às finanças.
E já se está a ver os esquemas que estes criariam para encobrir chorudos lucros e criarem formas de esconder contas e rendimentos conforme se tem passado com offshores. 
O dito Imposto Único sobre tributações, a debitar 2% sobre o valor de cada transacção tanto ao credor como ao devedor, seria uma forma de arranjar logo uma maneira de toda a gente pensar em fugir ao fisco. Criando esquemas não declarados de se fazerem negócios, acabando por se inventar uma economia paralela sem precedentes, que só os incautos acabariam por pagar.
Ou já estão também a imaginar a quantidade de dinheiro que deixaria de circular pelos bancos passando a andar todos carregado de dinheiro e a esconde-lo em cofres, em buracos, ou no colchão para não pagar nada ao Estado.
Não tardaria muito e criavam uma lei, em que quem fosse encontrado com dinheiro no bolso seria-lhe confiscado a favor do estado por não ser declarado aos bancos.
Os bancos suspeitos de infracção passavam a ser objecto de buscas (mas com aviso prévio para esconder as provas) nas suas agências ou sedes e a polícia e o fisco a entrar em casa das pessoas à procurar do dinheiro não declarado.
Se calhar começávamos a fazer troca directa, tipo, produto por produto. Toma lá uma galinha ou um porco e dá cá um dia de trabalho pela pintura da casa. Passaria a vigorar a troca por troca.
Marcos Sintra (com a mesma ideia angelical mas brasileiro) defende uma taxa de 4% sobre os levantamentos ou sobre o valor depositado. 
É que seria tudo a evitar pôr dinheiro nos bancos.
Acho que não haveria casa dos mais ricos ou mesmo remediados que não fosse assaltada à procura do tesouro escondido.
E quando alguém morresse, lá ia tudo à procura do dinheiro a revolver todos os buracos da casa ou do quintal e  palheiro se o houvesse!
Era o novo euromilhões ou audimilhões. O primeiro a chegar abotoava-se com a massa. Já estão a imaginar a guerras que isso dava.
Criava-se um novo tipo de crime. Agressões, roubo, injurias e sei lá que mais, por herança.
As empresas essas sim valeria assaltar os seus cofres. Criava-se o crime, assalto aos dinheiros não declarados.
O mais angelical desta “Teodora a pensadora” é que tal imposto serviria para evitar e a evasão fiscal e facilitar a sua investigação.
Criavam assim uma unidade fiscalização dos dinheiros dos contribuintes.
No tempo do Salazar quem fosse apanhado com um isqueiro sem licença era preso ou multado, agora quem fosse apanhado com dinheiro sem o talão de levantamento bancário era preso também.
Já estou a imaginar a revistar-se o povinho.
-Mostra lá aí a carteira e tira tudo o que tiveres nos bolsos cá para fora, quero ver o dinheiro que tens? 
-Alto lá, tens aqui cinco euros e meio a mais do que o declarado no talão de levantamento. Está apreendido se não justificares de onde veio este dinheiro. Andas a vender ovos na feira?
-Não me venhas dizer que o achaste, porque o achar dinheiro e não o declarar como achado também é crime. Está apreendido na mesma, vais ter que justificar o dinheiro se não vais para Tribunal responder. 
E se alguém perder o talão?
O dinheiro é apreendido também e só o vai levantar à Polícia mediante segunda via do talão comprovativo de levantamento a cobrar pelo banco.
Auguro uma nova especialidade. Falsificador de talões de levantamento bancário.
Lá vai ter que ser criado uma ligação electrónica da policia aos bancos para aceder às contas e movimentos dos cidadãos.
Estão a imaginar o polícia!
-Está ali um tipo naquela tasca a beber demais e a pagar aos amigos, vamos lá identificá-lo e vamos ver as contas dele.
-Olha o gajo já há dois meses que não movimenta a conta do banco e está ali a gastar ao desbarato. Temos que o revistar  e se calhar ir lá a casa fazer uma busca que ele só pode andar a fugir ao fisco.
A Srª. Tiadora se calhar teve uma nova ideia, acabar com o dinheiro vivo.
 Mas isso este governo já está a acabar!
Será que ainda há portugueses com dinheiro nos bolsos?
Porque dinheiro nos bancos só já os ricos e para esses não vejo ter nenhuma ideia.
Agora esta ideia tonta é que eu não entendo. 
Afinal não era mais fácil dizer que se podia aplicar uma taxa a todo o consumo e taxar bem alto os artigos de luxo?
Assim quem tivesse dinheiro é que o gastava, em carrões e mansões mas com altas taxas, para subsidiar o resto.
 Se calhar a ideia até era essa, mas devido à idade baralhou as ideias todas. Ou então devido à carteira que a deve ter bem recheada, pelo ordenado e alcavalas que ganham, lá no Banco de Portugal onde não se sente a crise, nem se fazem cortes salariais, parecendo que são das arábias.