Passos Coelho e seus correligionários, apoderaram-se dos
poemas do Zeca Afonso, no seu congresso.
O memorável Zeca tem o seu espaço histórico, nas conquistas
da democracia de Portugal.
Esse vulto está a ressuscitar de novo com as suas
canções, devido ao momento que se atravessa que trará nos próximos anos uma nova identidade musical que nascerá a
par da crise que começamos a viver. Enquanto isso vai surgindo, vamos revivendo
Zeca Afonso.
O Zeca é símbolo de liberdade, de luta e resistência.
O PSD e seus responsáveis nunca simbolizaram isso, nem antes
nem depois de Abril.
Zeca Afonso nunca antes se cruzou com esta gente e o PSD
esteve sempre do lado oposto dos seus ideias.
Por esta razão como se apropriam daqueles versos, que são o
símbolo da luta contra o fascismo e ressurgindo agora de novo no combate à politica
neo-liberal de Passos Coelho, contra a qual Zeca lutaria se estivesse vivo.
Alem do atrevimento do PSD, esta atitude é insultuosa à sua
memória e a tudo que as suas letras simbolizam.
Esta apropriação indevida não deixa de ser inocente.
Nós povo sofredor com todas as medidas de austeridade deste governo,
sabemos que os vampiros a pretexto da crise, como que pela calada da noite nos
vão tirando tudo o que conquistámos ao som das canções de Zeca e agora nos
querem tirar, onde por fim temo, nos restará só a alma e a moral de Zeca
Afonso.
Se o PSD não tem identidade nem valores progressistas, então que roube
a musica ao Iran Costa “ É o bicho é o Bicho vou-te devorar, crocodilo eu sou”
e que a meta nos seus congressos e não tente iludir nem o povo nem seus
congressistas com poemas que eles nem defendem. Sejam de uma vez por todas
verdadeiros e não iludam ninguém nem adulterem a realidade social.
Se não defendem os princípios de Zeca não embarquem nos seus poemas só
porque estão na moda devido ao momento difícil que estes senhores nos colocaram
e não sejam oportunistas nem cínicos.
Já agora e em vez de passarem o congresso a bater no governo anterior,
porque se abraçou Passos Coelho a João Jardim? pior ainda que Sócrates! Para
não falar dos outros do seu partido. Venha o diabo e escolha, estão
ligados todos a esquemas ardilosos que levaram o País à desgraça. Ou porque não
falou da loja maçónica Universalis de Miguel Relvas?
São todos iguais. … ELES COMEM TUDO E NÃO
DEIXAM NADA…
VAMPIROS
No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada
Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [Bis]
A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas
São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo E não deixam nada
No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada
Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada
Eles comem tudo E não deixam nada
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