Estamos a empobrecer.
Tudo por culpa das mudanças surgidas ao longo de décadas, que em
vez de se tornarem um benefício para as pessoas, tornou-se num lucro abissal
para meia dúzia de ricos.
Mas se os banqueiros perderam dinheiro, nós temos que pagar!
E onde é que está afinal o dinheiro?
Ninguém o comeu!
E onde é que está afinal o dinheiro?
Ninguém o comeu!
Está nalguns bancos que manipulam a economia, nos novos bilionários que
fizeram fortuna com os desenvolvimentos informáticos e tecnológicos, na exploração
dos recursos naturais do solo e subsolo, na especulação bolsista e por aí
adiante.
Toda esta riqueza produzida, fez novos-ricos e ricos cada vez mais
ricos.
Por isto a classe média trabalhadora está em perigo de extinção,
por causa desta plutocracia que tornou o mundo apesar que mais desenvolvido mas
mais desigual, com políticos usados como pivot´s que serviram o poder económico que lhes emprenhou os bolsos de dinheiro no mínimo duvidoso.
Antigamente ainda havia algum respeito
por quem trabalha. A seguir à 2ª Guerra Mundial reconheceu-se a necessidade de
respeitar os sindicatos e quem representava os vários sectores sociais, tendo
em conta a dignidade da condição humana, assente nos princípios da Revolução Francesa,
aliás direitos bem presente na nossa Constituição da República, que ainda nos vai salvando de ataques mais assanhados.
Mas agora torná-mo-nos os novos escravos,
que em quase nenhum país do mundo já ninguém poderá estar imune.
No sistema económico de um mundo emergente que a nossa economia
está incorporada, as empresas têm outras opções agora.
As grandes empresas podem agora optar por limitar o número de trabalhadores
que eles empregam pela mudança de milhões de empregos para países ainda mais pobres com mão-de-obra
escrava como acontece no Bangladesh, China, Filipinas, etc, realizando lucros obscenos a troco de um dólar ou pouco mais por
dia.
Destrói-se países desenvolvidos, com níveis de desemprego
alucinantes, obrigando o estado providência a suportar as desgraças dos novos
pobres, levando-os ao nível da caridade e da solidariedade institucional e
pessoal, como forma de garante de um limiar de sobrevivência.
Os mais pobres ajudam-se uns aos outros e os menos pobres são
chamados a contribuir com impostos que já não suportam, sendo eles arrastados
para a mesa da pobreza, nunca se atacando as grandes empresas criadoras de
fortunas particulares, sempre com o argumento que é necessário baixar-lhe os
impostos para as atrair para novos investimentos, que estas vão adiando à
mediada que vão observando cada vez menor poder de compra, embolsando milhões,
aliviados com os benefícios fiscais oferecidos.
Mesmo com todo este desenvolvimento tecnológico, as grandes
empresas procuram sempre mais e mais lucro, apesar da necessidade de cada vez
menor de mão-de-obra e dos lucros serem ainda mais aviltantes, tal é a imoralidade na falta de distribuição da riqueza criada.
Vivemos num período em que a tecnologia está a avançar num ritmo inimaginável,
ao mesmo tempo em que se está a tornar mais barato a produção.
As novas leis laborais significam que vai tornar-se
mais fácil para as empresas substituir trabalhadores com robôs e computadores,
aumentando os lucros e produção, diminuindo salários, emprego e poder de compra.
Desta forma a economia vai perder milhões de empregos para a
tecnologia nos próximos anos mesmo assim os horários de trabalho continuam a
aumentar.
Tudo isto contribui para uma recessão cada vez mais severa, onde
os direitos laborais serão sonegados e onde a tendência será baixar ainda mais
os ordenados.
Isto conjugado, leva a uma recessão global porque as economias estão
todas interdependentes sendo um declínio económico total.
O PIB dos países desenvolvidos modificou-se completamente,
beneficiando outros países como os BRIC´s e não só. Desde a crise de 2001 até
agora os EUA, viram o seu PIB reduzido de 31,8 por cento para 21,8 agora. Países como o nosso, Espanha, França, Itália, etc, endividaram-se com anos sucessivos de deficit Orçamental. Isto é o pronuncio de um colapso, para o qual certos países não estavam
preparados.
Nestes países com esta perda de produção, acarreta despedimentos
em massa, perdas de poder de compra e aumento da divida dos seus países. Resulta
num empobrecimento global das pessoas e default dos seus países.
Por um lado a deslocalização da industria, a sua robotização e
computação, levando a dramáticos números de desemprego e sem que sejam
acautelados os lucros dessas empresas, nem aplicados os devidos impostos em
função desses lucros aos seus donos, permitindo-se que o dinheiro circule sem
freio entre diversos países e mercados e para paraísos fiscais, tudo isto faz
com que as desigualdades se tornem aviltantes.
Vendo os dados comparativos do PIB desses países, chaga-se à
triste conclusão que os países até que produzem, mas os ordenados são cada vez menores
em comparação com os respectivos PIB´s. Por outro lado, cada vez se trabalha
mais num completo contra-senso. Ganha-se menos e trabalha-se mais ou a tempo
parcial mais mal pago ainda, quando deveria ser ao contrário.
Os jovens não conseguem emprego e os que conseguem são mal pagos,
que não lhes possibilita a saída de casa dos pais, como acontece já desde os
anos 90 no Japão, desde que ali se instalou a crise, passando a amontoar-se as famílias, como acontecia nos meados do século passado que se vivia em barracas junto às
grandes cinturas industriais.
O desemprego será o novo flagelo da humanidade e as pessoas acorrerão
de um lado para o outro atrás de qualquer trabalho, conforme aconteceu na grande
depressão de 1929.
Entretanto os povos começam a revoltar-se, como na Grécia e sinais
assustadores na França, contra os sistemas políticos, correndo-se o risco da
radicalização, criando-se oportunidade de passarem uma esponja na história e
regressarem os nacionalismos radicais e as perseguições raciais, acusando-se os
emigrantes como se eles fossem os culpados da desgraça deste neoliberalismo
desenfreado.
Em certos países como em Espanha criam-se leis para impedir manifestações
com coimas pesadas para os organizadores tentando travar os protestos do povo,
temendo-se as possíveis “primaveras/revoltas europeias” inevitáveis que se
avizinham.
A par disto tudo, desde os anos 80 incentivou-se o recurso ao
credito hipotecário, ao invés de se atacar os lucros dos novos milionários,
criou-se apenas um emaranhado de sistema de cobranças de impostos que nos
tolheu a par das dividas que fomos fazendo para satisfazer os nossos sonhos que
eles nos ensinaram a criar e para os quais não temos agora dinheiro para pagar.
Quem sonhou demais, agora grande parte desempregados,
cai na amargura da desgraça sem ter onde se amparar, perante a miséria dilacerante.
Sem se conseguir emprego, perdem-se casas, carros e dignidade,
mesmo assim desesperadas algumas pessoas ainda recorrem a novos créditos, como única
saída à falta de saída, cavando ainda mais o fosso para poder sobreviver.
Estamos a poucos passos da miséria total.
Basta esperar mais uns tempos.
Se nada for feito, claro!
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