domingo, 4 de maio de 2014

SAÍDA LIMPA, QUE SUJEIRA

O Primeiro Ministro acaba de anunciar uma saída limpa.

Com uma dívida de 130%, uma reserva orçamental paga com juros elevados e desnecessários, contraída nos mercados de forma preventiva porque a Europa não tem interesse num cautelar.


 Um desemprego superior aos 17% anunciados, níveis de emigração comparáveis aos anos 60. 
Fome e pobreza de 1/4 da população, cortes salariais na função pública e nas reforma, abaixamento salarial no privado, que nos fazem regredir dez anos em qualidade de vida e dinheiro disponível.
 Ensino reduzido, ataques aos mais elementares direitos laborais como a contratação colectiva e precariedade no emprego.
 Falências das empresas e famílias. Perda de casa, desigualdades sociais comparáveis ao tempo da ditadura com destruição da classe média e do funcionalismo público. Com encerramento de correios, tribunais, etc, levando ao isolamento das populações do interior, aumentando as desigualdades no acesso a serviços.
 Destruição do Serviço Nacional de Saúde e fomento aos negócio como os hospitais privados, promovendo o aumento das fortunas,  favorecimento das grandes empresas ao nível de impostos (IVA/IRS/TSU), aniquilação do ensino superior e destruição das bolsas de investigação, provocando a fuga em massa dos cérebros e investigadores e promovendo o envelhecimento do país com taxas de natalidade negativas. 
Tudo isto para uma saída limpa que só resultou, porque os mercados direccionaram as apostas financeiras dos países asiáticos para a Europa, naquilo que se chama, movimentos especulativos. Com este redireccionamento dos mercados para a Europa o Euro subiu aos 1,38 de dólar e valorizou-se em relação a outras moedas, mas as previsões a um ano apontam para o Euro já na casa dos 1,24 de dólar assim como há quem acredite no colapso do dólar, com o fim do Tapper. 
Aí sim quero ver essa saída limpa! 
Que sujeira!
Já agora para quando o próximo resgate, já que está provado que matematicamente esta dívida é impagável, se não for reestruturada? 
Para depois das eleições europeias, que agora não convém? 
Não se demorem muito porque a Europa vai afundar-se novamente, com a guerra da Ucrânia ou sem ela e aí vai ser mais difícil.

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