Andam por aí os partidos todos em campanha.
Uns apresentam os seus programas, outros tentam não os
discutir e outros discutem tudo e ao mesmo tempo nada, para não falarem do que
pretendem fazer.
Há ainda outros que não apresentando nada, tentam esconder
tudo, até o passado àqueles mais esquecidos.
É a campanha das sondagens.
Há até um canal de TV, que todos os dias faz sondagens e
apresenta resultados.
Esta sim, uma verdadeira campanha. Um embuste disfarçado em
sondagens vis e ilusórias com que nos querem trapassar, fazendo passar os
perdedores inicias para ganhadores finais ou ao contrário e com isso transformar
as opiniões ou falta delas, num alzheimer colectivo, apagando como uma esponja tudo
que para trás ficou, fazendo crer que a política começa só agora e tudo para
trás não conta.
Jogando com tudo isto e contando com a artimanha das margens
estatísticas enleiam os indecisos e mal informados, tornando-os esquecidos e
medrosos de um mal maior.
Esses sim os eleitores mais importantes. Aqueles que só
gostam de ganhar nem que seja no dia das eleições. Os que gostam de estar com
os que ganham para se sentirem vencedores, mesmo que a seguir deitem tudo a
perder.
É para este tipo de gente que funcionam as sondagens que com
uma margem de erro de cerca de 3,5%, conseguem no início da pré-campanha começar
com uns valores e aos poucos aumentando ou diminuindo as margens de erro de uns
ou outros partidos, conseguem convencer ou demover, para não dizer constranger
os eleitores a seguir um certo sentido para o qual não estavam inicialmente
inclinados.
Ilusionismo estatístico, jogando apenas com margens de erros
e manipulando opiniões.
Assim à medida que se fazem sondagens eleva-se aos poucos a
fasquia do erro estatístico e convence-se mais uns quantos a direccionar o seu
voto, e assim se constrói novo resultado, e de um vencedor se faz um perdedor ou ao contrário.
Esses donos das sondagens ligados a certos partidos, esses
sim são eles os verdadeiros vencedores nas urnas.
Eles têm todo o
mérito da campanha eleitoral e valem bem mais que muitos debates, muitas
entrevistas combinadas, muitos comentadores da mesma cor, muitos outdoors falaciosos,
muitos jantares comícios, muitas arruadas com beijinhos abraços, muitas festas comício com cantores
famosos, muitas caravanas com boys e viaturas alugadas, muitas canetas ou t-shirts que deixam de se dar por falta de verba e de apoio dos patos-bravos e
outros oportunistas que tais, que agora em crise tornam os partidos pobres.
A verdadeira campanha é feita em sondagens que olhando bem,
não são para todos os gostos, mas que nos trazem muitos desgostos por
conseguinte.
Em muitos países elas são proibidas porque na verdade
influenciam o voto e nos limitam numa verdadeira reflexão.
Aqui manipulam muitas pessoas, que não gostam de perder nem
que seja a feijões, votando para se sentirem também eles vencedores, tornando
tudo cada vez menos democrático.
Esta sim, a verdadeira essência das sondagens atualmente.