A
sopa dos pobres voltou a Portugal. Embora com roupagem nova as cantinas sociais
aí estão novamente.
O Ministro
da Solidariedade, Pedro Mota Soares, está mesmo determinado a ficar na história
da governação. Como que a imitar a “sopa do Sidónio” cria agora o “take away”
do Pedro da Mota. Digamos que uma espécie de “Mitra” adaptada aos tempos modernos,
que por ambiguidade trazem os tempos da sopa dos pobres.
Na
falta de Rainhas e Duquesas haverá sempre quem as queira substituir neste inestimável
lugar da sociedade, a essas celebres personagens da realeza que se dedicavam à
caridadezinha, enquanto os seus pares viviam que nem nababos às custas da
desgraça alheia.
Nos
tempos em que a Monarquia, era sinónimo de falhanço social, com fome, miséria
e inflação galopante, com sinais de corrupção por todo o lado e lutas politicas
ferozes tal como agora nesta Democracia, no Reinado de D. Carlos a Duquesa de
Palmela e a Marquesa de Rio Maior, criaram as Cozinhas Económicas e depois Sidónio
Pais apoiado na altura pela maçonaria mercantilista (vejam só as coincidências)
apropriou-se da iniciativa e assim ficou na história a “sopa do Sidónio”.
A titulo de
curiosidade, Sidónio Pais foi morto por uma questão de honra, por um mediador do
conflito que opunha uns esfomeados alentejanos, que se tinham apropriado de
Terras e Celeiros, na sequência da repressão da Greve Geral de Novembro de
1918, organizada por alguns sectores Anarquistas, e o governo de Sidónio.
O mediador republicano,
José Julio da Costa, era um agrário de Garvão e empenhara a sua palavra, na
garantia de que não haveria represálias para os sublevados.
Mas o “ditador-rei”, não honrava compromissos, despachou os ditos esfomeados, de barco
para Angola.
Mais tarde
nos anos 40, quando milhões morriam de fome na Europa, dita civilizada, em Portugal havia a "Sopa do Sidónio", nas freguesias de Lisboa, onde todos podiam ir lá buscar a sopa de grão com massa com
chouriço e toucinho e um "casqueiro" para matar a fome que era muita.
Dessa altura ficou na memória a
frase de Salazar, “Livro-vos da guerra, mas não vos livro da fome”. Com escassez, racionamento de alimentos e filas intermináveis na dita sopa dos pobres.
Agora Pedro Mota Soares argumenta, «Sabemos que muitas famílias estão a atravessar sérias
dificuldades, por isso queremos contratualizar com as instituições sociais a
confecção e distribuição de refeições para consumo em espaço próprio ou para
consumo em domicílio». O tal” take away” da “sopa dos pobres”.
Anunciando o apoio do Governo de 50 milhões de euros a
uma rede solidária que passa de 62 para 950 cantinas sociais.
A
ideia desta democracia, de levar o povo à miséria e depois distribuir misericórdia
como um acto de bondade e boa fé, parece finalmente conseguido, e a garantia
extraordinária do anonimato da pobreza envergonhada.
Agora
penso que só falta completar a atitude do “tempo da outra senhora”, e colocarem
as prostitutas em prostíbulos e depois uma vez por mês terem direito a consulta
de ginecologia grátis e distribuírem-lhe os preservativos para prevenir
doenças, conforme já se vai fazendo agora por esses pinhais e eucaliptais fora à
beirinha da estrada, tentando manter o anonimato de uma fome gritante que
desfere os últimos golpes num corpo que já perdeu a alma numa luta contra a
dignidade.
Será que também vão criar uma espécie de “take away” para elas, ou
vão coloca-las nos “bordéis sociais” onde cada homem despido da sua inocência
se vai servir, tirando proveito da miséria humana.
Sidónio Pais
e Salazar instituíram a “sopa dos pobres” Pedro Mota Soares e Coelho
seguiram-lhes os “Passos”.
Aqueles
senhores ficaram na má memória nacional.
Não há duas sem três.
Já agora… Deixem de ser piegas e vão lá às cantinas matar a fome
com a “sopa do Pedro”.
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