sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O PRESIDENTE CAVACO SILVA FALOU À NAÇÃO

Na sua primeira entrevista após a sua eleição o Sr. Presidente da República, Cavaco Silva, falou à Nação.

Falou e percebeu-se que somos todos (como diria João Jardim), uns “gajos estilosos”.

De toda a conversa foi o que melhor depreendi. Cada um tem o seu estilo, e sendo assim os portugueses são uns estilosos.

Claro que cada um com o seu estilo, aliás o Sr. Presidente Cavaco Silva, fez questão de o dizer. Ouvi bem sim, que o estilo de Jardim não era o seu estilo. Com certeza que se referia à forma de governação, o que não deixa de ser estilo. Daí ele ser um estiloso na politica diferente de Alberto João.

Esconder e desbaratar, esbulhando a seu bel-prazer cerca de 5 mil milhões de euros do Orçamento daquela Região Autónoma afinal segundo o Sr. Presidente da República é uma questão de estilo. Que estilosa observação a de um Presidente de todos os Portugueses. Além da necessidade que estamos a passar ainda vêm expor o país a tremenda vergonha da divida de cerca de 3.000 euros por cada madeirense. E é só uma questão de estilo.

É com isto que responde o Presidente de todos os Portugueses à pergunta? O estilo de Jardim não é o seu. E pronto!

Quanto ao resto, confesso que pouco mais apanhei, não sei se foi pelo estilo como foi dito, que mais parecia o de um primeiro-ministro, que ainda caiu na tentação de criticar as medidas do governo anterior nos cortes no vencimento contra a função pública e reformados. Segundo ele estas medidas são melhores no corte do subsídio de Natal. Sei é que para mim foram as duas injustas, pois além de levar com as duas por tabela ainda por cima nenhuma foi anunciada em programas de governo. Mas o estilo dos políticos é assim mesmo, prometem uma coisa e depois fazem outra.

Deu para perceber também que o seu estilo de ver as soluções para o país é igual ao de Passos Coelho, privatizar o que ainda resta e transferir mais seis mil milhões da banca em fundos de pensões, para orçar o Orçamento de Estado.

Acho que ao fim desta governação não restará nada, nem dinheiro, nem privatizações nem mais fundos de pensões. Depois é que eu quero ver!

Ao longo destes mais de trinta anos destruíram tudo e a única coisa que criaram foi grandes fortunas para alguns, com o povo quase na miséria e sem trabalho. E ainda defendem que o fundamental é fomentar a livre concorrência. Bem isso são mais as palavras do ministro das finanças.

Cavaco defendeu foi o equilíbrio da balança de transacções corrente. Para isso deve-se dar todo o apoio às empresas exportadoras. Para Cavaco a prioridade é a exportação. Diminuir o desemprego apoiando as micro e pequenas empresas na produção nacional, incentivando a produção e consumo de produtos que na sua maioria são a base do nosso sustento que essencialmente são importados, reduzindo a dependência do exterior, parece que não interessa. A crise é global e é mais necessário apoiar na redução das importações do que nas exportações, apostando fortemente na agricultura e pescas e produtos de excelência, que Portugal ainda tem e tornar-nos menos dependentes do exterior.

Sem poder de compra nem há paz social nem recuperação. Ou querem-nos pôr a pão e água?

Defendeu também as medidas do governo e acredita que após cumprimento do acordado com a troika Portugal recupere. Lá está um estilo optimista de ver as coisas, como se isso fosse possível. A crise veio pra ficar e ainda só deu um ar de si.

Bem, pelo menos o Sr. Presidente esteve bem, contra o estilo de resolver a crise da União Europeia, defendido pela Ângela Merkel.

Se os outros países da União nos ajudarem comprando emissões da nossa divida conforme Cavaco defende, ele compreenderá certamente que é um estilo bem diferente do de João Jardim.

Estranho estilo este, uns a ajudar e outros a arruinar.

Será mesmo só uma questão de estilo de governar? Ou seria necessário muito mais…                     coragem?



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