terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Fuga para a frente


Na semana passada surgiu uma nota na imprensa que anunciava a chamada de atenção de Superintendentes da PSP, sobre os destinos da Polícia. Esse documento alertava para o rumo que estava a seguir a Polícia devido aos cortes efectuados no seu orçamento da corporação.
Depois dos oficiais se manifestarem através desta carta, o Ministro demite o Director Nacional. Apenas diz que se fala demais.
Como não conseguiu calar os Superintendentes o Sr. Ministro “calou-o” a ele, demitindo-o.
Agora diz ser um novo ciclo na PSP. A isto se chama uma fuga para a frente, por os problemas serem tantos. Vi aí uns a regozijar com isso em vez de analisarem correctamente a questão e fazerem o que se impõe. Preocupam-se com questões laterais em vez de irem ao concreto e assim se passam mais uns tempos a ver o que sai daqui agora. Malabarismo puro e toda a gente a assistirem.

Deixo aqui um pequeno excerto da Agência Lusa:

Os superintendentes da PSP alertaram nesta sexta-feira para a situação “insustentável” na corporação, considerando que o “impasse que se vive há mais de dois anos” na Polícia põe em causa o funcionamento operacional e a “legalidade dos actos praticados”.
Numa carta enviada na quarta-feira ao ministro da Administração Interna, a que agência Lusa teve acesso, 26 dos 30 elementos mais graduados da PSP consideram que “os factores de instabilidade” que afectam a instituição têm a sua origem em “factores externos” e “necessitam também de decisões políticas urgentes, que façam justiça à especificidade da função policial”. 

“O compreensível descontentamento e desmotivação, potenciados pela falta de perspectiva de resolução a curto prazo dos principais problemas da instituição e dos seus profissionais, aproximam-se de níveis insustentáveis, atingindo pessoal de todas as carreiras e começando também a afectar a moral e o normal exercício da função de comando e a colidir com alguns dos principais valores institucionais e deontológicos”, lê-se na carta. 


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