Quando após conhecimento do sucedido na Assembleia da República e visto aquelas imagens, muitos comentámos aquilo. Uma das coisas que me foi dito e perguntado a opinião, foi a demora de cerca de hora e meia da PSP para intervir e pôr termo aquela selvajaria. Eu respondi, que se demoraram esse tempo é porque algum trabalho estavam (PSP) a fazer. Pensava eu que no meio dessa gentalha estariam dissimulados profissionais com o intuito de fazer a respectiva recolha de informação. Pois comenta-se que existe na PSP e não só especialista para esses e outros fins. Portanto essa demora teria esse propósito de assinalar os desordeiros.
Mas pronto, isso passou e a maioria esmagadora elogiou a actuação da PSP e tudo parecia resolvido, apesar das contestações de que os desordeiros teriam acabado por encobrir as razões e objectivos de tamanha manifestação. O que é certo é que se acontecesse só a manifestação sem mais nada, ela já se tinha esquecido e assim mantêm-se na baila. Protestou-se que foi intencional, mas vejamos que a culpa além de muitas vezes ser das televisões ou mesmo de alguns governos que controlam a informação, eu penso que na essência o problema reside nas pessoas, que só ligam a revelações mediáticas e aparatosas esquecendo de ver na sua ignorância a essência do que os deve preocupar.
Mas voltando à carga, não a “carga policial” mas sim à força de expressão, tentei entender o que realmente se passou, já que no rescaldo muito se diz relativamente às imagens em bruto cedidas pela RTP e pedidas a outras televisões, que já levou à demissão do director de informação e vai levar a um inquérito para apurar resultados, esperando-se por mais desenvolvimentos.
Assim o que alcancei, foi que a PSP usou da devida prudência relativamente aos contestatários, que ali ficaram após a manifestação e que realmente foi louvável tal contenção, suportando no que as imagens relatam bem.
Uma potência controlada, administrando a situação, com bom senso, e intervindo por ser necessário evitar destruição e danos materiais na via pública e a terceiros, que se poderiam tornar mais graves se assim não se procedesse.
Deixaram-se guiar pela intuição, mas as imagens, estas sim as da polémica a tais em bruto, ajudam a analisar o que se passou e o que falhou quanto à actuação e comportamento dos contestatários e seu reconhecimento, assinalá-los e identificá-los. Porque falhou-se aí, e todos sabem das polémicas às detenções entre outras coisas.
Essas imagens que agora se falam que foram pedidas, tem a ver com a vontade de controlar e assinalar os contestatários ali presentes, para ter tudo nas mãos. Para que se tenha controlo e sucesso quanto a essa gente e saber quem são essencialmente.
Naturalmente que por aqui passa o sucesso das polícias, mas agora a pergunta que se coloca é! Não haverá um certo défice de princípios ou algum abuso de autoridade? Um contornar a legalidade instituída pela Constituição da República e demais leis do Estado e arriscarem-se a suportar uma vergonha, receber más notícias e sofrer desilusões? Tornarem-se o bode expiatório? Porque as pessoas vão querer saber disso!
Cada vez é mais difícil esconder as coisas e mal se faz, mais rápido se divulga o que se faz e sobressai logo o erro, esquecendo-se tudo o resto. Parece que foi o que aqui aconteceu e agora basta esperar pelas averiguações, porque isto vai ter responsáveis.
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