Fala-se de uma semana de luta, em
que se promete greves para quem as possa fazer, como é o caso dos Guardas Prisionais
e outros farão o que puderem, que é isso que estou para ver.
Estou apreensivo.
Fala-se pela
parte dos polícias em aplicar uma espécie de “dejá vu “ de umas coisas que poucos
resultados tiveram. Isto é, mostrar como será a polícia com gente de idade
avançada, na casa dos quase 50 anos, fazer uma espécie de zelo profissional e elucidar
em vez de reprimir.
Até aqui pouco ou nada de novo.
Sem originalidade ao que se adivinha os policias vão enveredar por uma
iniciativa que me parece que podia ser a mais conseguida, devido à envolvência
de todas as fardas numa demonstração inédita em Portugal.
Sem criatividade ou espírito
inovador e mobilizador vai-se repetir as velhas iniciativas já gastas e com
pouca capacidade de mobilização, apesar da grandeza conseguida na organização
conjunta dos vários sindicatos e associações das forças policiais e militares,
entre outros.
Por estas razões adivinha-se
algum fracasso, a não ser que alterem aquilo que está planeado e surjam novas
ideias e a avaliar pela data, também não me parece!
Um pouco passivos os polícias vão
deitar fora uma cartada muito forte sem terem noção da duplicidade que se
apodera de alguns dirigentes e da necessidade de correr riscos e serem audazes.
Sabendo que este é o justo
caminho, é necessário o envolvimento de todos. Se assim não for, é uma jogada
sem trunfos e de pouco ou nada valerá.
A falhar esta iniciativa a
instabilidade sindical acentuar-se-á e será mais difícil conseguir os
objectivos essências uma vez que os policias não se sabem mobilizar e
responsabilizando apenas os sindicatos pela falta de resultados, não assumindo
ninguém a sua própria apatia, como que esperando numa indolência destruidora de
direitos conquistados, tal é o ataque feroz que continuará por parte do
governo.
A meu ver uma iniciativa destas
devia ser única, original, inspirada e bem planeada, caso contrário arrisca-se
ao fracasso.
Este é o momento de uma cartada
única, se falhar nos seus objectivos vai ser o completo desencorajamento, o
desânimo e acima de tudo um trunfo falhado nas suas ambições.
Acho que os organizadores desta acção
ainda não ganharam bem a noção da importância da iniciativa e do revés do fracasso,
caso aconteça.
Uma coisa é certa, ela tinha
todos os condimentos para ter sucesso. Bastava ter outra visão sobre as coisas
e menos amadorismo. Porque uma coisa destas não pode ser feita para falhar. Se
não for feita para ser grandiosa é melhor não se fazer.
Até porque os sindicatos ficam
tolhidos nas suas iniciativas, os governantes empolgam-se e tudo será mais difícil,
mesmo até na forma como os polícias olharão para os sindicatos.
Há uma coisa que quem dirigi os
sindicatos ainda não reparou, é a ideia que se tem desta democracia. Ela começa a
ser posta em causa, dado o falhanço do sistema e é aí que podem entrar também
os sindicatos. Começa a ser perigoso culpar cada vez mais os sindicatos pelo
estado da nação, e metê-los todos no mesmo saco. Afinal não deixam de ser uns
politicozinhos aos olhos de muitos e à procura de um lugar ao sol, coisa que não
pode ser vista assim, porque alternativa à luta sindical e organizada ainda não
existe.
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