quinta-feira, 11 de julho de 2013

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA EM PORTUGAL

Quando um casal decide dar os laços, ambos estão de acordo, porque a maior ilusão é estarem juntos um com o outro. 



Mas com o passar do tempo as ilusões desvanecem, ou por razão de um, ou desilusão do outro, ou muitas vezes falta de dinheiro a relação deteriora-se. Muitas vezes por novos amores e novas ilusões.

O certo é que Portugal assistiu a um casamento há cerca de dois anos e parecia que os noivos iam ser felizes para sempre.

Com o correr do tempo, como em qualquer casal, começaram as desconfianças e o ambiente familiar degradou-se.

O casal começou a andar de costas voltadas, um a fazer mais picardias que o outro e a partir daí começou a sentir-se dentro da família e mais tarde com desconfiança da vizinhança, que a alegria entre ambos já não era a mesma.

O casal quase não aparecia em conjunto socialmente e ninguém os via sequer conversar o que quer que fosse. 

Era um casamento disfarçado. A fazer lembrar um certo casamento real de um país vizinho.

Assim funcionava o matrimónio. Mal se falavam, tais eram as traições entre eles, que só fingiam estar tudo bem para calar a família e amigos. Mas no fundo no fundo só aspiravam era a separação onde nenhum queria ficar a perder com o casamento, como normalmente acontece.

Os seus herdeiros inocentezinhos, começavam a sofrer com isto e cada um tentava convence-los da sua razão, coisa que eles tinham dificuldades a entender.

Certo dia a traição foi tão clara aos olhos de todos que a notícia rapidamente se espalhou pelo povo, tal foi o alarido.

Não havia mais nada a fazer, como qualquer pessoa honrada, só já restava pedir o divórcio, perante o escândalo nacional. “Afinal havia outra”.

Andava nas bocas do mundo e por isso só tinha como alternativa o divórcio.

Uma decisão irrevogável, perante tamanha traição.

Em sua opinião deveria aproveitar o deslize do seu par e sair deste casamento com alguma dignidade e tirar partido do escândalo. Já lhe bastava a vergonha da traição. Não se importando com as desculpas do cônjuge de que os financiadores dos seus negócios,  lhe impuseram aquela subalterna como gerente das contas lá de casa e que ali não havia traição mas sim imposição e nada mais além disso.  E tudo o resto era teatro.




Havia um colega de ofício que já lhe assediou, desde que começou a frequentar as festas e passadeiras, por onde eles têm andado, tendo eles até já passado um fim-de-semana juntos, com pessoas muito importantes e poderosas que garantiram apadrinhar o novo enlace quando o divórcio acontecesse. 

Sabendo da sentença esperada do seu casamento era uma boa aposta, manter acesa a chama.

Com a canseira dos maus tratos psicológicos e da indiferença do cônjuge, porque não aceder ao assédio de um bom partido?

 Afinal é a possibilidade da continuação na ribalta, que é tão bom!


Mas só lhe restava perante o escândalo sair de forma vitoriosa mesmo queixando-se da traição adúltera.

Pois agora era conhecido que ele escolheu outra, para lhe governar a casa.

Perante isto só restava a saída sublime que escondendo-se por detrás de um crime público, sairia ainda com estatuto de vítima.

Procurar um novo companheiro e deixá-lo a ele agarrado à senhora que ele agora escolheu para enfrentar um novo futuro. Sabendo que sem o seu apoio mesmo que a sua família estivesse contra si seria mais fácil demonstrar alguma honra.

Mas a família assim que soube reuniu-se logo a prometeu tira-lo de cabeça de casal e da frente dos negócios familiares. 

Aí começaram os seus problemas. Sem apoio da família e após conhecimento do pai do cônjuge, da desavença irrevogável o chefe do clã zangou-se e furiosamente parece ter obrigado o casamento a manter as aparências, mesmo que para isso seja necessário aguentar qualquer adultério ou se necessário arranjar um casamento moderno. De resto é preferível fingir, mesmo sendo um casamento podre, mas os seus amigos e parceiros de longa data e de grande prestígio irão ter isso em consideração, o não arriscar a perder os seus parceiros de negociatas nos mercados, tão essenciais no momento.  

Assim perante as evidências tiveram que se entender frente a frente, e como que” animal ferido” a sua exigência foi, ser a dona da casa e sendo que os gastos, gestão do dinheiro e dividas, passariam pela sua mão, esvaziando os poderes machistas daquele que se julgava ser a sua cara metade.

Sem alternativa, um e outro com um prejuízo somado de cerca de 7 mil milhões com a crise casamenteira, tudo se resolveu para já, pelo menos até se pagar a dívida contraída com as inerências do casamento, tal é a irrevogável vontade de poder de um e outro, sujeitando-se o primeiro às vontades do segundo com as exigências do velho patriarca.

A população exposta a este lamentável espectáculo assiste a um cônjuge “chifrado” mas a ganhar poderes perante o outro e a tornar-se governanta geral, tudo isto porque o patriarca quer a salvação do casamento, mantendo os seus interesses nos investimentos e negócios, mesmo que para isso seja necessário amantizarem-se com mais alguém, numa espécie de “menage à trois”, mantendo-se os interesses da família e não permitindo concorrência de outros que já espreitam, e até lá ganhar tempo para restabelecer as parcerias de interesses agora abalados.

Vamos ver o que acontece, se vamos ter um bordel político, para salvar algumas paranóias e cautelas do patriarca, ou o povo vai pedir um Tribunal que condene pelo sufrágio este casamento promíscuo, que muito prejuízo já deu a tantas famílias onde já causou verdadeiros divórcios e vitimas de violência doméstica, dentro de sérios casamentos por causa destes arranjinhos e casamentos de interesse em nome de uma salvação que já ninguém entende depois de tantos sacrifícios.

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