quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A guerra dos Ursos e dos Touros pode estar a começar


É tradicionalmente feito no final de cada ano o rearranjo de carteiras de acções e fundos. Uns para compor prejuízos, outros para diluir lucros o que é certo é que na última quinzena costuma ser assim, por norma em cada ano. 
Em Dezembro não deixou de o ser. Alem de mais que o mercado estava ao rubro com valorizações sucessivas e havia que aproveitar, e devem ter sido muitos.
Ao início do ano é também costume haver muitos negócios bolsistas também na primeira quinzena, com os tais rearranjos de carteira.
Como continua a estar em bull, o mercado anda a apostar forte essencialmente na Europa, de onde se espera a retoma económica. Daí se arriscar no DAX, CAC, IBEX, entre outros como as bolsas periféricas onde se inclui a portuguesas que normalmente aparece no fim da corrida.
Após esta aposta forte e acerto de carteiras, com fuga dos mercados emergentes inicialmente e por fim dos mercados americanos (D.J., NASDAQ, SeP) devido ao “Taper “ da Reserva Federal, a Europa deu o salto nos seus índices com valorizações estrondosas a lembrar o ano de 2000.
Terminada a fase de início do ano, dados os descontos iniciais é chegado a vez de cair na realidade.
Os resultados continuam pouco animadores para a economia. São uma espécie de elixir para as bolsas que estão apenas a meu ver com um sentimento positivo, nada mais.
É natural que assim seja depois de tantos medos e da aflição que caiu sobre a Europa.
Depois dos medos da Grécia, Irlanda, Chipre, Espanha e Portugal, parece que o mal já passou, pelo menos é o sentimento.
Mesmo que já tivesse passado, como o querem fazer crer, começam agora os medos da deflação que há uns três anos anunciei aqui neste blogue.
Mais tarde ou mais cedo ela vai ter que acontecer e parece que começa a chegar a hora do terrível medo.
Aquilo a que eles chamam de inflação negativa é já o 1º sinal, de medo na Europa e que poderá aparecer noutros países à semelhança do que aconteceu no Japão nos anos 90, depois da euforia bolsista e do crescimento económico nos anos 80, onde podemos incluir a especulação imobiliária.
Ela aí está a ameaçar aquilo que mais se teme, uma Grande Depressão à semelhança do que antecedeu antes da 2ª. Guerra Mundial.
Entre resultados positivos que ainda poderão vir a aparecer na economia Europeia alternar-se-à o sentimento de retoma e o medo da deflação e assim andará o mercado de lado (flat) com um misto de sentimentos até que se defina de vez e daqui a uns tempos volte a mergulhar sem antes ferir mais uns incautos, naquilo que será a maior queda depois do mega topo bolsista que está a acontecer.
A Alemanha que foi o motor da Europa e muito beneficiou com a nossa crise, essa começará a dar sinais de cada vez mais fraco crescimento.
Quanto às Obrigações e Títulos de Dívida Pública que parece que estão a beneficiar os países em risco, poderão baixar ainda mais, mas irão acabar por penalizar a Alemanha, a ver os seus juros subirem um pouco devido a apetência ao risco que agora se vive, com o desvio nas aplicações e terem que apostar nas importações dos parceiros europeus.
Com as pessoas a adiarem as suas compras ao se aperceberem da deflação (queda de preços), os bancos também sofrerão nos depósitos cada vez mais baixos os juros nulos, dispensando-se o depósito. 
O desemprego vai aumentar. As acções irão sofrer. Os países mais endividados ainda mais sofrerão. Os excedentes aumentarão na Europa e o pânico voltará a tomar conta de nós.
Se a solução passar pelo que fez a Reserva Federal Americana, com o BCE a aumentar liquidez monetária, contrariando a deflação, aí vai criar um conflito com a Alemanha que aposta numa moeda forte. Poderá haver desvalorizações da moeda e novamente fuga de capitais para mercados emergentes.
 E aí é que eu quero ver, que vai ser de nós.

Vamos dar tempo ao tempo.

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