sexta-feira, 18 de março de 2011

A economia em recuperação…ou não!


Vou repetir-me nalguns pensamentos mas é só para relembrar.
A economia parece estar em vias de recuperação após o abalo do “sub-prime”.
Com os cortes aos vários níveis de despesa para reequilibrar os orçamentos de estado dos diversos Países, as contas também parecem tentar equilibrar-se.
Com tudo isto assistiu-se a um galopante endividamento de alguns países e recurso ao FMI, estando outros, com deficits insuportáveis.
A economia vai parecendo dar sinais de recuperação, mas prende-se agora como já antes tinha alertado para os riscos de inflação que começam a ser preocupantes. Os níveis de redução da produtividade obrigaram além de níveis baixos de salários, a mais despedimentos, o dinheiro tornou-se inacessível com créditos altos e com riscos de novas subidas de juros para travar a inflação. Os preços de petróleo vão continuar a subir e já se fala nos óbvios 220 dólares (com o tempo) por baril, atrapalhando a recuperação. Tudo que é matérias primas e bens de primeira necessidade disparou nos preços, aumentando a inflação. A subida de juros será uma "pescadinha de rabo na boca" para travar a hiper-inflação que virá.
Portanto tudo mostra que a retoma em curso tem a ver com pequenas medidas avulsas, que no fundo pouco alteraram as coisas e que mal elas passem o problema vai voltar mas com mais gravidade e aí sim o consumo das famílias vai sentir-se ainda mais baixo e virá a fome e dificuldade em chegar às prateleiras dos supermercados com procura de alternativas à vida quotidiana. A retoma dos privados está limitada pelo crédito dificultado e pela falta de consumo, essencialmente nas famílias, empresas e no sector do Estado.
Os estados estarão mais frágeis para socorrer as desgraças das famílias e das instituições bancárias que não aguentarão.
Claro está se continuarmos a assistir a catástrofes como esta do Japão o mundo vai ter muito trabalho pela frente e aí sim haverá recuperação e trabalho para todos, mas sem antes assistiremos a uma verdadeira desgraça mundial. Tudo isto levará muitos anos e muitos não estaremos cá para assistir, para bem ou para mal. Não sei que será melhor!
E repito-me mais uma vez, nunca se esqueçam da “teoria do cisne negro” é que o mundo é feito de imprevistos e cada vez sentimos mais isso. Não sabemos o dia de amanhã.

Sem comentários: