quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Porque temos que cumprir os desígnios da TROIKA?

É sabido que Portugal está nos primeiros países da zona euro com maior percentagem de dívida em relação ao PIB. Com a Grécia à cabeça estamos em vias de entrar em incumprimento. Digamos que está tudo endividado, havendo maior duvida em relação a certos países quanto à possibilidade de pagamento, principalmente os periféricos (do sul), também os mais débeis economicamente.

Porque será que somos assim?

Oscilamos entre euforias e tremores e tem sido assim a nossa sina ao longo destes mais de 800 anos de existência. Entre esbanjadores e desgraçadinhos é assim que nos sabemos comportar. Se calhar é daí que vem o fado; o fado da desgraçadinha!

E certo é que já falimos umas cinco vezes e já fomos afortunados umas outras tantas. Parece que não nos sabemos governar!

Acabámos de estar eufóricos com a entrada no euro e já estamos prestes a sair de lá com uma mão à frente e outra atrás, escorraçados que nem desgraçadinhos. Lá está o nosso triste fado.

Eu sempre defendi que o homem é produto do meio. E se o meio nos puxa mais para a as “siestas” e para a “molenguice”, para o “copo” os festivais (touradas e futebóis), para o improviso ou para o “desenrasca” da ultima hora, não deixa de nos tirar o tal “chico esperto”, que sempre existiu nesta raça latina, do tipo “salve-se quem puder”.

E por falar no salve-se quem puder é que temos a TROIKA à perna, a obrigar-nos a todos a pagar o que uns quantos beneficiaram. Mas desses quantos não pensem que todos vão sair por cima! Muitos por causa do tal sangue latino, viveram “à grande e à francesa” e eis que a torneira secou e agora é vê-los daqui amanhã numa pobreza envergonhada.

Voltando ao salve-se quem puder, é só o que a TROIKA veio fazer, a salvar o que puder salvar.

Salvar os credores de Portugal, das dívidas que temos no estrangeiro. Dos milhões que eles têm enterrado na Dívida Pública Portuguesa, nos empréstimos à nossa banca, etc.

Há que salvar esses “investidores” que querem recuperar os seus créditos, por isso as politicas preconizadas pela TROIKA e muito mais excessivas por este governo, visando tão só recuperar ao máximo o capital em dívida do nosso País.

Portanto preparem-se, enquanto eles nos puderem tirar o máximo de tostões possível não vamos abandonar a moeda única. Há que pagar primeiro a dívida, feita por uns quantos que se alternaram no poder e sugaram o Estado, fazendo fortunas que antes não existiam.

E nós a pagar e não percebemos que foi assim. Andámos distantes e distraídos com migalhas que nos deram e agora que somos chamados a pagar do bolo que não comemos, reparamos nos professores que ganham muito, nos funcionários públicos que não fazem nenhum e são os mais bem pagos, nos policias que só servem para nos “bater” ou nos reformados que têm grandes reformas etc, etc.

É este comportamento que eles esperam, que nos viremos uns contra os outros, porque aqueles ganham mais e têm muitas regalias, quando nós estamos desempregados ou temos pouco mais que o salário mínimo.

Por isso se acha bem que se corte a essa gente, que não merecem aquilo que ganham, dizem muitos com inveja.

Como estamos estupidamente enganados e não percebemos que este atitude abre as portas a novos e diversos cortes dirigidos uma vez a uns outra vez a outros e aos poucos vamos dando esgares de satisfação, este povo egoísta que somos nós, e quando dermos conta estamos todos a trabalhar por umas migalhas.

È disto que se trata, quando andarmos a comer migalhas e já nada houver para nos tirarem, seremos escorraçados pela porta dos fundos, corridos a pontapés do euro e teremos que regressar a casa com a barriga vazia por um caminho tortuoso e quando formos deitar a mão à algibeira tirar a chave, lembraremos que já nem casa temos porque entretanto até isso nos tiraram.
Ficaremos então por aí “sem eira nem beira” sem saber como nos havemos de governar, sem dinheiro e sem empresas chave do País que nos levaram por tuta e meia. 
São estes os propósitos da TROIKA a par do CAPITAL, receber o seu dinheiro, mesmo que nos deixem na penuria.

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