Os dados da economia portuguesa mostraram que Portugal e a Europa entraram em retoma. Ou melhor, acabou a recessão. E mais! Portugal foi o país que mais cresceu na zona Euro. Apesar do PIB ainda se encontrar em quebra, já há sinais de inversão. A França cresceu a Alemanha ainda mais só destoa mesmo é a Holanda.
Lembram-se da Holanda?
Sim os Países Baixos, falava-se que seria o próximo país a tombar e por sinal está a dar mostras. Havia até quem apostasse que o próximo país a precisar de ajuda seria a Holanda. Aquele que não queria ajudar Portugal.
Mas pronto com a retoma económica tudo se esquece.
Sendo assim vamos comemorar.
As exportações estão a aumentar, a inflação está controlada e tudo parece entrar nos eixos.
Já não era sem tempo!
Viva o Gaspar (apesar de ter fugido) viva a politica recessiva mantida pelo Passos Coelho e viva Paulo Portas que agora pegou na pasta da economia, e ele agora junto com o Pires de Lima vão recuperar Portugal.
Mas o que me faz confusão aqui è que as medidas de austeridade estão para continuar e para agravar os bolsos dos portugueses. Mais despedimentos, mais gastos com a segurança social e Orçamento de Estado, mais cortes nas reformas e subsídios e mais não sei o quê que nos espera.
Espera-nos outrossim menos dinheiro disponível e logo menos consumo, logo a balança se equilibra mais. Cada vez mais a produzir para as exportações e cada vez menos a importar e a consumir menos devido à diminuição dos nossos orçamentos.
Mas a história da Holanda é que não me sai da cabeça.
Não me sai a Holanda e não me sai os Estados Unidos. Não me sai o Japão e não me sai a China. Não me sai o Brasil e não me sai a Europa. Não me sai a Rússia e não me sai a África do Sul, ou não me sai o Médio Oriente, ou melhor, não me sai o mundo nem as guerras que estão para vir por causa da crise.
Os EUA que são o motor da economia mundial, fizeram uma recuperação técnica, fraca mas fizeram.
Á custa de quê? Á custa de uma intervenção feroz da Reserva Federal Americana, que inundou o mercado com dólares para espevitar artificialmente a economia. E fez de uma forma simples, aumentou a massa monetária nos tais (EQ 1, 2 e 3) que deu confiança ao mercado. Era simples eles aumentavam a divida através de emissão de Obrigações e davam garantia de a recomprar. Ora lá está, quem também comprava sabia que em caso de algum problema, havia sempre quem comprasse essas emissões de divida adquirida. E a economia rolava, a Reserva Federal emitia e ía comprando uma parte e tudo corria bem. Mas agora a Reserva Federal veio anunciar o fim desse programa de compra de títulos do tesouro e outros activos. Ou melhor a bolha criada à volta desta politica está prestes a rebentar.
E como vai reagir o mercado descontente com o fim aos estímulos da economia?
Fugindo desses activos deixando a FED com o lixo por si criado e provocando a maior depressão de que haverá memória. Tanto é que mal o fim do programa foi anunciado mesmo que gradual, os mercados reagiram mal, com a s bolsas a espelhar isso.
Ora a ideia de poder revender os títulos da divida americana (que foi comprando) mal a economia melhorasse, podem ser uma “pescadinha de rabo na boca”.
Os mercados já estão assustados, retraem-se e fogem desses activos financeiros e de outros.
A FED cuja ideia era retirar o dinheiro gerado artificialmente com que inundou o mercado , pode não o conseguir. Sendo assim aquilo que há uns anos escrevi aqui mantêm-se válido. Assistiremos a uma desvalorização monetária da moeda e assistiremos a uma inflação galopante, coisa que eles sempre temeram. O financiamento à economia através de emissão de divida como eles sempre souberam fazer, não vai ter adeptos e assistiremos ao inicio de uma nova depressão.
Com a economia americana em recessão, a Europa que estava a dar os tais sinais de inversão, não passarão de anúncios de sinais. Com os americanos em recessão logo seremos os primeiros a ser atingidos porque exportamos para lá grande parte do que produzimos.
Nós por cá continuaremos com a luta contra a necessidade de um novo resgate que vai acontecer, embora com outro nome, a Grécia já o vai ter depois das eleições alemãs, a Holanda é como eu disse, a França tomba e de resto a Europa entra também em crise e paira a ameaça do fim da União Europeia, com a desvalorização do Euro.
A China que já anda preocupada com a sua economia, acaba mesmo por abrandar, não havendo política de estímulo interno que a salve, porque vive essencialmente de exportações e com os outros em recessão também acaba por sofrer na mesma.
A Rússia nem com a libertação dos presos por delito económico para tentar espevitar a economia se safa, que aliás a libertação é já uma reacção do Putin à crise.
O Japão é a desgraça que se vê, nem com a recente desvalorização da sua moeda consegue entrar em recuperação, com uma divida de 4 quadriliões de ienes.
De resto tudo vai por arrasto, a África do Sul com o ANC completamente corrompido aos interesses económicos, o Brasil, já a dar sinais e com problemas internos, com manifestações por todo o lado, por causa de um PT corrupto com alianças e enredos vergonhosos. O médio Oriente em Guerra que vai destabilizar a região e o mundo. O perigo do radicalismo islâmico. O petróleo a subir e a agravar a economia, enfim, tudo perdido.
Eu sempre disse que em períodos recessivos haveria anos menos maus que outros a parecer que tudo mudava.
E estes dados da economia que já andam para aí a embandeirar em arco, só vão servir para o Passos Coelho nos iludir e animar para as eleições autárquicas lá na festa do Pontão. De resto… esperem pelo tombo lá para 2014.
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