sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O QUE NOS ESPERA! RECUPERAÇÃO OU DEPRESSÃO?

Após sinais de recuperação dados pelo PIB nos países em crise, países desenvolvidos (Europa, Estados Unidos e Japão), estaremos a assistir à verdadeira recuperação económica?



Com o anúncio nos EUA do início da redução da intervenção na economia dada pela FED, com o fim das EQ, o dinheiro por várias razões começou a regressar das economias emergentes, que para ali fugiu. Ou sobre forma de investimento produtivo, espreitando oportunidades ou mesmo em depósitos aproveitando a baixa rentabilidade nos depósitos bancários que desceram a mínimos históricos nos países em crise, com taxas nesses países bastante elevadas ou mesmo através de apostas nas bolsas essencialmente asiáticas, o dinheiro mudou de lugar. Agora que a economia recupera regressa ao local de origem, de países como a Índia, Turquia, África do Sul, Indonésia e Brasil. 
No primeiro impacto provoca desvalorização rápida dessas moedas, deixa debilidades a nível de investimento produtivo, que por si provoca desemprego. Como inundaram os bancos  e mercado, também lá como cá se usou o mesmo expediente; crédito fácil. Uma mistura explosiva para levar à recessão dos chamados países emergentes, com a debandada de capitais desses países, que provocará a diminuição de crédito e subsequente redução de consumo interno, aumentando o desemprego e criando incumprimentos e imparidades bancárias, logo crise e abrandamento económico.

Há ainda a duvida, em saber para que lado segue o mercado, daí haver já quem aposte forte na recuperação, retornando novamente o dinheiro ao mercado acionista, ou aqueles ainda receosos que teimam em manter-se no mercado obrigacionista, que dá juros nalguns casos apetecíveis e não se expõem ao risco. Tudo isto é o sinonimo de incerteza que terá que se definir à medida que se vá sentindo um falso sinal de recuperação e agravamento dos mercados.

O BCE vai tentar lutar contra a inflação, assistindo-se mesmo assim à luta entre a deflação provocada pela baixa procura e a pressão de subida do preço do petróleo devido à guerra na Síria, que atingirá preços record. Tudo isto poderá obrigar a que o BCE não consiga manter o preço de dinheiro baixo para recuperar a economia.

O mesmo acontecerá com os EUA, que devido à guerra que eles estão obrigados a fazer por questões logísticas e geoestratégias económicas, baseado numa política de guerra preventiva que tem alicerçado até aqui a recuperação económica em ciclos cada vez mais curtos, poderá fazer com que o preço energético também dispare, apesar da aposta feita na exploração geológica do petróleo naquele país, deitando por terra a recuperação sentida até aqui, provocando novamente desemprego e a crise hipotecária. O Orçamento Americano também tem que ser renegociado com os republicanos, pois já não há dinheiro para nada, que trará mais um abanão ao mercado financeiro e à economia, bem como a saída da FED de Bem Bernank que trará incertezas na condução dessas políticas.

Quanto ao Japão, não me parece que resulte por muito tempo a desvalorização do Yen, além de que estão à beira de uma catástrofe chamada Fukushima, devido às radiações nucleares se estarem a espalhar essencialmente pelo mar fora.

Na China sabe-se que a bolha imobiliária vai rebentar, com o governo a preparar 3 triliões para a atacar.

A Índia por exemplo, assiste a uma debandada de dinheiro com a rupia a desvalorizar de forma assustadora.

Cá pela Europa faz-se um compasso de espera nas eleições de Angela Merkel, a ver o que ela dita para a Europa. Se aplica a mesma política recessiva para os países afogados em dívidas ou se realmente toma medidas mais solidárias.

Aqui para nós portugueses, vai continuar o fantasma dos despedimentos na função pública aliado ao falso argumento da necessidade de reduzir custos, num pacote de cortes orçamentais que se segue após eleições autárquicas. Tudo isto trará novos protestos devido ao aumento de impostos e redução de vencimentos, aumentando novamente o desemprego, a redução de reformas e alteração do IRC para as empresas não beneficiando o poder de compra, com o falso argumento de que as reformas são necessárias mas que tornará e economia ainda mais recessiva provocando a necessidade de novo resgate.

Tudo isto a meu ver condicionará a recuperação económica e ao invés disso estou convencido que os sinais serão contrários e agora sim bem preocupantes, porque como sempre disse a recessão seria mundial, conjuntural e estrutural. 
Agora alastra-se aos países chamados em vias de desenvolvimento.



Sem comentários: